Kimi: "Não deixo passar fácil, mas não luto como um louco"

A cena do GP do Brasil, quando disputou roda a roda com Michael Schumacher no S do Senna e, apesar de ter ficado à frente e ter sido duro na manobra, dar espaço suficiente ao alemão é uma das grandes marcas de Kimi Raikkonen. Conhecido como um dos pilotos mais limpos em disputas por posição, o piloto da Lotus diz que isso “é sempre melhor do que ter uma reputação por bater em todas as corridas”.

Mas será que isso não seria uma desvantagem, uma vez que os pilotos tendem a temer mais aqueles que fariam de tudo para ganhar uma posição. “Nunca sofri por isso”, garantiu ao jornal finlandês Turun Sanomat. “Não deixo ninguém passar facilmente, mas definitivamente não vou ficar lutando como um louco se não tiver a possibilidade de manter um piloto atrás de mim. Ao fazer isso, você perde mais tempo porque o outro vai conseguir passar de qualquer jeito”, ensina. “Se for, por exemplo, um segundo mais lento, posso mantê-lo atrás por um tempo, mas com tanta diferença de velocidade inevitavelmente serei ultrapassado.”

O talento de Kimi para decidir quando e até que ponto lutar por posições é algo reconhecido no grid. Para Fernando Alonso, “ao lutar com um grande campeão como Kimi a sensação é diferente e você se sente muito mais seguro”.

Além de ter mostrado que sua noção nas batalhas dentro da pista continua a mesma após dois anos disputando o Mundial de Rali, Raikkonen voltou ainda ao rol dos vencedores de GP ao conquistar a prova de Abu Dhabi. Porém, o finlandês acredita que poderia ter vencido mais. “Poderíamos ter ganhado em Bahrein e na Hungria. Só precisávamos de uma posição melhor de largada. Também houve outras corridas que [poderiam ser melhores] se tudo tivesse dado certo na classificação”, reconheceu. “Claro que todos sempre preferem ganhar do que chegar em segundo. Não mudou meu mundo mas pelo menos as perguntas se eu acredito que poderia vencer novamente acabaram.”