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Massa fala como foi ter Schumacher e Alonso como companheiros de equipe: "Sofri um pouco mais com Fernando"

Em entrevista a um programa espanhol, Felipe comparou seu primeiro e último companheiros de Ferrari

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Das 15 temporadas que passou na Fórmula 1, Felipe Massa correu oito deles na Ferrari. E, nesse período, correu com dois companheiros que frequentemente são vistos em listas de melhores de todos os tempos: Michael Schumacher e Fernando Alonso. Mas qual deles o brasileiro considera o melhor, com maior talento?

Em entrevista ao programa espanhol Carrusel Deportivo, o brasileiro tentou responder a essa difícil pergunta, falando como que foi correr ao lado de ambos.

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Massa correu ao lado de Schumacher apenas uma temporada, em 2006, a última do alemão antes de sua primeira aposentadoria. E terminou o ano, seu primeiro com a Ferrari em terceiro no mundial de pilotos, atrás de Schumacher e do próprio Alonso.

"É uma comparação muito difícil hein. Porque eu via Schumacher como um piloto incrível. Era como pensar no Michael Jordan. E eu cheguei na Ferrari para ser companheiro dele. O Michael tinha a equipe para ele e uma experiência incrível".

Para Massa, o momento vivido ao lado de Michael era incrível, por ser jovem e ter a possibilidade de aprender ao lado de um ídolo. Mas afirmou que o talento de Alonso era muito similar ao do alemão.

"Eu vivi um momento incrível correndo ao lado do Michael. Eu ainda era um jovem naquela época. E depois encontrei um piloto com um talento muito parecido e uma capacidade similar".

"Eu sofri um pouco mais com Fernando, porque era um momento diferente. Com Schumacher era uma coisa mais 'tenho que aprender com ele, tenho que crescer'. Com Fernando eu não era mais jovem. Tinha que competir, tinha que lutar".

Massa correu ao lado de Alonso entre 2010 e 2013. O espanhol já chegou à equipe buscando o status de primeiro piloto, enquanto Massa estava retornando à atividade após o grave acidente sofrido no GP da Hungria no ano anterior.

Ao longo desses quatro anos, Alonso conquistou dois vice-campeonatos, em 2010 e 2012, perdendo para Sebastian Vettel na última etapa da temporada em ambas as ocasiões.

Enquanto isso, Massa não conseguia obter a mesma performance do espanhol e acabava preterido mesmo em provas que tinha um rendimento melhor, como foi o caso do GP da Alemanha de 2010 e a famosa ordem "Fernando is faster than you".

"A nossa relação era muito profissional. Inclusive tenho uma relação muito boa com Fernando, mas sofri um pouco mais com ele. Tenho que dizer que é um piloto incrível, de capacidade fantástica".

"É muito difícil dizer quem tinha mais talento. Os dois são muito completos".

GALERIA: Relembre toda a trajetória do brasileiro Felipe Massa na Fórmula 1

Um detalhe sobre o início de carreira de Felipe Massa é que seu primeiro contato com o esporte a motor foi com o motocross, como ele próprio relatou no filme Heroes. Ao vê-lo começar a saltar cada vez mais alto e se machucar, seu pai, Titônio, decidiu apresentar o kart ao futuro orgulho da família.
Massa começou a correr de kart em 1989 e competiu no Brasil até 1999, quando foi campeão nacional de Fórmula Chevrolet. O passo seguinte, naturalmente, foi a Europa.
Ele se destacou ao chegar no Velho Continente, com títulos na Fórmula Renault (2000) e F3000 Europeia (2001). Isso, obviamente, o colocou nos radares da F1.
Em setembro de 2001, Massa fez seu primeiro teste na F1, em Mugello, e causou boa impressão. Já debaixo das asas da Ferrari, o jovem piloto conseguiu garantir uma vaga de titular na Sauber no ano seguinte.
Massa teve alguns desempenhos de destaque e fechou o campeonato em 13º, com quatro pontos. Porém, a inconstância cobrou seu preço, e o brasileiro perdeu sua vaga.
Massa, então, passou o ano de 2003 testando o carro da Ferrari e trabalhando de perto com Michael Schumacher e Rubens Barrichello. Mesmo sem competir, foi uma temporada de aprendizado para o ainda jovem piloto.
Mais maduro, Massa voltou ao grid pela Sauber em 2004. Apesar de ter sido derrotado por Giancarlo Fisichella, o brasileiro cresceu com o passar da temporada, especialmente com as segundas filas obtidas na China e no Brasil.
Massa foi mais sólido em 2005: derrotou Jacques Villeneuve no duelo interno e bateu na trave do pódio com um quarto lugar no Canadá. Com a saída de Barrichello da Ferrari, abriu-se a vaga desejada para se juntar à escuderia italiana no ano seguinte.
Massa competiu ao lado de Schumacher e deixou boa impressão em 2006: esteve com consistência no pódio e fechou o ano em terceiro, atrás apenas do alemão e de Fernando Alonso, que disputaram o título. Os destaques ficaram nos GPs da Turquia e do Brasil, suas primeiras vitórias.
Sem Schumacher 2007, Massa ganhou espaço e se colocou no páreo da disputa pelo título no começo do ano. Porém, Kimi Raikkonen cresceu com o passar do ano, o que deu ao finlandês seu primeiro título na F1.
Em 2008, Massa fez sua campanha mais forte, com seis vitórias e ocupando a posição de real protagonista. Mas, como todos sabem, o título escapou das mãos por pouco: ele ficou apenas 1 ponto atrás de Lewis Hamilton, o campeão.
A Ferrari não veio tão forte em 2009, mas Massa ainda continuava com boas atuações. Contudo, sua campanha foi interrompida com o acidente da Hungria, que o deixou de fora da segunda metade da temporada.
Quando voltou à ativa em 2010, Massa encontrou uma situação diferente na Ferrari, desta vez com Alonso como parceiro. O brasileiro teve dificuldades dentro e fora da pista, e seu ano ficou marcado pelos fatídicos acontecimentos do GP da Alemanha, quando cedeu a liderança para o espanhol.
Em 2011, mais uma vez a Ferrari não se acertou, e Massa teve dificuldades a mais do seu lado da garagem. O piloto foi bastante apagado ao longo da temporada e teve sua primeira campanha na Ferrari sem sequer obter um pódio.
No geral, 2012 foi um pesadelo para Massa. Enquanto Alonso disputou o título, o brasileiro tinha dificuldades para pontuar no início da campanha. Porém, ele ganhou terreno com o passar do campeonato e fechou o ano com dois pódios, no Japão e no Brasil.
Mais um pódio foi para sua conta em 2013, mas sua relação com a Ferrari chegou ao ponto de ruptura. Com um discreto oitavo lugar na tabela, o brasileiro deixou a equipe italiana.
Massa encontrou espaço na Williams a partir de 2014, que havia tido temporada ruim no ano anterior. Mas, surpreendentemente, a equipe deu a volta por cima, o que possibilitou a Massa uma pole position e três pódios.
Massa anotou mais dois pódios em 2015 e se destacou no GP da Grã-Bretanha, quando liderou a primeira fase da prova. Acabou o campeonato em sexto, logo atrás do parceiro, Valtteri Bottas.
Massa fez campanha inconstante em 2016 e se viu ameaçado com a chegada do ‘endinheirado’ Lance Stroll. Assim, anunciou que se aposentaria da categoria ao fim daquele ano.
Porém, a aposentadoria de Nico Rosberg abriu espaço para a ida de Bottas à Mercedes, o que proporcionou que Massa voltasse à Williams em 2017. O brasileiro prevaleceu no duelo contra o jovem canadense, mas, desta vez, sua despedida foi confirmada.
Massa fechou seu período na F1, com 269 corridas, 11 vitórias, 41 pódios e 16 poles, sendo o último representante do país na maior categoria do automobilismo mundial.
Em 2018, Massa anunciou que correria na categoria totalmente elétrica, a Fórmula E. Na primeira temporada, seu melhor resultado foi em Mônaco, na terceira posição. Ainda em fase de aprendizado, o brasileiro foi o 15º colocado no campeonato.
Na atual temporada, interrompida por causa da pandemia do novo coronavírus, Massa é apenas o 19º colocado, após cinco provas.
Fora das pistas, Massa ocupa o cargo de presidente da Comissão Mundial de Kart da FIA, ajudando a trazer o Mundial de Kart ao Brasil, mais precisamente a Birigui. Inicialmente o campeonato seria realizado em outubro deste ano, mas como consequência do coronavírus, terá que ser realizado em 2021.
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