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Pilotos têm "quatro pontos claros" para melhorar show na Fórmula 1

Associação dos Pilotos de GPs apresentou quatro opções para melhorar o espetáculo em uma reunião sobre os regulamentos da Fórmula 1 de 2021

Romain Grosjean, Haas F1 Team VF-19, and Kevin Magnussen, Haas F1 Team VF-19, make contact ahead of Sergio Perez, Racing Point RP19, and Lance Stroll, Racing Point RP19, on the opening lap

Os diretores da GPDA (Associação dos Pilotos de Grand Prix), Romain Grosjean e Sebastian Vettel, representaram os pilotos da Fórmula 1 na reunião da última terça-feira em Genebra, depois que Lewis Hamilton, Nico Hulkenberg e o presidente da organização, Alex Wurz, compareceram ao encontro anterior em Paris no mês passado, juntamente com a FIA, a F1 e as equipes.

"Foi longo, mas foi muito importante pensar que os pilotos estavam envolvidos", disse Grosjean quando perguntado pelo Motorsport.com sobre o encontro de Genebra. "Nós temos quatro pontos realmente claros sobre onde queremos ir, e houve discussões de algumas coisas que pensamos ser completamente inúteis para nós em termos de tornar o show melhor”.

"Então nós só precisamos continuar com esses quatro pontos, e ter certeza de manter a pressão e ajudar a F1 a melhorar. Quatro pontos apresentados pelo GPDA, e quatro pontos que nós acordamos com cada piloto. É difícil ir até lá quando há uma questão do escopo das discussões com os outros, porque é sua opinião pessoal”.

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"Então, é uma questão do GPDA, 51% dos pilotos dizerem que esta é a direção que queremos seguir, e esta é a direção que queremos seguir."

Elaborando sobre o que os pilotos concordaram, ele disse: "Dos quatro pontos do GPDA, o número um são os pneus. O número dois é a aerodinâmica. O número três é o peso, e o número quatro é o dinheiro entre as equipes. Então, acredito que se você resolver esses quatro pontos, acho que vai ser muito bom."

Grosjean diz que os pilotos estão dispostos a ter reabastecimento para criar um peso inicial menor.

"Nada está acordado. Nós queremos isso, não porque achamos que é ótimo para as corridas, mas precisamos ajudar a reduzir o peso do carro. Então, é apenas uma correção temporária para ajudar a tornar os carros 70kg ou 60 kg mais leves no início da corrida, e não superaquecer os pneus.”

"Quando eu comecei, em 2009, eram 605kg e agora estamos em algo como 740. São 140kg e você pode sentir que os carros são muito pesados nas curvas de baixa velocidade e no começo da corrida são até mais.”

"Nós apenas sentimos que é demais para um carro de Fórmula 1. Eu sei que estamos falando de um pneu de 18 polegadas, que são outros 25kg; um sistema de freio padrão, que são outros 8kg. Então você está realmente adicionando e adicionando, enquanto o que nós queremos é reduzir o peso".

Grosjean acrescentou que os pilotos até propuseram uma fórmula de motor diferente: "Isso nos foi dito não era uma opção! É a primeira coisa que levantamos, um V10 e você economiza 150kg".

EFEITO SOLO VOLTARÁ À F1

A F1 já anunciou que o efeito solo retornará à categoria em 2021. O recurso aerodinâmico foi um grande ponto de evolução no fim dos anos 70. Veja curiosidades sobre ele.

1970 - Chaparral 2J-Chevrolet
A tecnologia foi primordialmente explorada pela equipe Chaparral, que utilizou o modelo 2J no campeonato norte americano de protótipos, o Can-Am. No entanto, mesmo sem ter conquistado nenhuma vitória, a novidade foi banida da categoria.
1978 - Lotus
A equipe chegou a experimentar o efeito solo em 1977, mas foi no ano seguinte que implementou a tecnologia em definitivo. O time venceu oito corridas naquele ano e conquistou o mundial de construtores e o mundial de pilotos com Mario Andretti.
1978 - Lotus
Andretti venceu seis provas e somou 64 pontos, 13 a mais que seu companheiro de equipe, Ronnie Peterson. A Lotus só não venceu todas as etapas do mundial porque seu carro tinha problema de confiabilidade, algo comum na antiga F1.
Colin Chapman: o criador, mas nem tanto
Colin Chapman, o projetista chefe e proprietário da Lotus, colhe até hoje os louros pelo sucesso do efeito solo na F1. No entanto, apesar de ser o idealizador do carro vencedor, os responsáveis por trazer o efeito solo para a equipe foram Tony Rudd e Peter Wright, que já tinham tentado algo similar na BRM no final dos anos 60.
1978 - Brabham BT46B Alfa Romeo
Além da Lotus, outras equipes de várias categorias já estavam perseguindo ideias semelhantes desde o começo da década de 70. A Brabham foi quem mais se aproximou de bater a Lotus em 1978.
1978 - Brabham BT46B
Niki Lauda venceu a etapa da Suécia da F1 com um carro que usava um ventilador para "chupar" o ar debaixo do carro e forçar o efeito solo. No entanto, a tecnologia do time foi banida antes do fim da temporada.
1978 - Jody Scheckter, Ferrari 312T4
Apesar de não usar o efeito solo em 1978, a equipe italiana foi vice-campeã em 1978, graças à confiabilidade do carro que venceu todas as vezes que a Lotus teve problemas. Em 1979, a Ferrari reuniu o que tinha de melhor do carro do ano anterior com uma versão própria do efeito solo, e com isso dominou o campeonato. Jody Scheckter venceu e Gilles Villeneuve foi vice.
1980 - Williams FW07B Ford Cosworth
A Williams resolveu dois problemas do efeito solo e faturou a temporada de 1980 com Alan Jones. A equipe conseguiu reduzir os custos da solução e fazer com que as peças se ajustassem às curvas, evitando a perda do efeito fora das retas.
1980 - Nelson Piquet, Brabham BT49-Ford Cosworth
Nelson Piquet venceu suas primeiras corridas a bordo de uma Brabham naquele mesmo ano e fez frente à Alan Jones no campeonato mundial.
1980 - Brabham BT49
O brasileiro triunfou três vezes na temporada e chegou a liderar o campeonato.
1980 - Nelson Piquet (Brabham) e Alan Jones (Williams)
No entanto, a falta de confiabilidade do carro acabou impedindo Piquet de pontuar nas duas últimas etapas, enquanto Jones vencia as provas e superava o brasileiro, sagrando-se campeão mundial.
1981 - Nelson Piquet, Brabham BT49C
O ano foi um dos mais disputados da história da categoria, com sete pilotos de seis equipes diferentes vencendo corridas.
1981 - Nelson Piquet, Brabham
Nelson Piquet brilhou no carro da Brabham, que era capaz de se ajustar às curvas para manter o efeito solo e vencer a concorrência. O brasileiro conquistava ali o primeiro título mundial de sua galeria.
1982 - Keke Rosberg, Williams FW08
No último ano do efeito solo na categoria, Rosberg se valeu da regularidade para ser campeão mundial.
1982 - Keke Rosberg, Williams
Naquele ano, 11 pilotos diferentes venceram corridas, mas o finlandês, que venceu apenas uma, chegou mais vezes nos pontos do que todos os rivais e levou o caneco.
1982 - Excesso de acidentes pôs fim ao efeito solo
Os acidentes se tornaram frequentes com o avanço do efeito solo, pois bastava o carro tocar no chão para o efeito ser totalmente cancelado, fazendo com que os pilotos perdessem o controle do carro. Dois dos acidentes foram fatais. Na imagem acima, o acidente que tirou a vida de Gilles Villeneuve.
1982 - Excesso de acidentes pôs fim ao efeito solo
O último acidente fatal daquele ano foi o de Riccardo Paletti, no Canadá. Logo em seguida, a FIA decidiu eliminar totalmente o efeito solo. Depois do acidente de Paletti, as próximas mortes durante em um fim de semana de GP foram as de Ratzenberger e Senna em Imola, 12 anos depois.
2021 - O retorno do efeito solo
Em 2019, a F1 está decidindo os rumos que tomará no futuro. Buscando aumentar as ultrapassagens e o espetáculo, a categoria decidiu reintroduzir a tecnologia a partir de 2021.
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