Montezemolo aponta principais erros que levaram à crise da Ferrari: "Pensavam que poderiam vencer com um estalar de dedos"
Ex-presidente da montadora falou sobre a falta de cultura híbrida, as pessoas erradas à frente e a insistência na "italianização"
O ex-presidente da Ferrari, Luca di Montezemolo, voltou a analisar a situação da equipe na Fórmula 1, destacando os principais erros que levaram à essa crise e falando o que poderia ter sido feito de diferente para evitar esse momento atual da Scuderia.
Em entrevista ao canal alemão RTL, Montezemolo, que esteve à frente da Ferrari por quase duas décadas, destacou que o primeiro grande erro da montadora foi a falta de cultura híbrida na equipe, algo que a equipe paga "muito caro".
"Subestimamos a complexidade da nova unidade de potência. Em comparação com a Alemanha, não tínhamos cultura de motores híbridos na Itália".
Além dos problemas com a unidade de potência híbrida, Montezemolo destacou que há na Ferrari uma crise de direção, iniciada após a sua saída da montadora e de Stefano Domenicali da equipe. Para o italiano, isso ainda causou mais um grande erro: deixar James Allison sair.
"As pessoas que estavam a frente da Ferrari nesse momento não tinham nem a experiência nem a competência necessária. Pensavam que poderiam ganhar rápido na Fórmula 1 com um simples estalar de dedos".
"Outro grande erro foi deixar James Allison ir. Eu falo dele, mas posso falar de outros também. A equipe cometeu o erro de mandar engenheiros muito bons da equipe de carros de rua para o departamento de Fórmula 1. Mas, para o Mundial, são necessárias habilidades completamente diferentes".
Allison teve duas passagens pela Ferrari em sua trajetória. A primeira entre 2000 e 2005, trabalhando na época de maior sucesso da equipe, quando Michael Schumacher dominou a categoria. Já a segunda foi entre 2013 e 2016, depois de passar uma temporada na Renault / Lotus.
Após sua saída da Ferrari, Allison foi para a Mercedes e se tornou um dos grandes responsáveis pelo domínio da equipe alemã nos últimos anos.
A última crítica feita por Montezemolo é algo muito discutido até hoje no mundo da F1: a "italianização" da equipe, ou seja, a decisão de dar preferência a funcionários italianos. Para ele, Enzo Ferrari não concordaria com isso.
"Enzo sempre me dizia que se o melhor piloto está na Guatemala, precisamos ir até lá por ele, e o mesmo para os engenheiros".
"Precisamos contratar os melhores para melhorar o rendimento. E esses engenheiros também podem ajudar os jovens talentos a se desenvolverem neste aspecto", explicou.
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