Confirmado até o fim do ano pela Renault, Bruno Senna vem colhendo os frutos dos bons desempenhos na Hungria, testando, e em Spa, como titular.
Desde sua estreia, Bruno Senna conseguiu dois grandes patrocínios brasileiros e confessou que tudo foi trabalhado em conjunto com a equipe. E isso, inclusive, fez Eric Boullier vir para o Brasil. Como resultado, além do patrocínio, o sobrinho de Ayrton Senna ganhou maior tranquilidade.
"Claro que estar confirmado faz diferença na parte da confiança. Sei que tenho chance de trabalhar de olho no progresso, tirando um pouco daquela urgência de provar o que sou capaz. Comecei bem em Spa e quero usar como base para melhorar."
"Os patrocinadores chegaram em ótima hora. Assim que fui confirmado, os patrocinadores fecharam rápido. Eu nunca vi. O interesse está no Brasil e aqui na equipe também, que conseguiu quatro novos patrocínios. Isso mostra que estamos indo para a frente. Para o ano que vem, vai depender de como eu ando e quero mostrar que sou capaz de estar na F-1", comenta.
Ele admite que a combinação dos nomes Senna, Lotus e Renault ajudou: "Quando aproxima a empresa dessa combinação é mais fácil de começar. Entre a reunião boa e o patrocínio demora. Nas reuniões, a equipe estava envolvida, o Eric participou. Aí que a gente conseguiu tão rápido. Patrocínio não é fácil e ter um bom resultado com uma boa equipe só contribui."
O astral alto foi confirmado após a corrida de Spa, nas reuniões pós-GP. Os dados coletados foram positivos e Bruno, inclusive, pôde entender o que aconteceu na primeira curva, quando acertou Jaime Alguersuari, da Toro Rosso.
"Eles estão muito satisfeitos com a performance no fim de semana e descobriu o que me levou a bater na curva 1: não freei tarde, só não o fiz forte o suficiente. Agora sei o que fazer", relata Senna, que foi bem em comparação ao parceiro Vitaly Petrov.
"Eu saí de Spa contente. Lá no fundo, tive um pouco de desapontamento com a curva 1, mas, no geral, estou muito contente com a performance. A minha família, todos em casa ficaram contentes e, de certa forma, foi muito positivo. Fui na equipe terça-feira, fiz reuniões com engenheiros para conversar sobre Spa e Monza e todos estavam satisfeitos. Eles estavam contentes, fazendo cálculos e viram que meu ritmo era bom se comparado ao Petrov"
"Trabalhamos muitas ideias no fim de semana, coisas no carro além do downforce. Tínhamos um pacote para o fim de semana que não veio, uma pena. Seria um pacote legal que vai para Cingapura. O fim de semana começou de uma forma bem positiva e estou animado para sentar no carro e acelerar."
Para a corrida e os treinos, Bruno busca repetir o desempenho dos treinos de Spa, além de fazer coisas que a chuva impediu em Spa. "Eles não me deram meta, mas não depende só de mim, depende do carro. Em Spa foi difícil julgar por conta das condições, mas aqui teremos uma ideia melhor de onde estar. Acredito que largar em sétimo ou oitavo deve ser nosso objetivo para o fim de semana."
"Faltou andar no seco para acertar o carro. É diferente ir para uma corrida sem o trabalho de acerto. Em Monza será um desafio mais tranquilo tecnicamente em termos de progresso. Isso vai ser novo para mim e temos uma ideia boa. Precisamos entender como funcionam os pneus de corrida e isso é muito importante. Na última pista, perdi cinco segundos por estar com o pneu errado. Agora tenho uma sensação melhor do que o carro pode fazer."
Por fim, o brasileiro relembrou e destacou o aprendizado que teve com a Hispania: "Andei em Spa com a Hispania e, mesmo o carro sendo lento, você entende o que pode fazer. É um F-1. Ter de estar mais atento com o carro me ajudou a ter mais tempo de concentração. Tive um grande momento na Eau Rouge. Se tivesse andado sempre em um carro estável talvez tivesse errado mais."
(Colaborou Luis Fernando Ramos, de Monza)
