Brawn: Fórmula 1 não terá treinos classificatórios aos domingos
Um dos chefes da categoria máxima do automobilismo mundial, britânico explica as razões para manter o atual formato
Diretor esportivo da Fórmula 1 e ex-dirigente de Ferrari e Mercedes, Ross Brawn disse que a categoria não adotará treinos classificatórios no mesmo dia das corrida, apesar de a classificação de domingo no GP do Japão ter sido bem recebida pelo público.
A organização da F1 e a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) estudavam o formato há algum tempo, com o objetivo de permitir que os membros das equipes chegassem mais tarde ao circuito, reduzindo a carga horária tendo em vista o calendário de 22 corridas.
No entanto, Brawn insiste que a qualificação seguirá acontecendo aos sábados, dia anterior às provas da F1. Uma das principais razões é o fato de que os promotores das corridas querem um cronograma movimentado desde sexta-feira para vender mais ingressos.
"Foi um super domingo em Suzuka e isso naturalmente reabriu o debate sobre o formato de um final de semana na F1. Serei honesto e digo que houve um forte consenso para manter o formato de três dias de atividade de pista, embora com um cronograma diferente”, disse.
“É verdade que um dia como o último domingo em Suzuka oferece um ótimo show em apenas algumas horas, mas isso limitaria as atividades nos dias anteriores. Após uma análise cuidadosa, concluímos que a melhor solução é manter o evento por três dias”.
“Podemos revisar o formato das sexta-feira, mas deixar o restante praticamente intocado, com a qualificação no sábado e a corrida no domingo, como já vem acontecendo”, ponderou o dirigente britânico da F1.
“Para atender às demandas das equipes e aumentar um pouco o número de GPs, já que teremos o número recorde de 22 no próximo ano, consideramos reorganizar o cronograma para que todos possam chegar um dia mais tarde no circuito”.
Brawn, porém, foi enigmático quanto ao que deverá ser feito tendo em vista as prováveis alterações no formato: "Falaremos sobre os detalhes no final do mês, quando os novos regulamentos serão publicados”.
Embora o formato compacto usado em Suzuka tenha funcionado bem, os chefes das equipes não desejam repeti-lo. "Acho que funcionou nas circunstâncias que tivemos, sendo uma boa solução para um problema", disse o chefe da Haas, Gunther Steiner, ao Motorsport.com.
“Se é uma boa ideia fazê-lo de forma consistente? Eu diria que não. Se você imaginar a pessoa sentada em casa assistindo, no horário normal da Europa: pela manhã vê a qualificação e à tarde as corridas. Quantas vezes você faz isso durante todo o seu domingo?”, questionou.
“Os espectador acabariam sobrecarregados dia e, no final, perderíamos metade das pessoas na qualificação ou na corrida. Pouquíssimas pessoas ficariam em casa por um dia completo para assistir à F1 no início da manhã e depois à tarde”, ponderou.
Otmar Szafnauer, chefe da Racing Point, disse que prefere um fim de semana compacto: "Eu pessoalmente acho que, se terminarmos com 22, 23, 24 corridas, seria melhor compactar em dois dias, sábado e domingo”.
"Não vejo os contratos que a F1 faz, mas eles continuam dizendo que precisamos de um fim de semana de três dias para os promotores. Mas quando você olha em volta, muitas vezes as sextas-feiras não estão cheias”, afirmou o dirigente.
“Os fãs trabalham às sextas-feiras, as crianças vão à escola às sextas-feiras, até o público da TV representa cerca de um décimo do que temos no sábado e domingo. Então, se tivermos mais corridas, eu seria a favor de empacotar o fim de semana inteiro no sábado e no domingo”.
“Até para que os mecânicos possam chegar um dia depois. Poderíamos ter algumas sessões de treinos e qualificação no sábado, ou seja, três sessões, e no domingo você faz a corrida normalmente”.
“O que você realmente quer é que os mecânicos e engenheiros possam sair de casa um dia depois. Se for esse o caso, você economiza 25 dias se tiver um calendário de 25 corridas, e isso é significativo”.
Efeito solo
Em meio às discussões sobre o novo regulamento da F1 para a temporada 2021, sabe-se que a principal mudança prevista é a reintrodução do efeito solo. O controverso sistema que 'gruda' os carros no chão e beneficia as ultrapassagens já foi banido da F1 no passado por ser considerado perigoso. No entanto, os entusiastas lembram que a competição era mais acirrada no período em que a tecnologia esteve presente. Relembre as curiosidades sobre o efeito solo:
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