Espanhola surge como esperança feminina na F1
Uma das estrelas do kart dos últimos dois anos, Marta Garcia finalmente deu passo em direção aos monopostos, buscando realizar o sonho da F1. Ela falou com Jamie Klein sobre sua jornada até agora e sobre suas ambições
Aparentemente há mais mulheres ativas em busca da Fórmula 1 do que em qualquer outro ponto da história recente e ainda assim a longa espera por uma verdadeira estrela continua.
As duas mais bem estabelecidas, Beitske Visser e Tatiana Calderon, que passaram a temporada passada na Fórmula 3.5 e GP3, respectivamente, continuam acumulando resultados sólidos, mas nenhuma delas surgiu com favoritismo até agora.
A estrela alemã Sophia Floersch teve uma temporada difícil na Fórmula 4 alemã, lutando com a falta de testes contra rivais mais experientes.
Agora, uma nova esperançada feminina chegou: Marta Garcia, espanhola de 16 anos, uma das principais estrelas do kart dos últimos dois anos.
Em 2015, a nativa de Alicante foi a vencedora da CIK-FIA Academy, e também ganhou a classe KFJ no Trofeo delle Industrie, evento que já foi vencido por Lewis Hamilton, Marco Wittmann, Antonio Giovinazzi e Daniil Kvyat.
Na temporada passada, ela deu o passo para a classe sênior no CIK-FIA OK, em que terminou em quarto lugar, apesar do que ela descreve como um grande desastre na etapa final, em Genk, onde ela chegou com chances, mas teve muitos problemas com seu kart.
Do kart aos carros
Em setembro de 2016, Garcia finalmente fez sua estreia na F4 espanhola, em Valência, com a equipe Drivex, embora o plano inicial tivesse sido o início, já que participou dos testes coletivos na pré-temporada.
"Estávamos pensando em fazer a F4 desde o início do campeonato", explicou Garcia. "Mas não sabíamos se [o espanhol] seria forte, porque era novo e não tínhamos o orçamento para a versão alemã ou italiana."
"A transição para carros foi um pouco difícil, porque há grandes diferenças. Fiz alguns testes com a Koiranen GP, mas não por muito tempo e quando fiz a primeira corrida eu não tinha estado no carro há três meses."
"Mas acho que foi bom fazer as últimas quatro etapas porque agora eu tenho mais experiência em carros, então em 2017 eu posso fazer melhor."
No papel, os resultados não foram nada extraordinários. Em 11 corridas, seu melhor resultado foi a quinta colocação, que conseguiu em cinco ocasiões, mas forneceram uma base sólida para 2017, quando Garcia espera voltar na temporada completa.
"A ideia é correr F4, mas depende do orçamento", disse ela. "Se tivermos um bom orçamento, poderemos competir na série francesa, na espanhola ou na do norte da Europa."
"Eu não acho que vamos conseguir o orçamento para fazer a alemã ou a italiana, as equipes lá são mais caras."
Sonho da F1
A partir daí, Garcia espera se tornar a primeira piloto do sexo feminino a chegar à Fórmula 1, depois de quase 30 anos, já tendo atraído a atenção de Ferrari, que a convidou a ir a Maranello no inverno passado para participar de um programa de três dias, juntamente com outros jovens esperançosos.
"O primeiro dia foi de trabalho físico", lembrando da visita à Ferrari. "Então no segundo estávamos no simulador, que foi realmente bom, e fizemos alguns jogos para testar nossos reflexos."
"Em seguida, no terceiro dia, estávamos na pista. Fizemos quatro sessões cada um. Foi uma experiência muito agradável."
"Com certeza, o objetivo é chegar a F1 e, em seguida, ganhar na F1", acrescentou Garcia, que espera que este objetivo seja alcançado "talvez em quatro anos".
Perguntada quais os pilotos ela se espelha, ela respondeu: "eu gosto do Max Verstappen. Para mim, ele é o melhor piloto da F1. Gosto da maneira como ele guia e de sua agressividade."
"Quando comecei no kart, Fernando Alonso era o meu grande herói. Eu ainda acho que ele é um bom piloto, mas agora na McLaren, ele não está indo tão bem."
"Eu ainda gosto dele, mas eu gosto mais de Max, também Lewis Hamilton e de Danica Patrick, ela é muito boa."
A Danica da Europa?
Em muitos aspectos, é surpreendente que mais de uma década depois que Danica Patrick tenha feito seu nome, ao liderar a Indy 500, a Europa ainda não tenha verdadeiramente descoberto a sua piloto equivalente, uma mulher que se torne regular em uma categoria de ponta.
Marta Garcia pode ser essa pessoa? Michele Mouton, presidente da Comissão de Mulheres no esporte a motor da FIA, foi perguntada sobre qual das meninas tinha o maior potencial para seguir um caminho sólido.
"Estou muito confiante de que Marta pode ir muito mais longe", respondeu Mouton. "Ela tem tido muito sucesso no kart, ainda é muito jovem e acho que ela é promissora."
Quando informada sobre os comentários de Mouton, Garcia disse: "é ótimo ela falar isso, é muito animador para mim, ela tem nos ajudado muito este ano, então ela dizer isso é muito legal."
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