Filho do bicampeão mundial de rally Carlos Sainz, o piloto da McLaren Carlos Sainz Jr disse que “sente” pelo escrutínio de Mick Schumacher na Fórmula 2. Depois de testar com a Ferrari no Bahrein no fim de março, o filho de Michael Schumacher tem sido o centro das atenções na categoria de acesso à Fórmula 1, recebendo grande pressão por bons resultados.
Questionado sobre a situação do alemão de 20 anos numa perspectiva comparativa com seu próprio passado, o espanhol admitiu que desejava que seu próprio sobrenome não tivesse um nível de expectativa tão grande.
"Especialmente quando eu era criança e estava no kart. Sentia que muitas pessoas olhavam para mim, para meus resultados e meu rumo. E muitos pilotos estavam de olho em mim porque eu era o filho do meu pai. Mick está recebendo muita atenção da imprensa por causa do teste, então sinto por ele. Mas, às vezes, a atenção da mídia não é ruim. Acho que ele está em uma boa posição”.
Perguntado sobre seu pai, Mick disse, há algumas semanas, que as comparações "nunca foram um problema". Já Sainz disse que a atenção recebida foi algo que acabou “adotando” e o ajudou a se tornar um “piloto melhor”.
“Às vezes as crianças são um pouco más. Sempre tem aquela que pensa: 'eu quero bater o filho de Carlos Sainz mais do que ninguém porque talvez o pai dele esteja assistindo'", acrescentou Sainz. "Era algo que eu realmente não gostava. Aí meu pai me disse que eu tinha que melhorar ou seria derrotado, então percebi que precisava começar a ser agressivo com mais frequência”.
Carlos Sainz Jr., na época de Toro Rosso, ao lado do pai Carlos Sainz
Photo by: XPB Images
"De repente, comecei a ganhar mais respeito. Antes, eu não percebia que estava sendo um pouco legal demais, um pouco amigável demais para todos, querendo aprovação. Então me tornei mais agressivo”, disse Sainz, cujo pai tem dois títulos do Campeonato Mundial de Rally (WRC) e do Rally Dakar.
A lição talvez possa ser aplicada por Mick Schumacher, que fez sua estreia na F2 no Bahrein, onde ficou em oitavo na corrida de abertura da temporada, garantindo a pole position para a segunda prova, em que terminou em sexto.
Michael Schumacher 2004, Mick Schumacher 2019, Ferrari
Photo by: Motorsport LATAM
RECORDES MALUCOS DA HISTÓRIA DA F-1
Schumacher é o piloto com números mais impressionantes da Fórmula 1, por enquanto. Lewis Hamilton acelera fundo para tirar do alemão a marca de mais vitórias em GPs. Mas ao longo da histórias, muitas marcas bizarras foram estabelecidas. Acompanhe as principais na galeria abaixo.
O piloto mais veterano a conseguir uma pole é Giuseppe Farina, com a Ferrari, aos 47 anos e 79 dias, no GP da Argentina de 1954.
A lenda argentina Juan Manuel Fangio conquistou seu quinto e último título aos 46 anos e 41 dias no GP da Alemanha de 1957, com a Maserati.
Fato inimaginável para os dias de hoje. Durante o fim de semana do GP de Mônaco de 1957, Peter Collins usou quatro carros diferentes. Nos treinos, pilotou um Cooper T43, uma Ferrari Dino 156 e uma Lancia-Ferrari D50. Na corrida, foi de Lancia-Ferrari 801.
Quando as 500 Milhas de Indianápolis faziam parte do calendário, o norte-americano Jim Rathmann conseguiu se recuperar de forma impressionante: largando em 32º, ele terminou em segundo na edição de 1957.
O GP de Mônaco de 1973 é o único em que o resultado dos seis primeiros correspondeu à classificação final do campeonato. Jackie Stewart venceu, seguido por Emerson Fittipaldi, Ronnie Peterson, François Cévert, Peter Revson e Denny Hulme.
Em 6 de outubro de 1973, François Cévert morreu na pista durante a qualificação para o GP dos Estados Unidos. O francês era visto como um potencial campeão do mundo, mas não pôde dar o primeiro título da F1 ao seu país. Curiosamente, na mesma data, mas 12 anos depois, a França finalmente teve seu primeiro campeão mundial, quando Alain Prost conquistou o campeonato no GP da Europa, disputado em Brands Hatch em 1985.
Em 1993, Marco Apicella disputou sua única corrida na F1 com a equipe Jordan, em Monza. Após largar em 23º, sofreu um acidente na primeira curva e terminou seu único GP com apenas 800 metros percorridos. Por isso, o italiano é tido por muitos como o piloto com a passagem mais curta na F1. A marca, porém, pertence a Ernst Loof. O alemão abandonou o GP de seu país de 1953 com falha na bomba de combustível dois metros depois da largada.
Michael Schumacher é o piloto que teve mais dias consecutivos como campeão mundial, com um total de 1.813 dias. O reinado foi de 8 de outubro de 2000 (GP do Japão) até 25 de setembro de 2005 (GP do Brasil).
O GP do Brasil de 2001 foi o primeiro em que dois irmãos ocuparam a primeira fila do grid, com Michael e Ralf Schumacher. Antes disso, no GP da Itália de 1998, eles estiveram juntos no pódio pela primeira vez, algo que aconteceria outras 15 vezes, incluindo três dobradinhas, a primeira no Canadá, em 2001.
Sebastian Vettel tem vários recordes, inclusive um ruim, que aconteceu no GP da Turquia de 2006, em teste pela BMW Sauber. Ao deixar o box, ele esqueceu de pressionar o botão do limitador de velocidade, excedendo o limite e sofrendo a penalidade mais rápida da história.
O GP do Canadá de 2004 teve o maior número de desqualificações na história. As duas Williams de Juan Pablo Montoya e Ralf Schumacher e as duas Toyota de Cristiano Da Matta e Olivier Panis foram desclassificadas porque tinham dutos de refrigeração de freio que não estavam em conformidade com as regras. Todos, exceto Panis, haviam terminado dentro dos pontos. Curiosamente, Montoya sofreria uma segunda desqualificação consecutiva na semana seguinte, em Indianápolis, por ter saído do carro no grid de largada após o tempo permitido.
O GP do Canadá 2011 tem duas marcas curiosas: foi a corrida com mais entradas do Safety Car (6) e com a maior duração, com mais de 4 horas. Além disso, o vencedor Jenson Button ultrapassou Sebastian Vettel em na última volta.
Em 2011, o GP de Mônaco marcou a primeira vez que um piloto foi sancionado antes, durante e depois da corrida. Lewis Hamilton teve seu melhor tempo de qualificação desconsiderado, foi punido na corrida por um incidente com Felipe Massa e, em seguida, penalizado em 20s por um acidente com Pastor Maldonado. Já o venezuelano passou por algo semelhante em Abu Dhabi, no mesmo ano: 10 lugares de sanção no grid por uma troca de motor, um stop and go por ignorar bandeiras azuis na corrida e, em seguida, adição de 30s no tempo de prova pela mesma razão.
O GP da Austrália de 2013 teve a grande coincidência de ter no pódio o campeão mundial Kimi Raikkonen (sorrindo) em primeiro, o bicampeão Fernando Alonso em segundo e o tricampeão à época Sebastian Vettel em terceiro.
Hamilton tem muitas marcas positivas, mas também é o piloto com mais vitórias em um campeonato em que o título não veio. Foi na temporada 2016, quando o britânico venceu 10 GPs, mas perdeu para Nico Rosberg, que ganhou uma corrida a menos.
A temporada 2018 da Fórmula 1 foi a primeira na história em que todos os pilotos que começaram o campeonato chegaram à última corrida, sem mudanças na formação das equipes.