Fórmula 1 GP de Mônaco

F1: Mercedes explica razões por trás do final de semana desastroso em Mônaco

James Vowles, estrategista-chefe da Mercedes, explica o que deu errado no final de semana do GP de Mônaco, onde Hamilton não lutou por vitória e pódio

Lewis Hamilton, Mercedes W12

debriefing é uma prática tradicional das equipes após um final de semana de corrida, analisando todos os aspectos vistos na pista. No caso da Mercedes, o pós-GP de Mônaco da Fórmula 1 foi particularmente longo, dado o número de situações que exigiam análises e conclusões aprofundadas, visto o desastre na etapa.

Estrategista-chefe da Mercedes, James Vowles, comentou o resultado das análises, confirmando que, na base do final de semana negativo da equipe, não há um problema único, mas sim uma série de fatores que foram determinantes para um desempenho abaixo do esperado.

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"Não é um problema único, mas muitas situações desencadeadas entre quinta e domingo. Vamos começar com os problemas apontados por Lewis e a diferença de desempenho em comparação com Bottas", disse Vowles no documento publicado pela Mercedes.

"Como manda a tradição, em Mônaco começamos a correr na quinta, em uma pista muito suja, como sempre, e o feedback inicial foi positivo".

"Lewis estava satisfeito, com um bom desempenho e os tempos sem tráfego mostram que ele teria sido o mais rápido. Ele teve problemas com Alonso e Leclerc na saída do túnel, mas as parciais mostravam que estávamos bem".

Lewis Hamilton, Mercedes W12

Lewis Hamilton, Mercedes W12

Photo by: Mark Sutton / Motorsport Images

A queda na temperatura nocauteou Lewis

Enquanto a Mercedes tem uma vantagem em cima da Red Bull com relação ao desgaste dos pneus, a equipe alemã perde para a rival em relação ao aquecimento. E essa diferença foi fundamental no decorrer do fim de semana, com o clima esfriando em Mônaco.

"A partir do sábado, a situação se inverteu. Quando Valtteri (que estava mais atrás na quinta) deu um passo adiante, Lewis passou a ter problemas. Por que? Na quinta, a temperatura da pista variava entre 47 e 50 graus, no sábado, 30, situação comum, mas em Mônaco essa condição não nos permitiu entrar mais na janela ideal de operação dos pneus".

"No geral, Valtteri se saiu melhor mas, em geral, seu carro também não usou os pneus como deveria".

"Nessa altura, tentamos algumas mudanças, mas um dos problemas de Mônaco é a necessidade de rodar em busca de confiança. Todos os pilotos precisam fazer voltas em ritmo constante para saber onde colocar as rodas e qual será a reação do carro".

Carlos Sainz Jr., Ferrari SF21, Lando Norris, McLaren MCL35M, Pierre Gasly, AlphaTauri AT02, Lewis Hamilton, Mercedes W12, and Esteban Ocon, Alpine A521

Carlos Sainz Jr., Ferrari SF21, Lando Norris, McLaren MCL35M, Pierre Gasly, AlphaTauri AT02, Lewis Hamilton, Mercedes W12, and Esteban Ocon, Alpine A521

Photo by: Andy Hone / Motorsport Images

2 km/h fazem a diferença nas primeiras curvas

"Ser capaz de fazer as primeiras curvas 2 km/h mais rápido gera mais energia nos pneus e aumenta sua temperatura, o que garante mais aderência nas curvas seguintes. As configurações de Lewis e Valtteri não eram muito diferentes na classificação e na corrida, mas vimos que não havia como usar os pneus como deveriam".

Mas, para a Mercedes, não foi apenas a parte técnica que mostrou seus limites em Mônaco. Após os elogios em Barcelona, a escolha feita pelos estrategistas custaram a Hamilton duas posições.

O que ficou claro de cara foi que a chamada de Hamilton para os boxes (cedo em relação aos rivais) provou ser um bumerangue, e Vowles explicou os motivos que levaram a essa escolha

"Nas discussões que tivemos no domingo, concluímos que a parada para colocar pneus duros aconteceria entre as voltas 18 e 20, com a volta 30 sendo considerada o limite".

"No entanto, no começo da corrida, vimos que Verstappen marcou a volta mais rápida e buscava construir uma diferença, a maior possível, para garantir que não teria tráfego após a parada".

"Lewis fez toda a primeira parte da prova atrás de Gasly e esperávamos que Pierre parasse, permitindo a Lewis algumas voltas com pista livre. Mas mesmo quando ele estava na janela, permaneceu na pista. Tivemos a opção de esperar um pouco mais, torcendo pela queda de seu rendimento de pneus ou o undercut, o que optamos".

Lewis Hamilton, Mercedes W12 pitstop

Lewis Hamilton, Mercedes W12 pitstop

Photo by: Jerry Andre / Motorsport Images

O aquecimento dos pneus duros atrapalharam Hamilton e Mercedes

"Segundo nossos cálculos, após a troca de Lewis, ele deveria ter saído dos boxes antes de Gasly. Não teria sido um undercut fácil, mas alcançável. Mas, como vimos, não tivemos sucesso, por vários motivos".

"A primeira é que em Mônaco não temos informações suficientes como nas outras pistas para fazer cálculos exatos (devido os treinos curtos concluídos nas quintas) e, além disso, não usamos o pneu duro no TL2".

"O feedback que tínhamos era do TL1, então não sabíamos como o pneu se comportaria na volta de saída e, como vimos, após o pit, Lewis viu Gasly à sua frente por apenas dois décimos A dificuldade em aquecer o pneu duro na volta de saída foi tanta que o plano falhou".

"Poderíamos ter dado mais algumas voltas antes de chamar Lewis, mas algumas razões nos fizeram desistir. Vimos que outros pilotos e até mesmo Valtteri começavam a ter problemas com pneus (no caso de Bottas, perdendo para Sainz) mas, pelo contrário, Pérez e Vettel mantinham um bom ritmo".

"Estávamos preocupados que Lewis pudesse perder terreno para Gasly e, se isso acontecesse, perderíamos a chance de tentar o overcut se Pierre parasse. Pesando tudo, essa ideia parecia a melhor".

Pierre Gasly, AlphaTauri AT02, Lewis Hamilton, Mercedes W12

Pierre Gasly, AlphaTauri AT02, Lewis Hamilton, Mercedes W12

Photo by: Glenn Dunbar / Motorsport Images

Desafio de Gasly a Hamilton favoreceu Vettel

"Quando Lewis parou, estávamos em posição favorável comparados a Vettel, mas ele nos ultrapassou. O problema surgiu quando Lewis se viu atrás de Gasly novamente após sua parada e, Pierre, naquele momento, tinha um pneu frio e ritmo mais lento. Vettel aproveitou, ultrapassando amos na saída dos boxes".

"Após o pit stop de Lewis, analisamos os pneus para ver se ele poderia ter ficado mais na pista. Ele fez um ótimo trabalho com os dianteiros, mas os traseiros estavam no limite, podendo completar no máximo mais algumas voltas".

"Diante disso, é preciso sublinhar o ritmo incrível da Red Bull, especialmente com Pérez, que estendeu seu stint com tempos rápidos. Foi uma atuação excepcional em relação aos rivais, algo que nunca poderíamos ter feito".

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Roberto Chinchero
Fórmula 1
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