As relargadas e os chamados sprints finais tiveram um papel fundamental na decisão das 500 Milhas de Indianápolis, como Tony Kanaan e Takuma Sato puderam comprovar na prática.
No caso de Kanaan, que pulou para a ponta na penúltima bandeira verde, com um carro visivelmente menos potente que o dos rivais, o brasileiro buscou "ler" o procedimento do rival e amigo Dario Franchitti para tomar a posição na hora certa e tentou ao máximo se manter na frente.
"Não digo que estava destinado a ir pra ponta, mas passei o dia todo atrás e peguei bem o timing do Dario. Deu para perceber onde ele iria começar a forçar. E quando ele foi com o pé no acelerador eu já estava passando marchas no meu carro e com o vácuo passei uns cinco ou seis adversários. Não sabia onde eu iria parar, mas sabia que seria lá pra frente", contou Kanaan.
O piloto da KV Racing também teve tempo de perceber a empolgação do público com sua manobra. "Vi o público sim, assumi a ponta e notei os fãs acenando. Claro que não deu para escutar, mas deu sim para notar o agito na arquibancada. Isso faz eu me sentir muito querido aqui. Acho que as pessoas gostam tanto de mim aqui porque eu não ganhei até agora. Sou mais bem quisto por não ter vencido, parece.... Mas vou investir para tentar mudar isso logo!"
Em relação à manobra de Takuma Sato, que se destacou na última relargada a ponto de estar em condições de brigar pela vitória na última volta, Kanaan e Scott Dixon, que se beneficiaram diretamente com o acidente do japonês com Franchitti, analisaram a manobra ousada do ex-piloto de F-1.
"Ele esteve perto de conseguir. O Dario deu espaço e foi por pouco. Não entendi por que o Sato não esperou mais um pouquinho antes de tentar. Talvez tivesse conseguido na última volta", analisou Dixon, enquanto Kanaan tirou onda com o acontecido.
“Acho que foi um erro de novato e deve ficar por algum tempo na cabeça dele. Mas era o final da corrida. Quando eu vi a manobra pensei 'hum, não parece bom'... Depois pensei 'opa, parece que vai sim ser bom sim.... bom para mim'.