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Em dia de recorde para o lendário Peterhansel, brasileiros seguem em busca de pódio

Na segunda das 12 especiais do Dakar, pilotos do Brasil seguem estratégias com bons resultados

Lucas Moraes e Armand Monleón

Já era esperado: com o competitivo Audi RS Q E-Tron E2, que já vencera o prólogo, na sexta-feira (5), com os suecos Mattias Ekstrom/Emil Bergqvist, o francês Stéphane Peterhansel alcançou mais um recorde.

Durante a segunda especial da edição 2024 do Rally Dakar, neste domingo, o supercampeão alcançou a 50ª vitória em uma especial da prova, que ele disputa desde 1988 e da qual foi 14 vezes campeão (oito na categoria Carros e seis na Motos). Com a façanha, ele igualou o recorde que pertence ao “finlandês voador” Ari Vatanen, tetracampeão do Dakar, mas já aposentado.

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O ritmo dos Audi continua a impressionar, mesmo com a previsão negativa do atual pentacampeão, o catarense Nasser Al-Attiya: “Eles não passarão do terceiro dia de prova” – esse, sim, um prognóstico que não deve se cumprir, pelo que se vê até o momento. No acumulado dos dois dias, a liderança também é da Audi, com os espanhóis Carlos Sainz/Lucas Cruz.

Entre os brasileiros, na categoria principal, a Carros, Lucas Moraes repetiu a estratégia que lhe deu o pódio na edição 2023 da prova, quando estreou no Dakar: adotar um ritmo moderado no início, para evitar quebras mais adiante na corrida.

Mesmo assim, o brasileiro, que terminou a especial de hoje em nono junto com o navegador espanhol Armand Monleón, poderia ter sido mais rápido e chegado mais à frente não tivesse sido atrapalhado pelo lituano Zaidotas Zala (Mini Cooper Works Rally Plus), que era mais lento e não dava passagem, como é obrigatório nos ralis, por uma questão de segurança.

Lucas e Monleón defendem a equipe Toyota Gazoo Racing com um modelo GR DKR Hilux T1+ e, no acumulado dos dois dias de corrida, ocupam o oitavo lugar.

“Mas estamos entre os dez primeiros, ou seja, juntos dos líderes, então estamos bem colocados para terminar bem esse Dakar. Vamos focar em cada dia individualmente, sempre pensando em chegar bem no final”, explicou o piloto, que tem apoio de Red Bull, Repsol, Strava, Oakley e Zapalla.

“No geral, foi uma especial bem difícil. Tinha muitas erosões cruzando a pista e, às vezes, elas apareciam do nada, em trechos onde a gente estava andando muito rápido. Nós passamos dois carros logo no início da prova, então éramos o quarto carro no trecho. Conseguimos “sobreviver” bem e fechar mais um top 10”, ponderou.

Outro bom resultado foi registrado pela dupla Rodrigo Varela/Enio Bozzano Júnior, da categoria UTV T4, que venceu a especial de sábado, mas hoje teve problemas de navegação e terminou em nono lugar – uma posição ainda bem competitiva considerando a distância total da prova.

O duo, que conta com patrocínio de Divino Fogão/Can-Am/Motul/Quadrijet e defende a equipe Team Brazil, formada por familiares e técnicos nacionais, ocupa agora a vice-liderança na classificação geral. Devido a ataques de piratas na região onde passaria o navio que levava seu carro para a Arábia Saudita, local da prova, eles estão competindo com um carro improvisado e sem peças de reposição.

“Erramos um way point – passagem obrigatória por ponto de cronometragem – e por isso tomamos 15 minutos de penalidade. Não fosse por esse erro, teríamos vencido também a segunda especial, como fizemos ontem”, explica Rodrigo Varela.

“Foi uma pena, mas faz parte dessa competição, que é muito longa e exige concentração total. Nós falhamos nesse momento-chave, infelizmente. Mas ainda estamos em segundo na geral e brigando pela ponta”, continuou o campeão sul-americano de rally-raid, que faz sua estreia no Dakar.

O Brasil somou neste domingo a sua terceira vitória em especial com o primeiro lugar de Marcelo Medeiros (Yamaha Raptor 700, apoiado por Mardisa/Viação Estrela/Taguatur Fiat/Sedel) na categoria Quadriciclos. Esta foi a segunda vitória consecutiva de Medeiros, que segue líder na classificação geral da Quadriciclos. A outra vitória foi da dupla Varela/Bozzano na UTV T4, já na especial de estreia do campeão sul-americano Rodrigo Varela.Especial maratona

A prova abre nesta segunda-feira (08) a chamada “maratona”, junção de duas especiais que trazem desafios técnicos a mais para as equipes. O trecho desta segunda-feira terá 438km, entre Al Duwadimi e Al Salamiya, sempre em território saudita. O percurso possui diversos tipos de terreno, desde área pedregosas a vastas extensões de areia e as temidas grandes dunas, tornando a velocidade geral um pouco mais lenta que nos dias anteriores.

Como elemento complicador para pilotos, navegadores e mecânicos, ao final do dia eles terão apenas duas horas para fazer reparos e ajustes em seus veículos.

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