Com 21 corridas em 2019, a Fórmula 1 precisou espremer seu calendário para acomodar todas as etapas dentro de intervalos que não prejudicassem a logística das equipes e o condicionamento dos pilotos. Por isso, pela primeira vez em 56 anos, a categoria terá algo que acontece muito raramente: uma corrida no mês de dezembro.
Antes da prova deste domingo, que acontece em Abu Dhabi, a F1 só havia chegado ao mês das festas em outras três ocasiões, todas em corridas fora da Europa e sempre encerrando o campeonato. Curiosamente, o Brasil, que teve poucos pilotos antes de 1970, contou com um representante em uma dessas raríssimas provas.
Sebring, 1959: uma corridas de primeiras vezes
A primeira vez não se esquece, e, neste caso, há muitos motivos para se lembrar da prova. Naquele ano, mais precisamente em 12 de dezembro, a F1 desembarcava nos Estados Unidos pela primeira vez. Apesar de as 500 Milhas de Indianápolis contarem pontos para o campeonato, nenhuma equipe viajava para a corrida. Com isso, a corrida em Sebring marcou o primeiro encontro de fato entre a categoria e os norte-americanos. Veja fatos sobre a corrida:
O brasileiro Frederico (Fritz) José Carlos Themudo de Orey era o único representante naquela temporada, sua primeira e última na F1. Na verdade, o ele foi o único do país a correr na categoria entre 1956 e 1970. Ele, que havia participado de 5 fins de semana de GP com a Maserati, disputou em Sebring, a primeira e única corrida da história da equipe Tec Mec. Infelizmente, um vazamento de óleo encerrou a passagem do time e do piloto pela F1.
O maior vice-campeão da história da F1 (4x) chegava novamente à prova final do campeonato com chances de título. Apesar de largar na pole, o piloto britânico abandonou a prova com problemas no câmbio e, pela primeira vez na carreira, encerrou o ano em 3º na classificação.
A prova também representou a primeira vez que um vencedor das 500 milhas de Indianapolis competia em uma corrida de F1. Ward foi acompanhado de outros quatro compatriotas, que também estreavam na categoria: Boris (Bob) Said, Phil Cade, George Constantine e Harry Blanchard, o único a completar a prova, na sétima posição.
O mundial de construtores só passou a existir em 1959, ano em que a Cooper não deu chances aos rivais e levou o primeiro caneco da história. A conquista aconteceu no GP da Itália, portanto, nos EUA, a equipe britânica foi a primeira a desfilar como campeã.
Se havia quem estivesse disputando uma corrida de F1 pela primeira vez, a prova também um piloto vencendo a primeira na carreira. McLaren, que anos depois criaria a equipe que leva seu sobrenome, partiu da décima posição para cruzar a bandeirada, em primeiro.
Brabham não venceu a corrida, mas após contar com o abandono de Stirling Moss e com os pontos do quarto lugar na prova, o piloto da Cooper alcançou seu primeiro título mundial, primeiro também de um australiano na F1.
Se o tema é primeiras vezes, o francês da Cooper também alcançou sua primeira e única volta mais rápida da carreira.
E para fechar a lista, Brooks conquistou seu primeiro e único vice-campeonato ao terminar a prova na segunda posição.
África do Sul, 1962: duelo de gigantes
Se a corrida em Sebring foi repleta de 'primeiras vezes', a corrida na África do Sul não deixou a desejar. Mas as curiosidades sobre a corrida não giram apenas em torno das estreias, já que foi a primeira vez que a F1 chegou ao país. Outro fator notável é a data de realização da prova: 29 de dezembro. Isso mesmo, entre Natal e o Ano Novo. Confira outros pontos marcantes da etapa de East London:
Hill e Clark disputavam a honra para saber qual dos dois seria campeão mundial primeiro. Clark fez a pole e liderou até a volta 62, sempre seguido de perto por Hill. Um vazamento de óleo acabou com a corrida do piloto da Lotus, e assim Hill venceu a prova e levou o caneco para casa.
A Fórmula 1 já havia visitado a África antes, com a realização do GP do Marrocos de 1958, vendido por Stirling Moss
O britânico, pai de Damon Hill, teve uma grande temporada. Depois de vencer pela primeira vez na carreira, na etapa de Mônaco, o piloto da BRM venceu mais três vezes na temporada, garantindo o título em East London.
África do Sul, 1963: Clark sobra
Se no ano anterior o "escocês voador" perdeu o título por conta de um vazamento de óleo, em 1963 ele não deu chances aos rivais e garantiu o título de maneira antecipada, no GP da Itália. Quando chegou a prova de East London, em 28 de dezembro, Clark já havia celebrado muitas festas.
Hill bem que tentou, mas não foi páreo para Clark naquele ano. O britânico chegou a vencer a etapa de abertura, em Mônaco, pista onde foi considerado rei até 1993, quando Ayrton Senna destronou o bicampeão. No entanto, a Lotus acertou a mão no carro e Clark foi certeiro nas pistas. Hill terminou o ano como vice-campeão.
Com sete vitórias na temporada, o piloto da Lotus estabeleceu um recorde naquele ano, marca que só seria batida por Ayrton Senna em 1988, quando o brasileiro venceu 8 provas no campeonato.
O terceiro lugar na temporada de 1963 foi a melhor classificação na carreira de Ginther, que dois anos mais tarde teria a oportunidade de ser o primeiro piloto a vencer com um carro Honda na história da F1.
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