Há 10 anos, Mercedes anunciava Hamilton; relembre história e números do heptacampeão com a equipe

Na época, mudança de equipe foi vista com dúvidas, devido à sua posição na McLaren, mas parceria mudou a cara da F1 moderna

Sir Stirling Moss, Mercedes-Benz W196 and Lewis Hamilton, Mercedes AMG F1

Há exatos dez anos, em 28 de setembro de 2012, a Mercedes fazia um anúncio que mudaria a cara da Fórmula 1 moderna. Dias após o GP de Singapura, vencido por Sebastian Vettel e que marcava a arrancada do alemão da Red Bull pelo tricampeonato, o time de Brackley confirmava a contratação de Lewis Hamilton para um acordo válido por três anos.

O resto, é história. Enquanto a Red Bull ainda dominou a categoria no primeiro ano de Hamilton na Mercedes, 2014 trouxe o início da era híbrida e o começo da maior dinastia da história da F1, com a dobradinha conquistando 15 dos 16 títulos disputados entre 2014 e 2021.

Leia também:

Dos oito Mundiais, Hamilton conquistou seis destes, perdendo a disputa na última corrida em 2016 para o companheiro de equipe Nico Rosberg e em 2021 para Max Verstappen, em uma final polêmica lembrada por fãs e pela categoria até hoje.

Mas, naquele momento, o anúncio chamou a atenção, por dois motivos. Primeiro, a ligação de longa data de Hamilton com sua equipe do momento, a McLaren. O time de Woking ajudou o britânico ao longo de sua carreira nas categorias de base, além de ser a casa do campeão de 2008 desde a sua estreia na F1.

O segundo eram as dúvidas que haviam em torno do projeto da Mercedes na F1 naquele momento. A montadora havia retornado à categoria em 2010, assumindo as operações da Brawn GP e, apesar de ter obtido a primeira vitória nessa era mais cedo naquele ano, com Nico Rosberg no GP da China, o potencial da Mercedes ainda não era conhecido, terminando os campeonatos de 2010 a 2012 na quarta e quinta colocações do Mundial.

Felipe Motta, apresentador dos canais ESPN que cobria in loco a F1 naquele período para a rádio Jovem Pan, falou sobre a percepção geral do paddock no momento em que o anúncio foi feito:

"Ninguém tratou necessariamente como um erro. Foi tratado como uma aposta arriscada, porque naquele momento não havia a percepção de queda da McLaren embora já houvessem alguns indícios, como a perda do Santander como patrocinador, a competição com a Mercedes".

"Então já havia uma percepção de que a McLaren poderia mudar de patamar, mas não que passaria os problemas que passou nos anos seguintes. Até porque ele seguia vencendo com a McLaren, bateu na trave mais de uma vez na luta pelo título...".

"E a Mercedes ainda não tinha isso, ela tinha vencido só uma corrida com Rosberg até então. Tinha ainda a história do fiasco do [Michael] Schumacher. Então não foi tratado como uma loucura do Hamilton, mas sim algo como 'o que ele viu que ninguém mais viu?'. Porque naquela época parecia um erro sair da McLaren para correr pela Mercedes".

Corroborando com o que Motta disse, o comunicado da Mercedes anunciando a contratação de Hamilton batia bastante na tecla da equipe podendo lutar por títulos em um futuro próximo.

"Agora é hora de assumir um novo desafio, e estou animado por começar um novo capítulo com a equipe Mercedes", disse Hamilton. "A Mercedes-Benz tem uma herança incrível no esporte a motor e uma paixão pela vitória que eu compartilho".

"Juntos, podemos crescer e enfrentar esse novo desafio. Acredito que posso ajudar a guiar as Flechas de Prata para o topo, atingindo nossas ambições conjuntas de conquistarmos títulos".

Ross Brawn, chefe da equipe à época, elogiou a contratação de Hamilton e como isso era prova de que a Mercedes estava montando a construção para um futuro sólido.

"A chegada de um piloto do calibre de Lewis é testamento da posição da Mercedes na F1 e tenho orgulho em dizer que Lewis compartilha de nossa visão e ambição por sucesso. Acredito que a combinação de Lewis e Nico [Rosberg] será a mais dinâmica e emocionante do grid no próximo ano".

"Nos últimos anos, montamos a fundação necessária para competirmos regularmente pelo título. O potencial está ali para igualarmos as outras equipes do grid, que é o padrão mínimo para uma equipe oficial da Mercedes".

No primeiro ano juntos, Hamilton e Rosberg conquistaram três vitórias para a equipe, que ficou com o vice entre os Construtores, mas sem dar indicativos do que viria a seguir.

A Mercedes iniciou a era turbo híbrida em uma posição muito melhor que as rivais, abrindo de cara o domínio da categoria. Foram 16 vitórias nas 19 corridas da temporada 2014, perdendo apenas para Daniel Ricciardo na Red Bull, e a conquista da primeira dobradinha de títulos veio fácil, garantindo a Hamilton o bicampeonato.

Em 2015 o britânico levou o terceiro, mas o clima na equipe começava a azedar, culminando em um campeonato tenso em 2016, onde Rosberg levou a melhor antes de surpreender o mundo com o anúncio de sua aposentadoria.

Após a saída do alemão, Hamilton tinha o domínio total da Mercedes, com seu novo companheiro, Valtteri Bottas, assumindo de cara o papel de segundo piloto. E mesmo com o momento de Sebastian Vettel e da Ferrari em 2017 e 2018, o britânico só passou a ser realmente ameaçado no ano passado, com o surgimento de Max Verstappen e a Red Bull.

O ano de 2022 trouxe o início de uma nova era na F1, com o retorno dos carros de efeito solo e, com isso, a queda da gigante. A Mercedes não luta pelos títulos neste ano, e chega à 17ª etapa da temporada ainda sem vitórias, mas Hamilton e seu novo companheiro, George Russell, lutam com frequência por pódios, buscando colocar a equipe novamente na ponta.

Hoje, aos 37 anos, Hamilton já é questionado com frequência sobre uma possível aposentadoria, a qual o piloto nega, afirmando que ainda ama o que está fazendo. No momento, ele tem contrato garantido com a equipe até o fim de 2023, mas já sinalizou que pretende continuar.

Independente de se colocar novamente na luta por títulos no futuro ou não, é inegável o impacto que a parceria Hamilton - Mercedes teve para a história da Fórmula 1, criando uma das duplas mais dominantes de todos os tempos.

Confira os números de Lewis Hamilton na Mercedes desde 2013:

GPs disputados 194
Títulos conquistados 6 (2014, 2015, 2017, 2018, 2019, 2020)
Vitórias conquistadas 82
Pole positions 77
Voltas mais rápidas 49
Pódios 139
Pontos obtidos 3.420,5

BEBEDEIRA e ZOEIRA: Rubinho e Massa citam Kimi, Schumi e Alonso como PARÇAS. Mas quem são os CHATOS?

Podcast #197 - Na berlinda, qual será o futuro de Ricciardo e Schumacher?

 

ACOMPANHE NOSSO PODCAST GRATUITAMENTE:

In this article
Guilherme Longo
Fórmula 1
Be the first to know and subscribe for real-time news email updates on these topics

Faça parte da comunidade Motorsport

Join the conversation
Artigo anterior Bahrein será o palco da pré-temporada de 2023 da F1
Próximo artigo F1: Em primeiro 'match point', veja resultados que dariam o bicampeonato a Verstappen em Singapura

Principais comentários

Cadastre-se gratuitamente

  • Tenha acesso rápido aos seus artigos favoritos

  • Gerencie alertas sobre as últimas notícias e pilotos favoritos

  • Faça sua voz ser ouvida com comentários em nossos artigos.

Edição

Brasil Brasil
Filtros