Red Bull, AlphaTauri, Williams e mais: as opções da Honda para o retorno à F1 em 2026

Montadora japonesa confirmou junto à FIA seu interesse em retornar à categoria

Toyoharu Tanabe, F1 Technical Director, Honda, and Masashi Yamamoto, General Manager, Honda Motorsport, with the car of Max Verstappen, Red Bull Racing RB16B

Menos de um ano após sua saída da Fórmula 1, a Honda já vê o retorno como uma possibilidade real. Nesta semana, a montadora japonesa confirmou que assinou o documento da FIA de interesse em fornecer motores para a categoria a partir de 2026, no início da nova era de unidades de potência. Mas o que isso realmente significa? E como a Honda poderia viabilizar essa volta?

Primeiramente, é importante deixar claro que a assinatura deste documento não confirma o retorno da Honda à F1 em 2026, mas dá um indicativo importantíssimo. A montadora japonesa anunciou sua saída da F1 ainda em 2020 (realizada de fato no fim de 2021) com o discurso de que iria fortalecer seu processo de eletrificação, e que não fazia sentido dar sequência ao programa na categoria.

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Mas dois fatores fizeram com que a Honda se arrependesse imediatamente da decisão: o sucesso de Max Verstappen e da Red Bull com os títulos de 2021 e 2022, e o novo regulamento de motores.

Oficialmente, a Red Bull corre neste ano com um motor "próprio" mas que, na verdade, é apenas o motor Honda com um nome diferente, já que as marcas chegaram a um acordo pelo empréstimo da propriedade intelectual até o fim de 2025. Mas o sucesso obtido pela equipe austríaca fez a Honda realizar o caminho inverso, com sua logo voltando a aparecer no RB18 na reta final do ano.

Já o novo regulamento trouxe uma ênfase maior na eletrificação e na sustentabilidade, algo que, segundo a Honda, se alinha com os objetivos da montadora. A partir da assinatura do documento, a Honda tem a chance de se aprofundar nas pesquisas sobre o novo motor e participar das discussões sobre potenciais mudanças nas regras.

Mas isso é apenas uma parte do processo. Caso a Honda confirme seu retorno, ela precisa encontrar um meio para isso. E opções não faltam, mas nenhuma delas é necessariamente fácil.

Sergio Perez, Red Bull Racing RB16B

Sergio Perez, Red Bull Racing RB16B

Photo by: Jerry Andre / Motorsport Images

Red Bull

A opção mais óbvia seria retomar oficialmente a parceria que ainda está em andamento. A dobradinha Red Bull-Honda se mostrou muito bem-sucedida, e faria sentido manter intocado uma equipe que está ganhando. Mas essa retomada pode ter alguns problemas pelo caminho.

A Red Bull está determinada a colocar em prática o projeto da Red Bull Powertrains em 2026, tendo o seu motor próprio, sem precisar de parcerias com outras montadoras. Com isso, a marca austríaca não tem interesse em reavivar a parceria como era até o fim do ano passado, buscando um tipo de acordo diferente.

É importante lembrar que o acordo da Red Bull com a Porsche, que era visto como certo, caiu por terra em meio aos temores da equipe de que perderia sua independência com a aquisição de ações por parte da montadora.

Christian Horner, chefe da Red Bull, já deixou a porta aberta para uma parceria com alguma montadora para o desenvolvimento dos componentes elétricos, o que casa com os ideais da Honda. Mas há um outro desafio pelo caminho: a Ford, que surge como uma nova candidata.

Yuki Tsunoda, AlphaTauri AT02

Yuki Tsunoda, AlphaTauri AT02

Photo by: Sam Bloxham / Motorsport Images

AlphaTauri

Segundo apurado pela equipe do Motorsport.com, a Honda não descarta fazer uma parceria com a Red Bull, mas através de sua 'equipe B', a AlphaTauri. E as possibilidades aqui não são poucas, indo desde um acordo como o que tinha com a Red Bull até mesmo a compra da equipe.

Jenson Button, McLaren MP4-31

Jenson Button, McLaren MP4-31

Photo by: Sutton Images

Williams, McLaren ou Aston Martin

Para além da estrutura da marca de bebidas austríaca, a Honda pode olhar para outras equipes que não são ou que não possuem acordos firmes com montadoras. Dessa lista, já podemos excluir as opções óbvias: Ferrari, Mercedes, Alpine e Sauber, que se tornará Audi em 2026.

Segundo publicado pela revista alemã Auto Motor und Sport, a Honda poderia firmar acordos com três das quatro equipes restantes dessa lista.

A Williams parece ser a opção mais óbvia. Com a saída de Jost Capito da chefia, o time de Grove, que hoje pertence ao fundo de investimentos norte-americano Dorilton Capital, pode ser mais propenso a aceitar uma parceria com uma montadora, voltando a ser uma equipe oficial.

A Aston Martin é uma possibilidade após a equipe ter sido considerada por Audi e Porsche em suas tentativas de entrada em 2026. E é uma ideia que ganha força com a equipe construindo uma nova fábrica e túnel de vento, que devem colocar o time de Silverstone na ponta da tecnologia da F1.

Já a McLaren é uma possibilidade mais distante, especialmente após o fiasco da parceria na década passada. E é importante lembrar também que o time de Woking foi sondado pela Audi, mas as conversas não foram adiante.

Jenson Button, Honda RA106

Jenson Button, Honda RA106

Photo by: Sutton Images

 

Uma aventura própria

Claro, se nada der certo e a Honda realmente tiver interesse em retornar à F1 em 2026, a única opção que restaria seria se aventurar sozinha, criando uma equipe própria.

Em suas quatro eras na F1, a Honda teve equipes próprias em duas oportunidades: entre 1964 e 1968 e 2006 a 2008.

Na primeira fase teve sucesso moderado, com duas vitórias (Richie Ginther no GP do México de 195 e John Surtees no GP da Itália de 1967), além de dois pódios, tendo como melhor resultado final um quarto lugar em 1967, tanto para a equipe quanto o piloto.

Já nos anos mais recentes, a dupla Rubens Barrichello e Jenson Button tiveram altos e baixos com a montadora. A vitória do britânico no GP da Hungria de 2006 foi a única da Honda, que terminou aquele ano em quarto no Mundial de Construtores, mas a equipe acabou despencando na sequência, ficando em 9º no campeonato de 2008.

Criar uma equipe do zero não é nada fácil e, para a Honda, não parece ser a opção mais viável no momento, sendo necessário tempo e investimento para que possa lutar com frequência por vitórias e pódios.

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