Análise técnica: as mudanças no assoalho que devem deixar os carros de 2021 da F1 mais lentos
Mesmo com a manutenção dos carros de 2020 para o próximo ano, a F1 resolveu fazer pequenos ajustes no regulamento para evitar dores de cabeça
Devido à pandemia da Covid-19, a Fórmula 1 tomou diversas precauções para garantir a manutenção das equipes e do próprio campeonato, reduzindo os gastos de 2021 ao manter os carros atuais como vigentes para o próximo ano. Mas a categoria tinha a preocupação que o desenvolvimento do carro poderia começar a causar dores de cabeça.
Em particular, a principal preocupação era que quantidades cada vez maiores de downforce pudessem levar os pneus para além do limite de seu projeto original - com as especificações da borracha definidas para um terceiro ano de funcionamento em 2021.
Portanto, em uma tentativa de garantir que a F1 não fique em uma situação em que a única opção da Pirelli seria forçar as equipes a usar pressões cada vez mais altas - algo que elas não gostam - chegou-se a um acordo para fazer alterações no assoalho do carro para reduzir o downforce.
A alteração na redação do artigo 3.7.2 do regulamento técnico da F1 significa que a borda do assoalho não será mais equidistante da linha central do carro, desde a frente até a traseira. Isso cria uma espécie de "efeito de cauda de barco".
Além disso, alterações nas dimensões mencionadas no artigo 3.7.10 significam que os projetistas não terão mais a liberdade de incorporar orifícios anexos à borda do assoalho ou à frente do pneu traseiro, algo adotado pelas equipes desde 2017.
No caso dos furos na borda do assoalho, seu uso desenfreado gerou um aumento significativo no downforce, ao ajudar o departamento de aerodinâmica a "selar" o fluxo de ar sob o carro, vindo a partir da turbulência criada pelos pneus dianteiros.
Enquanto isso, os furos usados à frente do pneu traseiro ajudam a mitigar os efeitos do "esguicho do pneu" - um fenômeno causado pela deformação do pneu traseiro, que reduz o desempenho do difusor à medida que jatos de ar são empurrados lateralmente em sua direção.
O que provavelmente acontecerá como reação é que os projetistas voltarão a usar os designs de slots, desde que eles trabalhem em conjunto com o novo formato do assoalho.
Essa prática, na qual uma pequena ranhura é usada para perfurar a borda do assoalho e transformar o que é aparentemente um buraco em uma fenda, só caiu em desuso porque era um pouco menos eficaz que um buraco.
Para impedir que as equipes obtenham ganhos com a elasticidade aerodinâmica, os postes também foram movidos devido aos testes de flexão que são realizados nesta área do carro.
O artigo 3.9.2 permite uma deflexão vertical 2mm menor, enquanto o ponto em que ele é medido a partir do plano central também sofreu um deslocamento de 50mm.
No plano geral, é improvável que as mudanças tenham um impacto maciço no desempenho, pois o desenvolvimento contínuo de um conceito conhecido provavelmente teria resultado em um ganho que agora precisará ser recuperado.
No entanto, é improvável que essas mudanças mais restritivas permitam às equipes obter ganhos rápidos a curto prazo.
Abaixo, você vê uma galeria com algumas das inovações usadas pelas equipes nos últimos anos em relação aos orifícios paralelos à borda do assoalho e aos que estão logo à frente do pneu traseiro.
Live do Emerson Fittipaldi: histórias de bastidores com os amigos e rivais da F1
PODCAST: Alain Prost: 'apenas' o vilão dos brasileiros ou um gênio incompreendido?
Faça parte da comunidade Motorsport
Join the conversationCompartilhe ou salve este artigo
Principais comentários
Inscreva-se e acesse Motorsport.com com seu ad-blocker.
Da Fórmula 1 ao MotoGP relatamos diretamente do paddock porque amamos nosso esporte, assim como você. A fim de continuar entregando nosso jornalismo especializado, nosso site usa publicidade. Ainda assim, queremos dar a você a oportunidade de desfrutar de um site sem anúncios, e continuar usando seu bloqueador de anúncios.