Kanaan não pretende se aposentar e elogia Alonso: 'Faz até carroça andar'

Campeão da IndyCar em 2004 e vencedor das 500 Milhas de Indianápolis em 2013, Tony Kanaan tem 44 anos e dedicou metade de sua vida à categoria. Apesar da idade, o veterano da AJ Foyt não tem planos de se retirar dos circuitos dos Estados Unidos. "Com certeza, até 2020 vou estar aqui", disse com exclusividade ao Motorsport.com (vídeo abaixo). O brasileiro aposta as fichas da temporada na Indy 500, buscando igualar o número de vitórias de Emerson Fittipaldi na principal corrida do automobilismo norte-americano. Entretanto, haverá um forte concorrente na busca pelo alto do pódio: Fernando Alonso, "um cara que faz qualquer carroça andar".

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Indy 500

Sediada no Indianapolis Motor Speedway, a prova é uma das três integrantes da Tríplice Coroa do Automobilismo (as outras são o GP de Mônaco da Fórmula 1 e as 24 Horas de Le Mans). Disputada pela primeira vez em 1911, vai para sua 103ª edição em 2019. Em toda a história, quatro brasileiros venceram a corrida. O primeiro deles foi Fittipaldi, em 1989. A ele se seguiram Hélio Castroneves, que ganhou três vezes, e Gil de Ferran. Kanaan é o mais recente da lista. O Brasil é o país com mais vitórias (7) depois dos EUA.

O vencedor Tony Kanaan comemora

Photo by: Jay Alley

Por causa das características do carro da AJ Foyt, Kanaan está otimista para a prova deste ano, que acontece no dia 26 de maio. O brasileiro ressalva, porém, que a concorrência vai complicar bastante as 500 Milhas de 2019, com destaque para um nome conhecido: Fernando Alonso, bicampeão mundial de Fórmula 1 e vencedor das 24 Horas de Le Mans.

"Dos anos que eu corri, e vou para o 18º, vai ser o mais difícil. Acho que o Fernando é um piloto extremamente capaz. Vamos ver o que ele vai fazer com a equipe da McLaren. Em 2017, ele sentou num carro que era e continua sendo o melhor das 500 Milhas. E o Fernando é um cara que faz qualquer carroça andar. Ele vai dar trabalho pra gente, com certeza."

Aposentadoria

A temporada 2019 marca o 22º ano de Kanaan na Indy. Com passagem por sete equipes, inclusive Andretti e Ganassi, o piloto tem experiência de sobra na categoria, além de títulos. Nada que tire do brasileiro a vontade de continuar nas pistas: "O dia em que o frio na barriga acabar, é melhor parar e ir fazer outra coisa. Mas, nesse ano, acho que o frio na barriga é até um pouquinho mais, extra".

O piloto destaca que ainda tem um papel a cumprir na Foyt, para a qual se transferiu em 2018: "Quando eu entrei aqui, foi para arrumar a equipe. Sei que não consigo fazer tudo sozinho, mas enquanto não arrumar, não vou embora. Meu patrão [AJ Foyt, quatro vezes vencedor das 500 Milhas] já me falou que posso guiar o quanto eu quiser e que a decisão vai ser minha. Não será meu último ano. Não sei quantos mais, mas com certeza ainda quero fazer parte desta equipe".

"No dia em que conseguir fazer com que ela se torne competitiva do jeito que acho que tem que ser, aí a gente começa a conversar. Tenho mais um ano de opção [de renovação até o fim de 2020], então garanto que, se Deus quiser, mais um ano com certeza. E aí a gente vai conversando. A opção é minha e da equipe. A gente vai conversar, mas acho que é natural. Uma coisa é certa: na Indy, não corro em mais nenhuma outra equipe. Com certeza, até 2020 vou estar aqui".