Brasileiro de Kart terá uma das maiores participações femininas da história

Principal competição do kartismo nacional contará com expressivo número de mulheres em sua 56ª edição, com representantes desde Cadete (9 a 11 anos de idade) até a Super Sênior Master (a partir de 55 anos)

Aurelia Nobels

Aurelia Nobels

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Dez pilotas já estão confirmadas entre as mais de 460 inscrições realizadas até aqui para a 56ª edição do Campeonato Brasileiro de Kart, que será disputada entre os dias 6 e 18, no kartódromo Beto Carrero, em Penha (SC).

É uma das maiores participações femininas no grid da principal competição de kart do país, número celebrado pelas competidoras que esperam ver mais e mais rivais do mesmo sexo nas pistas.

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Com pilotas de diversas faixas etárias – desde uma Cadete de 11 anos, até uma representante da F4 Super Sênior Master (categoria acima de 55 anos) -, elas querem mostrar que o kart não tem sexo e nem idade. É uma modalidade para todos.

A catarinense Antonella Bassani, de 15 anos, é a que disputará mais categorias. A pilota, que foi selecionada nos dois últimos anos para a disputa da seletiva FIA Girls on Track na Europa, com as melhores kartistas do mundo, correrá nas categorias KZ Graduados, Júnior, F4 Júnior e F4 Graduados.

“Estou muito feliz por participar de mais uma edição do Brasileiro e agora disputar quatro categorias. No Open, tive resultados positivos. Fui vice-campeã na F4 Graduados e fiquei em quinto na Júnior. No Brasileiro, vamos pra cima”, contou.

“Tenho boas recordações do Beto Carrero. No Brasileiro de 2017, conquistei a pole position na Cadete, entre 56 pilotos, e terminei em terceiro lugar. Também estou muito contente com esse número maior de mulheres, que vem crescendo muito”, completou a kartista.

Na categoria Júnior, duas representantes já estão confirmadas: a catarinense Maria Eduarda Nienkotter, de 15 anos, e a paulista Aurelia Nobels, de 14 anos. Aurelia também disputará a OK Júnior.

Correndo em casa, Maria Eduarda está otimista. A pilota começou no kart com apenas 6 anos e foi vice-campeão Brasileira em 2019 na categoria Júnior Menor. No mesmo ano, foi terceira colocada na Copa Brasil, justamente no Beto Carrero. “Esse ano corro na categoria Júnior, praticamente em casa e conto com o apoio da torcida para buscar mais um pódio”, disse da pilota de Florianópolis.

“A presença feminina nos esportes cresce a cada ano, inclusive, nos esportes sempre visto como masculino, como no caso do automobilismo. Vem crescendo e com bons resultados, como foi o meu caso em 2019, ao ser vice-campeã Brasileira no meio dos meninos”, lembrou a pilota.

Aurelia também já conquistou importantes resultados e vem correndo inclusive no exterior. A pilota, que começou a correr em 2018, participou no ano passado do Mundial de Kart em Portugal e, nesta temporada, fez etapas do Europeu na França, Bélgica, Itália e Espanha, na categoria OK Júnior.

“Já corri no Beto Carrero, na 3ª etapa do SPR e fui ao pódio com um terceiro lugar. Também participei do Open e foi uma ótima preparação. Estamos rápidos nesta pista e, se continuarmos assim, temos grandes chances de chegar no Top-5”, apostou.

“Ainda somos poucas no esporte, mas muitas coisas estão sendo feitas para nos ajudar, como por exemplo a W Series, que é uma categoria só de mulheres na F-3. Acho muito bom, mesmo preferindo ter homens e mulheres competindo juntos”, observou.

Na F4 Graduados, mais três kartistas confirmadas: a paulista Aline Batista, de 22 anos, a mineira Helena Teixeira de Melo, de 16 anos, e a brasiliense Ana Miranda, de 16 anos. Ana também estará na categoria Sprinter.

“Estou ansiosa. Vou correr pela primeira vez no mesmo campeonato em duas categorias. É bastante responsabilidade, mas um bom aprendizado. Estou treinando muito e vou lutar para conseguir o melhor resultado possível”, declarou Ana, que na Copa Brasil de Kart, em julho, em Londrina (PR), foi a única pilota inscrita.

“Ter 10 mulheres participando é mais do que sensacional. Na maioria dos campeonatos que corri, eu era a única. Mas isso nunca me intimidou. Mais mulheres podem incentivar outras a virem para o esporte”, concluiu Ana.

Já Aline vai correr seu primeiro Brasileiro. “Minha primeira corrida no kart profissional foi as 500 Milhas do ano passado. Foi meio de supetão, mas acabei pegando gosto e competi esse ano inteiro e decidi disputar o Brasileiro. Comecei na Pro 500 e depois vim para o F4”, revelou.

“Sei que é difícil prever um resultado muito expressivo, porque tenho só um ano de kart e os pilotos que estarão lá têm muita experiência, mas com certeza vai ser uma experiência sem igual”, destacou.

“A cada ano, vem crescendo a presença feminina no kart. No indoor, tem categorias femininas com 30 meninas correndo e que gostam de verdade. Ainda há um pouco de preconceito, mas isso dá mais vontade de correr, é uma motivação a mais. Formamos muita amizade entre as meninas”, finalizou Aline.

A catarinense Rafaela Daminelli Ferreira, de 16 anos, e a carioca Julia Jokinen, de 17 anos, também estarão na Graduados, mas com motores 2 tempos. “Estou treinando para chegar competitiva para buscar este título”, ressaltou Rafaela, que corre desde os 9 anos. “Ainda são poucas as meninas no kart, mas vejo um crescimento no número de participantes, fico muito feliz e torço para que sejamos cada vez mais representadas”, frisou.

Gerações distintas e a mesma paixão pela velocidade

Algumas gerações separam a pilota mais jovem da mais “experiente” entre as 10 mulheres no grid. A mais nova é a paranaense Giovana Krupp Marinoski, de 11 anos, que vai acelerar na Cadete. “Minhas expectativas são boas para conquistar um bom resultado”, declarou a pilota, com toda a timidez da idade.

Do outro lado, está a capixaba Marcia Cristina Lucas de Almeida, que vai correr na F4 Super Sênior Master. Apaixonada por velocidade, ela começou a correr de kart profissional em 2019.

“Vai ser o meu primeiro Brasileiro. Vou correr com pilotos que têm muitas experiências, mas tentarei vencer meus limites. Creio que para mim vai ser uma grande experiência”, analisou.

“Aqui no Espírito Santo, eu sou a única mulher a correr com os homens. Amo velocidade e torço para que aqui e, também em outros lugares, mais mulheres participem desse esporte. Lógico que tive e tenho que vencer muitas barreiras, como muitas que também amam o kartismo, para estar na pista. A presença feminina é muito importante, principalmente quando se ama velocidade. Baixou a viseira na pista, todos são pilotos”, completou Marcia Cristina.

As inscrições para o Campeonato Brasileiro seguem abertas no site da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA) por meio do link.

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