Pipo Derani: “tinha que ser naquele dia”
Em entrevista exclusiva ao Motorsport.com, brasileiro fala sobre segunda vitória consecutiva no endurance norte-americano
Pipo Derani está em alta no mundo do endurance. Após vencer a etapa de abertura do WeatherTech SportsCar Championship, a tradicional 24 Horas de Daytona, logo na estreia com a equipe ESM Tequila Patrón, o piloto brasileiro subiu novamente ao topo do pódio na segunda prova do campeonato, as 12 Horas de Sebring, destacando-se no final da corrida, quando saiu de quarto para primeiro na última relargada, a dez minutos do fim, dando a vitória ao carro #2, dividido mais uma vez com Scott Sharp, Ed Brown e Johannes van Overbeek.
Derani conversou com exclusividade com o Motorsport.com Brasil e falou sobre a segunda vitória no WeatherTech – que veio uma semana antes do Prólogo do Mundial de Endurance, a sessão oficial de testes do WEC, campeonato que o piloto disputará integralmente, na divisão LMP2, com a equipe norte-americana – e destacou a dificuldade da corrida em Sebring desde a largada até a bandeira quadriculada.
“Foi uma corrida muito dura desde o começo, principalmente com a quantidade de chuva e estresse que a prova proporcionou para todos os pilotos e equipes. Então realmente foi difícil me ver ali, faltando 10 minutos para o fim, em quarto lugar. Eu estava tão perto e conseguia ver a vitória ali na minha frente”, disse.
Em seguida, o brasileiro destacou a oportunidade única de triunfar e a vantagem que tinha com pneus mais novos do que os adversários. Ainda assim, Derani revelou que executou as manobras com cautela, para não colocar tudo a perder.
“Eu pensava comigo mesmo: 'Quando será que vou ter outra chance de estar tão perto de uma vitória em Sebring?'; tinha que ser naquele dia e acho que consegui fazer o que tinha que ser feito, sem correr nenhum risco, sem nenhum acidente. Foi uma batalha dura, mas limpa, e graças a Deus deu tudo certo. Eu tinha um carro bom para conseguir as ultrapassagens – com pneus novos, enquanto os outros tinham mantido os mesmos pneus – então acho que houve uma combinação de fatores para que a gente vencesse essa prova, que foi realmente de muitas emoções”, afirmou.
Carro competitivo desde o início da jornada nos EUA
“Sempre soube que teria um carro competitivo desde que assinei para fazer essas duas primeiras provas (Daytona e Sebring), mas é óbvio que há um período de adaptação, considerando que é um campeonato que eu nunca havia participado, pneus e motor que eu nunca havia utilizado e regras de corrida diferentes.”
“Sabia que haveria um período de adaptação e que talvez essa minha participação eu sofresse um pouco, mas no fim eu sempre soube que teria um carro competitivo, que se eu tivesse a chance eu não poderia desperdiçar e teria que fazer o máximo possível para conseguir vencer. Deu tudo certo, a equipe me preparou muito bem para tudo aquilo que eu precisava aprender para encarar essas provas.”
Diferenças entre endurance nos EUA e o WEC
“As corridas nos Estados Unidos são realmente diferentes das corridas na Europa. Ambas são provas de endurance, mas ao mesmo tempo, o formato e as regras são diferentes. Nos EUA existem muito mais carros GT na pista, o que traz mais dificuldades com o tráfego, além de algumas regras de Safety Car que são difíceis de entender e o ritmo de corrida, que é um pouco diferente. No fim das contas, são corridas de longa duração, então temos que poupar o carro o máximo possível para chegar ao final da prova com boas condições para atacar."
“As diferenças são notáveis, percebi isso desde o primeiro dia que entrei para fazer as provas nos Estados Unidos. As duas categorias têm vantagens e desvantagens, mas ambas conseguem gerar corridas espetaculares do começo ao fim. É muito bacana poder participar de dois campeonatos de endurance diferentes e viver a realidade dos dois."
Mais provas no WeatherTech?
A partir de agora, Derani foca o trabalho no WEC, mas uma nova participação no WeatherTech ainda nesta temporada não está descartada. Tudo depende, segundo o brasileiro, do desejo da equipe em contar com os serviços dele no endurance norte-americano.
“Depende muito da equipe. Talvez exista a chance de competir nas duas corridas longas, que são Watkins Glen (seis horas de duração) e Petit Le Mans (dez horas de duração), mas a decisão é da equipe”, completou.
Colaboraram Gabriel Lima e Erick Gabriel
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