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Após internação, entenda como família blinda Schumacher de boatos sobre estado de saúde

Jornalista alemão do Motorsport.com, Stefan Ziegler comenta a privacidade do heptacampeão mundial

Michael Schumacher, Ferrari, celebrates his 1st position on the podium

Uma notícia bombástica pegou os fãs do automobilismo de surpresa: Michael Schumacher foi internado no hospital Georges-Pompidou, em Paris, para um "tratamento secreto". Inicialmente veiculada pelo jornal francês Le Parisien, a informação foi confirmada pelo Motorsport.com e se espalhou na mídia de maneira avassaladora, levando uma multidão para a frente do local, na esperança de saber mais sobre o estado de saúde do heptacampeão da Fórmula 1.

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Ainda segundo o jornal, o heptacampeão já teria visitado a unidade duas vezes durante a última primavera europeia, vindo de helicóptero de Genebra, onde reside. A notícia é uma das poucas de que se tem notícia no 'caso Schumacher', iniciado com o acidente do alemão há quase seis anos. O Motorsport.com relembra a cronologia dos fatos e mostra como a família mantém o ex-piloto blindado de boatos e especulações, mesmo após tanto tempo.

O acidente

Em 29 de dezembro de 2013, enquanto passava o fim de ano esquiando com a família nos alpes franceses, Schumacher passou por um acidente que por pouco não tirou sua vida. O heptacampeão sofreu um forte golpe na cabeça após cair em uma pedra e quebrar o capacete que usava.

Em recuperação desde então, poucas são as informações sobre seu estado de saúde. A família e a assessora e porta-voz de Schumacher, Sabine Kehm, falam muito pouco de suas condições frente ao grande interesse que existe sobre o tema.

Blindagem ética

Mas por que jamais nenhum jornalista ou veículo de imprensa conseguiu nenhuma informação do estado de Schumacher? Jornalista da edição alemã do Motorsport.com, Stefan Ziegler diz que há uma espécie de blindagem ética sobre tudo o que envolve o alemão. “De fato, existe uma espécie de ‘acordo de cavalheiros’ entre a imprensa, a família Schumacher e Sabine Kehm”, explicou. “Por exemplo, nós apenas falamos sobre Schumacher quando há notícias vindas da família.”

“Por outro lado, existem várias revistas e sites que relatam todo o tipo de coisa, que em sua maioria estão totalmente incorretos ou são de mau gosto. Mas a família Schumacher tem advogados muito bons que trabalham nestes casos, e, geralmente, a multa por quebrar as regras da família é cara. Assim, muitos meios de comunicação não fazem nada por temer punições. Mas alguns fazem isso para vender mais revistas ou obter visualizações.”

“O problema é: Sabine e a família não compartilham muita informação. Basicamente é só uma coisa ou outra ao longo do ano. Portanto, muitos 'jornalistas' fazem as suas próprias histórias, infelizmente.”

Sebastian Vettel posa com seu herói Michael Schumacher
Ainda durante os anos 90, Schumacher inspirou um menino que ainda iria lhe dar muito trabalho na pista no fim de sua carreira.
O primeiro pódio
Em 2015 a Fórmula 1 retornou ao México. A última visita ao Circuito Hermanos Rodriguez havia sido em 1992, quando Nigel Mansell ganhou e um certo Michael Schumacher abria o champanhe pela primeira vez. Ainda naquele ano ele venceria sua primeira corrida, na Bélgica.
O primeiro título
Schumacher se sagrou campeão pela primeira vez na F1 em 1994 na Austrália. Ele jogou seu carro contra Damon Hill após bater e quebrar a suspensão traseira de sua Benetton. O abandono duplo dava o título a ele.
O valioso tri
Campeão com a Benetton em 1994 e 1995, Schumacher foi para Ferrari tentar trazer a histórica equipe de volta aos dias de glória. Demorou cinco anos, mas o tri chegou em 2000. O fim do jejum de 21 anos da Ferrari foi comemorado como poucas conquistas.
A sequência
Schumacher teve pequena oposição de David Coulthard durante o início de 2001. No entanto, com a piora da McLaren na metade do ano, o piloto teve caminho livre para se sagrar campeão em agosto, no GP da Hungria.
O fim do domínio
2004 foi o ano mais dominante de Schumacher. Ele ganhou 13 corridas em 18 realizadas (recorde batido por Vettel em 2013). Na foto, a última de cinco dobradinhas dos irmãos Ralf e Michael na F1.
Depois de um ano ruim em 2005, 2006 provou ser a grande despedida de Schumacher da F1. Ele lutou até a última prova pelo título com Alonso, perdendo o mundial por azares nas duas últimas provas do ano.
O último pódio
Depois de uma volta à F1 mal-sucedida em 2010 pela Mercedes, em 2012 o alemão disse adeus de vez à categoria. Ele não foi bem, mas não saiu de mãos vazias. Ele foi o terceiro no GP de Valência de 2012.
A última prova
Schumacher se despediu da F1 em uma corrida cheia de alternativas em Interlagos em 2012. A prova decidia o título da temporada, entre Fernando Alonso e Sebastian Vettel. O alemão acabou sendo tri.
Mensagens de despedida
"A vida é feita de paixões. Agradeço por compartilhar a minha", foi o que escreveu no capacete em sua última prova, além desta mensagem na lateral de seu carro.
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Por que nunca surgiu nenhuma imagem?

Segundo Ziegler, mesmo com uma alta demanda por imagens e muito interesse quanto ao estado de saúde de Schumacher, publicar uma foto sem autorização da família poderá gerar sérias consequências à pessoa responsável. “Em um caso como esse você pode imaginar alguém tentando qualquer coisa para tirar uma foto”, ponderou.

“Por outro lado, todo mundo sabe que a família e seus advogados irão fazer de tudo para processar qualquer um que publicar. Você pode vender a imagem para uma revista e fazer uma fortuna, mas vai estar acabado quando descobrirem que foi você. Vão te fazer pagar como se não houvesse amanhã. Além disso, se você é um jornalista e/ou uma revista, vai ter seu momento de fama, mas a queda chegará e você estará acabado."

O 'padre jornalista' e Mick Schumacher

“Poucos dias após o acidente, um jornalista se disfarçou de padre para obter acesso a Schumacher no hospital, mas ele foi descoberto e processado. Desde então, você pode imaginar que algumas pessoas tenham tentado algo semelhante, mas, obviamente, ninguém conseguiu. O que é uma coisa boa, eu acho.”

Para manter a privacidade, Ziegler relembra que Mick Schumacher, filho de Michael que atualmente corre na Fórmula 2, iniciou sua carreira no kart com um nome diferente. “Eu acho que tanto família Schumacher quanto Sabine provaram no passado que vão fazer qualquer coisa para proteger a privacidade. Por exemplo, inscrevendo Mick como "Mick Betsch" no kart. As pessoas têm de respeitar isso ou terão as consequências", sacramentou.

Para Ziegler, até mesmo pessoas do convívio do alemão no passado não podem oferecer informações precisas. “Como sabemos o que é verdade ou não? Fácil: nós verificamos se há uma declaração oficial da família ou de Sabine. A maioria não tem. E, geralmente, mesmo aquelas pessoas questionadas sobre Schumacher (Flavio Briatore, Luca di Montezemolo e etc), dizem algo sem realmente saber com certeza. Então é melhor não relatar isso também.”

1991: Jordan/Benetton - 14º lugar, 4 pontos, 6 GPs
1991: Jordan/Benetton - 14º lugar, 4 pontos, 6 GPs
1992: Benetton - 3º lugar, 1 vitória, 53 pontos, 16 GPs
1993: Benetton - 4º lugar, 1 vitória, 52 pontos, 16 GPs
1994: Benetton - Campeão, 8 vitórias, 92 pontos, 16 GPs
1995: Benetton - Campeão, 9 vitórias, 102 pontos, 17 GPs
1996: Ferrari - 3º lugar, 3 vitórias, 59 pontos, 16 GPs
1997: Ferrari - Desclassificado (2º lugar), 5 vitórias, 78 pontos, 17 GPs
1998: Ferrari - 2º lugar, 6 vitórias, 86 pontos, 16 GPs
1999: Ferrari - 5º lugar, 2 vitórias, 44 pontos, 10 GPs
2000: Ferrari - Campeão, 9 vitórias, 108 pontos, 17 GPs
2001: Ferrari - Campeão, 9 vitórias, 123 pontos, 17 GPs
2002: Ferrari - Campeão, 11 vitórias, 144 pontos, 17 GPs
2003: Ferrari - Campeão, 6 vitórias, 93 pontos, 16 GPs
2004: Ferrari - Campeão, 13 vitórias, 148 pontos, 18 GPs
2005: Ferrari - 3º lugar, 1 vitória, 62 pontos, 19 GPs
2006: Ferrari - 2º lugar, 7 vitórias, 121 pontos, 18 GPs
2010: Mercedes - 9º lugar, 72 pontos, 19 GPs
2011: Mercedes - 8º lugar, 76 pontos, 19 GPs
2012: Mercedes - 13º lugar, 49 pontos, 20 GPs
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Busca por informações

Conforme dito pelo jornalista, alguns personagens capitais da carreira de Schumacher já se posicionaram, sempre de forma misteriosa, sobre a realidade atual do ex-piloto. Alguns com comentários generalistas sobre seu estado de saúde, outros admitindo a busca por mais informações sobre o alemão. Um destes é o brasileiro Rubens Barrichello, companheiro de Schumi na Ferrari por seis temporadas, entre os anos de 2000 e 2005.

Em entrevista ao Conversa com Bial, o piloto relembrou um episódio curioso pelo qual passou na cirurgia para a retirada de um tumor: "Eu tomei anestesia geral. O doutor Dino Altmann, chefe médico do GP do Brasil de Fórmula 1 me disse: Você falou do Schumacher. Existe esse link nosso, algo inconsciente. Estou buscando meios de saber como ele está. Não tenho notícias dele".

Já Jean Todt, atual presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA) e ex-chefe de equipe da Ferrari, é um dos autorizados a visitar o heptacampeão. No fim de junho, o francês falou sobre o ex-comandado: "É uma coisa muito particular. Michael está muito bem amparado. Mora com sua família entre Genebra e Lausanne. Ele continua lutando. É a única coisa que posso dizer".

Outro habilitado a ir até o lar de Schumacher é Ross Brawn, atual diretor esportivo da F1 que trabalhou com o ex-piloto na Benetton, na Ferrari e na Mercedes. O dirigente britânico disse ao Motorsport.com: "Não quero comentar sobre sua condição além de dizer que estamos extremamente esperançosos de ver Michael como o conhecemos em algum momento no futuro".

Toutes les F1 pilotées par Michael Schumacher
Jordan 191 de 1991
Este foi o carro que Michael Schumacher estreou na F1, que só correu uma prova para substituir o belga Bertrand Gachot, no GP da Bélgica.
Benetton B191 de 1991
Os resultados na Bélgica fizeram Flavio Briatore chamá-lo para preencher a vaga na Benetton-Ford
Benetton B192 de 1992
Michael Schumacher ganhou sua primeira e única vitória da temporada no GP da Bélgica, em Spa-Francorchamps.
Benetton B193 de 1993
Com uma vitória e nove pódios, Michael Schumacher começava a aparecer na F1.
Benetton B194 de 1994
Neste ano o alemão conseguiu seu primeiro campeonato mundial.
Benetton B195 de 1995
Michael Schumacher foi coroado com o bicampeonato.
Ferrari F310 de 1996
A escuderia dá as boas vindas a Schumacher.
Ferrari F310B de 1997
Neste ano Schumacher bateu intencionalmente em Villeneuve. Ele não só perdeu o campeonato, como a FIA o puniu com a perda de pontos obtidos na temporada.
Ferrari F310B versão carbon de 1997
O modelo foi um pouco mais simplificado, mas ainda faltava potência do motor e pacote aerodinâmico.
Sauber C16  de 1997
Michael Schumacher guiou o modelo em segredo.
Ferrari F300 de 1998
Equipado com o motor 3.0 V10 projetado por Rory Byrne
Ferrari F399 de 1999
Quase idêntico ao modelo anterior, com pequenas alterações no novo spoiler dianteiro.
Ferrari F1-2000 de 2000
Michael Schumacher conseguiu nove vitórias e levou a equipe ao seu primeiro campeonato mundial após 21 anos de fila.
Ferrari F2001 de 2001
O carro foi projetado com as novas alterações do regulamento que exigiam a construção de uma asa dianteira superior, a fim de reduzir downforce.
Ferrari F2001 de Monza em 2001
Foi a primeira corrida de F1, após os ataques de 11 de setembro. Pela memória das vítimas, a Ferrari pintou o bico de preto, além de não fazer publicidade.
Ferrari F2002 de 2002
Foi um dos carros de maior sucesso da F1 de todos os tempos. Desenhado por Ross Brawn, Rory Byrne e Paolo Martinelli
Ferrari F2003GA de 2003
O carro foi nomeado "GA" em homenagem a Gianni Agnelli, presidente da Fiat que havia falecido na época.
Ferrari F2004 de 2004
Continua o sucesso da equipe desde 1999, ganhando o quinto campeonato consecutivo de pilotos e o sexto de construtores.
Ferrari F2005 de 2005
O modelo não foi competitivo em quase toda a temporada, a única vitória deste carro foi no GP dos Estados Unidos.
Ferrari 248F1 de 2006
A temporada de 2006 não poderia ter começado melhor para ele e para Ferrari, após o fraco desempenho de 2005, com a pole no GP do Bahrein, sendo a 65º, igualando o recorde histórico de Ayrton Senna.
Mercedes W01 de 2010
Em 23 de dezembro de 2009 torna-se oficial o retorno de Schumi para a F1 para a temporada 2010, com a equipe Mercedes GP inicialmente para três anos.
Mercedes W02 de 2011
Schumacher melhora o desempenho e esteve muito mais perto de Nico Rosberg. Novamente com um quarto lugar como melhor resultado pessoal e da equipe, Michael esteve apenas 13 pontos atrás de seu companheiro de equipe.
Mercedes W03 de 2012
A má sorte de Schumacher parecia ter terminado no GP da Europa, realizado em Valência, quando obteve seu primeiro pódio desde o retorno à F1 em 2010. O anúncio da contratação de Lewis Hamilton pela equipe em 2013 deixou Michael sem assento. Poucos dias depois, Schumacher confirmou nova aposentadoria.
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Felipe Motta
Fórmula 1
Michael Schumacher
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