Lorenzo: “Estou muito menos feliz do que quando estava na Yamaha ou na Ducati"
Companheiro de Marc Márquez mantém seu compromisso com a Honda, apesar de todas as dificuldades que está enfrentando na montadora japonesa
Jorge Lorenzo tomou uma decisão corajosa e arriscada em 2016, quando decidiu deixar a Yamaha para migrar para a Ducati. O então campeão mundial é único piloto que conseguiu ser coroado na era Marc Márquez da MotoGP.
O início da aventura com a equipe de Borgo Panigale começou cheio de obstáculos. Quando conseguiu mostrar ao mundo, com sua vitória em Mugello, que era capaz de dominar as Desmosedici, decidiu ir para a Honda.
O espanhol se unia então ao melhor time da história para pilotar a moto campeã de cinco das últimas seis temporadas. Um desafio, a princípio, mais simples que na Ducati, que depois de dois terços do campeonato está se mostrando ainda mais duro.
O processo de adaptação, somado com as numerosas lesões sofridas no ano passado pelo piloto da moto # 99, levou Lorenzo a não saber como é terminar no top 10 com a RC213V.
Embora o tricampeão da MotoGP dê passos significativos a cada treino, seus resultados ainda não estão à altura do que era esperado dele e da Repsol Honda, e em Aragón este cenário parece que não mudará.
"Se levarmos em conta que estamos na equipe oficial, eles demonstram muita paciência, estão me tratando muito bem e não me pedem resultados imediatos", explica Lorenzo, que será o 20º do grid em Motorland, depois de conquistar a pole há um ano. "Está claro que estamos longe de Marc [Márquez] e também do segundo grupo. É melhor não ter expectativas muito altas para não gerar frustrações se não conseguir. Ainda tenho os mesmos problemas com essa moto, não consigo pará-la nas freadas”, disse.
"Progredimos pouco a pouco. Eu me vi muito bem nas últimas voltas do quarto treino livfre. Na classificação, não consegui melhorar tudo o que eu gostaria. A posição é a mesma; as sensações são melhores. Três semanas atrás eu estava muito pior do que agora".
A perseverança de Lorenzo contrasta com a preguiça de Johann Zarco, que, mesmo sem ter vencido uma corrida na MotoGP, decidiu abandonar o projeto KTM.
"Zarco sofreu muito ao trocar uma moto fácil como a Yamaha para uma difícil como a KTM. Foi uma decisão muito corajosa a de quebrar o contrato e parar. Temos que respeitar a decisão dele, mas se ele é inteligente ou não, não sei. Estou sofrendo muito, estou muito menos feliz do que quando estava na Yamaha ou na Ducati. Mas sempre fui um lutador e quero encontrar soluções. Tenho dois anos de contrato e, como repito todas as vezes, não estou pensando em ir embora", concluiu.
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