Wolff acusa Ferrari de 'estar no limite do regulamento', Binotto retruca
Acirrada disputa entre gigantes do automobilismo se estende para fora das pistas e rivais trocam 'cutucadas'
Os chefes de equipe da Ferrari e da Mercedes parecem ter entrado em um novo nível de disputa na Fórmula 1: o das trocas de acusações. De acordo com os alemães, a vantagem dos motores da equipe de Maranello é "atípica" dado o regulamento atual, insinuando que os rivais podem estar perto da ilegalidade. Já o chefe dos italianos, retrucou dizendo que não estão tão à frente quanto a Mercedes esteve nos últimos anos.
Quando a F1 mudou para os motores V-6 híbridos em 2014, a Mercedes se lançou ao topo do pelotão. No entanto, à medida que desenvolveu sua unidade de potência, a Ferrari eliminou a desvantagem e se estabeleceu como nova referência em 2019 deixando os alemães frustrados por perderem velocidade nas retas em relação à rival.
Mercedes foca no chassi e questiona vantagem italiana
O chefe da Mercedes, Toto Wolff, admitiu que este período está "entre os mais difíceis" desde a nova era de motores, porque a Ferrari "simplesmente esmagou todo mundo com a velocidade de reta deles”.
“Acho que em performance pura, não há muito mais por vir (da Mercedes) neste ano", disse Wolff em entrevista que contou com a presença do Motorsport.com. “Minha opinião é que temos apenas que admitir que existe uma diferença que é quase inalcançável, mas temos que fazer um trabalho ainda melhor em colocar um bom chassi na pista, em compreender os pneus, e escolher as estratégias corretas nas corridas".
"Vocês podem ver que nas últimas provas nós tivemos boas corridas, mesmo tendo algum déficit de velocidade nos sábados. Acho que é neste ponto em que nossas oportunidades estão, nós claramente não devemos esperar dominar os próximos fins de semana com o tipo de performance de motor deles".
Wolff no entanto, disse ao jornal espanhol Marca, que a Ferrari converteu “a F1 em um esporte puramente a motor”. O austríaco destacou ainda que os avanços da Ferrari são “atípicos para o regulamento estabelecido”,
O austríaco disse ainda que “é necessário ser inovador e inteligente em todas as demais áreas do motor e desafiar o regulamento como um todo”, o que segundo o jornal, demonstrava que as equipes estão levando o regulamento ao limite para buscar ganhos de desempenho.
Ferrari leva vantagem em retas, mas Mercedes segue competitiva em corridas
Photo by: Joe Portlock / LAT Images
Ferrari admite vantagem, mas retruca rival
Questionado pelo Motorsport.com se estava surpreso com a vantagem de sua equipe ante os rivais em um momento que os fabricantes parecem estar convergindo em desempenho, Mattia Binotto disse: "Eu não concordo totalmente com esta afirmação. Primeiramente, não acho que os demais estejam convergindo. Ainda acredito que existem diferenças entre os quatro fabricantes".
"Nós provavelmente temos o motor mais potente, nas eu não acho que os outros estejam todos no mesmo nível. Acredito que nossa vantagem não seja tão grande quanto podem pensar. Nós atingimos uma velocidade de delta maior do que os outros, mas isto também se deve ao carro e ao arrasto".
Em relação à suposta vantagem "atípica" apontada pelo rival, Binotto lembrou que os alemães tiveram uma vantagem ainda maior nos anos recentes.
"Se nós pudéssemos fazer uma análise mais detalhada, acho que sim, temos uma vantagem, mas não tão grande como, por exemplo, a Mercedes tinha no passado, quando eles simplesmente tinham a melhor unidade de potência", afirmou o italiano.
Ferrari completa 90 anos e passa por jejum
A marca italiana completou nove décadas no fim de semana do GP da Itália. Por isso, vitórias de Vettel e Leclerc têm sabor ainda mais especial. No entanto, a equipe não vence um mundial desde 2008, quando foi campeã de construtores. O último título de pilotos foi o de Kimi Raikkonen em 2007, o único da era pós Schumacher. Relembre todos os carros da lendária equipe na F1:
BRIGA ENTRE EQUIPES E TAMBÉM ENTRE COMPANHEIROS
Enquanto Mercedes e Ferrari discutem, os holofotes entre os pilotos estão na disputa entre Charles Leclerc e Sebastian Vettel. No podcast do Motorsport.com, debatemos se é necessário que a Ferrari priorize um de seus pilotos após os episódios de Singapura e Rússia.
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