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Ferrari e Mercedes no topo? O que esperar de cada equipe na F1 em 2019

Mundial começa neste fim de semana na Austrália e promete nova briga entre Ferrari e Mercedes pelo título

Race start

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Erik Junius

Por Gabriel Lima, Gustavo Faldon e Carlos Henrique Costa*

Enfim, acabou a espera. A Fórmula 1 volta neste fim de semana com o Grande Prêmio da Austrália, prova que abre a temporada de 2019, na madrugada de domingo.

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Depois de duas sessões de pré-temporada, é difícil cravar com precisão qual o verdadeiro ritmo de cada carro, mas parece claro nesse momento que Ferrari e Mercedes novamente vêm com tudo em busca do título.

Lewis Hamilton vai conquistar o hexa? Sebastian Vettel vai igualar o inglês? A equipe do Motorsport.com Brasil analisou o que devemos esperar de cada equipe em 2019.

Mercedes

Lewis Hamilton, Mercedes-AMG F1 W10

Lewis Hamilton, Mercedes-AMG F1 W10

Photo by: Mark Sutton / Sutton Images

O time alemão, como vencedor dos cinco últimos campeonatos, chega como favorito. No entanto, a Ferrari mostrou nos dois últimos anos que pode bater de frente, e na pré-temporada os comentários gerais (incluindo os da Mercedes) são de que os italianos estão realmente com o melhor conjunto – algo fundamentado pelas várias atualizações trazidas para o W10 na segunda semana de testes.
Porém, apesar de a olho nu estar um pouco atrás, o time conta com Lewis Hamilton na melhor fase da carreira. No último ano, o britânico mostrou-se imbatível dentro da pista.

Do outro lado, 2019 será de definição para Valtteri Bottas, que entra em seu último ano de contrato vindo de uma temporada muito ruim, sem vencer nenhuma prova. O finlandês tem como fantasma o francês Esteban Ocon – terceiro piloto do time, após perder seu lugar na Racing Point pela chegada dos dólares da família Stroll.

Ferrari

Sebastian Vettel, Ferrari SF90

Sebastian Vettel, Ferrari SF90

Photo by: Zak Mauger / LAT Images

Depois de liderar a pré-temporada pelo quarto ano seguido, o time italiano quer ganhar seus primeiros títulos de pilotos e construtores desde 2007 e 2008, respectivamente. Para isso, a organização foi reforçada: Maurizio Arrivabene deu lugar na chefia do time para Mattia Binotto – apontado como principal responsável pela grande melhora da Ferrari no decorrer da era híbrida.

Na dupla de pilotos, o time também se fortificou, trocando o veterano Kimi Raikkonen pelo novato promissor Charles Leclerc. Muitos apontam que o monegasco pode incomodar o alemão Sebastian Vettel, após um 2018 instável. Credenciais não faltam, já que Leclerc foi campeão da GP3 e da Fórmula 2 antes de chegar à F1 no ano passado e surpreender na Sauber. Ainda assim, o desafio não é pequeno: Vettel é tetracampeão mundial e está ansioso para se recuperar das cinzas do último ano.

Red Bull

Max Verstappen, Red Bull Racing RB15

Max Verstappen, Red Bull Racing RB15

Photo by: Jerry Andre / Sutton Images

O time perdeu Daniel Ricciardo, mas ainda conta com o talentoso Max Verstappen e vê a chegada de um novo motor após anos de críticas à Renault. A unidade da Honda dá esperanças ao time, já que mostrou boa confiabilidade nos testes de pré-temporada. Por isso, o time alterna empolgação com cautela, mas em geral acredita que será capaz de lutar por vitórias mais frequentemente neste ano, apesar de em paralelo ainda precisar desenvolver seu motor para estar à altura de Mercedes e Ferrari.

A incógnita da equipe fica por conta do francês Pierre Gasly. O campeão da GP2 em 2016 não mostrou muita firmeza ao volante na pré-temporada, destruindo o novo RB15 em cada uma das duas semanas de testes.

Williams

Robert Kubica, Williams FW42

Robert Kubica, Williams FW42

Photo by: Zak Mauger / LAT Images

Depois do pior ano de sua história, onde ficou na última posição entre os Construtores, a Williams deve ficar no fim do grid mais uma vez. Sem o aporte financeiro dos Stroll e com um novo patrocinador, a equipe britânica perdeu dois dias inteiros da pré-temporada com atraso no FW42 e quando andou ficou quase 3s atrás de Ferrari e Mercedes.

A Williams deu cerca de 600 voltas a menos que a Mercedes na pré-temporada. A volta de Robert Kubica à Fórmula 1 parece que será nas últimas posições do grid, enquanto George Russell buscará adquirir experiência em seu ano de estreia.

Toro Rosso

Daniil Kvyat, Scuderia Toro Rosso STR14

Daniil Kvyat, Scuderia Toro Rosso STR14

Photo by: Glenn Dunbar / LAT Images

Alexander Albon e Daniil Kvyat fizeram, respectivamente, o sexto e sétimo melhores tempos da segunda semana da pré-temporada. Mais importante que isso, a Toro Rosso foi a quarta equipe que mais andou em Barcelona, mostrando que a confiabilidade do motor Honda é alta.

A Toro Rosso ficará feliz a cada vez que pontuar nas provas. Albon deve incomodar Kvyat, que recebeu uma rara segunda chance de um assento titular na Fórmula 1 depois de um ano como piloto de desenvolvimento da Ferrari.

McLaren

Lando Norris, McLaren MCL34

Lando Norris, McLaren MCL34

Photo by: Glenn Dunbar / LAT Images

Em 2018, a McLaren começou até que bem o ano, mas caiu na sequência, provando que claramente não era só a Honda o problema. Sem Alonso no dia a dia, o clima na equipe tem tudo para melhorar. Mas ainda é muito cedo para pensar em pódios e vitórias em circunstâncias normais.

O sangue jovem de Carlos Sainz e Lando Norris pode dar um novo ânimo para o time. E cada um deles chegou a liderar uma sessão de testes da pré-temporada. Zak Brown já disse que reestabelecer a McLaren no topo é um processo, e a gente pode estar vendo o meio dele.

Renault

Nico Hulkenberg, Renault F1 Team R.S. 19

Nico Hulkenberg, Renault F1 Team R.S. 19

Photo by: Mark Sutton / Sutton Images

Após ficar na quarta posição no último mundial de construtores, a Renault busca se aproximar do pelotão da frente, composto por Mercedes, Ferrari e Red Bull. Para atingir o objetivo, a equipe francesa trouxe um reforço de peso: Daniel Ricciardo. O piloto é visto como um dos melhores do grid e parece ter se entrosado com o competente Nico Hulkenberg durante a pré-temporada.

Por outro lado, a Renault ainda fica atrás das equipes mais fortes em termos de unidade de potência. Não à toa, a Red Bull trocou o motor francês pela Honda, que parece ter feito uma unidade motriz razoável. Em termos aerodinâmicos, o RS19 parece estável, mas a equipe não pode estagnar o desenvolvimento do carro como fez no ano passado, nem descuidar da confiabilidade. A Renault deve começar o ano na ponta do pelotão intermediário, mas a briga será acirrada.

Alfa Romeo

Kimi Raikkonen, Alfa Romeo Racing C38

Kimi Raikkonen, Alfa Romeo Racing C38

Photo by: Zak Mauger / LAT Images

Depois de boa temporada com a Sauber em 2018, agora a equipe leva apenas o nome da montadora italiana, embora a parceria continue. O time dependerá da experiência de Kimi Raikkonen para continuar o desenvolvimento do carro de 2019. O C38 foi bem nos testes de pré-temporada e tende a melhorar ao longo do ano, como foi em 2018. 

Ao lado do finlandês, Antonio Giovinazzi foi bem em Barcelona, mas precisa amadurecer, já que foi irregular nos GPs que disputou. Melhor que Ericsson? Provavelmente. Além disso, a Alfa tem de melhorar a confiabilidade do C38. Nos testes, Raikkonen teve problemas. Mas a expectativa é de evolução no pelotão médio, na briga com Renault, Toro Rosso e McLaren. A equipe terá a saudável mistura de experiência e vontade, e está mais organizada neste segundo ano de Alfa Romeo.

Haas

Romain Grosjean, Haas F1 Team VF-19

Romain Grosjean, Haas F1 Team VF-19

Photo by: Glenn Dunbar / LAT Images

O time norte-americano vai para o seu quarto ano na F1 mais estruturado. Porém, ainda não pode se dar ao luxo de sonhar alto, tendo em vista a dominância do pelotão de frente e a acirrada batalha que deve ocupar os times médios em 2019. De toda forma, o VF-19, com novo visual, agradou ao chefe Gunther Steiner. Impulsionado pelo motor Ferrari, o novo carro é rápido e aparenta ter um pacote aerodinâmico melhor que dos anos anteriores. 

Mas ainda há problemas de confiabilidade a serem resolvidos. E os pilotos não são os mais regulares. Apesar do bom 2018, Magnussen não é confiável. Já Grosjean é um pouco melhor, mas não se adaptou ao carro do ano passado e está em má fase. Quem sabe sobra uma vaga para o piloto de testes Pietro Fittipaldi... Fato é que a Haas vem bem, mas suas concorrentes também melhoraram. A equipe brigará no meio do grid contra times como Alfa, McLaren e Racing Point.

Racing Point

Sergio Perez, Racing Point F1 Team RP19

Sergio Perez, Racing Point F1 Team RP19

Photo by: Jerry Andre / Sutton Images

A antiga Force India é uma das maiores incógnitas do campeonato. Isso porque o carro que chegará em Melbourne será completamente diferente do que foi aos testes, segundo o chefe de equipe. E o que se viu do RP19 foi pouco conclusivo. O novo carro não é um foguete, mas até tem um bom rendimento, principalmente com Sergio Pérez. A escuderia, no entanto, foi a segunda com menos quilometragem na pré-temporada, apenas à frente da Williams.

E se deve ter mais dinheiro do que nos últimos tempos, talvez perca a tradição da Force India de se desenvolver ao longo do ano. A ver. A grana, aliás, pode render problemas, já que a fonte dos recursos financeiros significa Lance Stroll atrás do volante. O canadense é considerado o pior piloto do grid e pode causar problemas ao consistente Pérez. Um alento é a unidade motriz feita pela Mercedes. De todo modo, a equipe inglesa começa o ano na rabeira do pelotão intermediário.

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