F1: O rádio de Verstappen que 'custou a vitória' no Azerbaijão
Entenda sucessão de fatos que levou o chefe da Red Bull, Christian Horner, a não 'voltar atrás' na decisão de fazer o pit que tirou liderança de Max em Baku
Após o revés de Max Verstappen diante de seu companheiro mexicano Sergio Pérez no GP do Azerbaijão de Fórmula 1, o chefe da Red Bull, Christian Horner, explicou por que a equipe decidiu fazer o pit stop do bicampeão antes do safety car causado pelo abandono do holandês Nyck de Vries, da AlphaTauri, em Baku.
A parada anterior ao carro de segurança fez com que o piloto da Holanda perdesse a liderança para Pérez, que fez seu pit durante vigência do safety car e ganhou tempo em relação ao companheiro, 'tomando' a liderança do bicampeão. Após o GP, Max reclamou do pit, mas o que veio à tona é que ele mesmo contribuiu para a decisão.
Isso porque, antes do incidente de Nyck, quando Pérez se aproximava de Verstappen, Max reclamou do desgaste de seus pneus via rádio, dizendo que seu carro estava escorregando. Sua vantagem era de 0s8.
"Os pneus não são muito bons. Estou sofrendo bastante nas curvas 2 e 3", comunicou Verstappen, indicando que já queria fazer a troca dos pneus médios para os duros. Gianpiero Lambiase, seu engenheiro, tentou tranquilizá-lo, mas Max interrompeu o ítalo-britânico: "Sim, mas estou escorregando!".
Com isso, o pit wall da Red Bull chamou Verstappen para os boxes, recebendo do holandês a confirmação de que a parada para troca de pneus ocorreria no giro seguinte. Entretanto, 22 segundos antes disso, aconteceu o incidente com de Vries, que causou bandeira amarela. A 'RBR' manteve a decisão de parar Max e, depois, veio o safety car.
Horner argumentou: "O safety car foi simplesmente má sorte. Olhando em retrospectiva, seria mais inteligente deixá-lo (Verstappen) 'fora' (na pista) mais uma volta. Porém, decidimos pará-lo pois estava começando a ter problemas com os pneus traseiros e porque 'Checo' [Pérez] estava bem próximo. Pensamos que seria o momento ótimo".
Pérez, por sua vez, estava com os mesmos compostos de Verstappen, sendo que os pneus de ambos estavam com o mesmo número de voltas, mas o mexicano não apresentou o mesmo desgaste de Max.
Independentemente disso, Horner, que teve acesso aos rádios entre a equipe co-irmã AlphaTauri e de Vries, assim como todos os dirigentes dos pit walls dos times de F1, preferiu não mudar a decisão relativa ao pit. "Pelo que vimos, o carro tinha as quatro rodas e não tinha rodado, achamos que daria ré e seguiria adiante. Não esperávamos o safety".
"Quando alguém bate, você espera um carro de segurança, mas, a princípio, não havia sinal disso. Só pudermos ver mais tarde, com o replay, que sua barra de direção estava completamente quebrada."
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