F1: Por que a Alfa Romeo manteve design que causou polêmica em acidente de Zhou?

Tudo vem da batida do chinês em Silverstone, quando o piloto capotou múltiplas vezes e teve seu carro 'catapultado' até a cerca da pista inglesa; entenda

Alfa Romeo C43, detail

Foto de: Alfa Romeo

A equipe de Fórmula 1 da Alfa Romeo manteve sua estrutura de santantônio para o C43, modelo da temporada 2023, mas o projetou para suportar os testes de carga que a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) introduzirá em 2024.

A 'peça' ficou sob os holofotes após o grande acidente do chinês Zhou Guanyu, da Alfa, no GP da Grã-Bretanha de 2022, quando o piloto capotou múltiplas vezes e teve seu carro 'catapultado' até a cerca da pista inglesa logo após a largada.

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No ano passado, bem como agora em 2023, a Alfa foi a única equipe a usar o design de lâmina permitido pela FIA e, em uma ocorrência sem precedentes, seu topo pontudo 'cavou' o cascalho britânico e acabou sendo quebrado.

O incidente gerou uma investigação da FIA, com direito a três reuniões do Comitê Técnico Consultivo, no qual todas as equipes têm um papel. Uma das conclusões foi que "a redação dos regulamentos atuais permite que as equipes homologuem seus santantônios com forças 'atuando' por um ponto mais baixo do que o pretendido. Isso pode levar a peça a resistir a forças menores do que originalmente pretendido pelos regulamentos". Ou seja, o design da Alfa não infringiu a regra.

Para 2023, a FIA determinou devidamente "uma alteração para exigir uma parte superior arredondada do aro [a fim de diminuir as chances de ocorrências como a do acidente de Zhou], o que reduzirá a chance de ele se enterrar no solo durante um acidente", além de "uma alteração para garantir uma altura mínima para o ponto de aplicação do teste de homologação" e "a criação de um novo teste de homologação física em que a carga empurra a peça para a frente".

Além disso, a FIA confirmou que introduzirá testes de carga muito mais rigorosos para 2024, dando às equipes tempo suficiente para cumprir os novos requisitos de segurança do órgão máxima do automobilismo.

The accident involving Zhou Guanyu, Alfa Romeo C42 at the start of the race

The accident involving Zhou Guanyu, Alfa Romeo C42 at the start of the race

Photo by: Mark Sutton / Motorsport Images

Entretanto, a Alfa já havia decidido que era tarde demais para abandonar seu design para 2023. No entanto, além de cumprir os requisitos de 2023, incluindo uma ponta mais curva, a equipe também decidiu cumprir os testes de carga previstos para 2024 como medida extra de segurança.

“Usaremos um santantônio completamente diferente”, disse o diretor técnico da Alfa, Jan Monchaux, ao Motorsport.com. "Ainda há uma 'lâmina', porque quando foi tomada a decisão de mudar ou ajustar as regras, foi em um ponto em que já tínhamos feito algumas decisões estratégicas sobre o que é transportado [de um ano para outro] e o que não é, das quais não poderíamos reverter, porque era tarde".

“E todas as outras equipes estavam em uma situação semelhante. Então, concordamos, entre a FIA e as equipes, que faríamos efetivamente três etapas. Um primeiro passo vem já em 2023, que é principalmente uma restrição geométrica para evitar 'arestas vivas' que cortam e coisas assim no topo, para tornar mais difícil para uma ponta em tal situação 'cavar' na pista. Para 2024, há algumas regras adicionais e alguns novos casos de carga que são mais exigentes, que todos terão de passar."

“O que decidimos fazer foi já antecipar nosso formato, investindo peso extra, para atender as regras de 2024. Por estarmos envolvidos no acidente, não queríamos apenas cumprir as exigências de 2023, fizemos mais um passo já, estritamente falando, sendo a peça legal para 2024."

Monchaux reconheceu que a FIA teria tornado obrigatórios os testes mais rigorosos para todas as equipes em 2023 se o incidente de Zhou e a investigação subsequente não tivessem acontecido tão tarde na temporada.

Alfa Romeo C43, detail

Alfa Romeo C43, detail

Photo by: Alfa Romeo

“Mesmo que provavelmente tenhamos um santantônio diferente em 2024, fizemos um esforço extra, porque precisávamos e nos sentimos obrigados a fazer isso por nossos pilotos. E também porque a FIA poderia ter mudado ainda mais para 2023, mas já era tarde. Em algum momento, você também precisa ser realista, não pode forçar as equipes em agosto a refazer um chassi para a temporada seguinte. É tarde demais."

"Portanto, ainda haverá uma lâmina, mas é um afastamento significativo do que tínhamos. É mais suave, mais 'gordo', mais forte. O aro original fez seu trabalho, as pessoas tendem a esquecer que Zhou não teve hematomas. Agora, faria um trabalho ainda melhor, vamos colocar assim...".

"Também estamos trabalhando muito com a FIA tendo 2026 em vista, para melhorar em geral a especificação do santantônio, porque há espaço para melhorias neste tópico, não apenas para nós. Podemos fazer um trabalho melhor neste assunto para 2026, quando teremos novas regras."

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