F1: Russell reclama de vaias e fala sobre esforço para 'eliminar' o racismo
Piloto fala sobre vaias que recebeu no GP do Canadá, mas também aborda sobre polêmicas da última semanas “temos de fazer mais contra o racismo”
A popularidade da Fórmula 1 tem crescido de maneira significativa nos últimos anos, acompanhada de uma polarização dos fãs, que, ao mesmo tempo, apoiam seus pilotos favoritos, mas não são amigáveis de outros competidores – vide as vaias que Max Verstappen sofreu no GP da Grã-Bretanha.
George Russell revelou uma situação que aconteceu com ele, quando ele foi vaiado por uma fã, sem razão aparente, durante o desfile dos pilotos no GP do Canadá.
“Acho que à medida em que seu perfil aumenta, existem muitos pontos positivos que vem com isso, sem dúvida”, afirmou. “Mas também há desvantagens, que precisam de alguns ajustes. Em Montreal, alguém gritou meu nome e me vaiou”, completou.
“Tem coisas que você precisa se acostumas e apenas aceitar que este é, infelizmente, o mundo e a sociedade que vivemos no momento. Este é outro exemplo de algo que precisa ser eliminado”, declarou Russell.
“O que dá a esse cara o direito de vaiar alguém? O que dá o direito para esses fãs de futebol que abusam dos jogadores? Eles estão apenas fazendo o seu trabalho, entregando o seu melhor para ter uma carreira. Eu acho que isso é o que muitas pessoas não apreciam nessa posição”, prosseguiu.
George Russell, Mercedes-AMG
Photo by: Steve Etherington / Motorsport Images
Russell expressou seu apoio às mensagens antirracismo que vieram de diversos stakeholders da Fórmula 1 diante das declarações de Nelson Piquet e Juri Vips.
“Eu penso que está claro que todos nós precisamos fazer mais para eliminar o racismo, não apenas do mundo do automobilismo, mas de toda sociedade. Eu acho que temos de ir além disso, como o abuso que as pessoas recebem online”, declarou.
"É ótimo ver tantos se unirem e apresentarem suas opiniões e acho que todos temos o dever de fazer mais. E é chocante ver nos dias de hoje que ainda continuamos com isso”, prosseguiu.
Ao ser perguntado sobre o posicionamento da F1, se era suficiente nessa luta, ele questionou sobre o encerramento do gesto antirracismo antes das corridas, nos quais os pilotos ficavam de joelho.
"Eu não vi a declaração da própria F1, então não posso comentar apenas sobre isso. Mas acho já se passaram dois anos desde a primeira corrida em 2020, quando todos nós nos ajoelhamos na Áustria. Quando veio a decisão de pararmos, muita gente argumentou os motivos dessa interrupção, pois o racismo não foi resolvido e existe abuso racista por aí. Tem muita coisa ainda”, argumentou.
“Essa semana foi chocante ver duas pessoas de espectros diferentes, alguém que já fez sua jornada, que é de uma geração antiga, mas vimos isso com um jovem. Eu acho que temos de fazer mais”, completou.
Como presidente da Associação dos Pilotos da F1 (GPDA), Russell foi questionado se seria discutido o retorno do gesto antirracista antes das corridas. “Não tenho certeza do que vamos falar, mas existem conversas que precisamos ter entre nós para usar nossa plataforma para um bem maior”, disse.
“Falamos muito nos últimos anos, seja sobre saúde mental, combate ao racismo ou abuso social. Somos apenas pilotos de corrida, não políticos. Todos nós sentimos esse dever de usar nossa plataforma para não apenas ajudas as pessoas, mas também ser uma forma de nos educarmos também”, finalizou.
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