MotoGP - Quartararo: "Dói muito deixar de lutar por títulos para brigar por top 10"
Francês diminui o tom nas críticas à Yamaha mas mantém ameaça feita durante a etapa de Silverstone
Fabio Quartararo reduziu o tom de desafio à Yamaha quanto ao futuro e reconhece que enfrentará a segunda metade da temporada 2023 da MotoGP dando 100% de si próprio, sem focar nos déficits da moto.
Em Silverstone, o francês falou com o Motorsport.com e deixou um recado muito claro à marca japonesa, revelando o que é necessário para renovar seu contrato, válido até o fim do próximo ano.
"No teste de Misano, quero ter provas. Eles têm um mês. A Yamaha vem me prometendo coisas há três anos em um pdf de 10 páginas, sendo que eles não cumprem nove e meia delas", disse ao Motorsport.com em Silverstone. "Neste ano, não quero ver esse pdf".
"Não quero nada por escrito, quero ver a moto em Misano, porque essa é a que será, 95% do que teremos em 2024. É ali que veremos se a Yamaha realmente me quer para o futuro".
"A Yamaha é a prioridade, porque é a marca que me trouxe para a MotoGP. Eu confio na Yamaha e já dei uma chance a eles, mas não haverá outra".
Naquele mesmo domingo em Silverstone, Quartararo largou da última posição para chegar à sétima colocação, antes de se ver obrigado a abandonar a três voltas do fim devido a um toque com Luca Marini.
"Certamente fui um pouco agressivo com minhas palavras, talvez tenha exagerado", disse Quartararo no dia de mídia da MotoGP na Áustria. "A posição que estive em Silverstone não era ruim".
"Nesta segunda parte da temporada quero enfrentar como se fosse meu primeiro ano na MotoGP. Quero dar 100% de mim e que a equipe faça isso também".
"Me custou muito aceitar que fui de lutar pelo título a brigar por top 10, dói bastante. Durante as dez primeiras corridas do ano estava furioso. Porque sei do meu potencial, do que posso fazer", disse o francês, que é apenas o 11º no Mundial, com somente 65 pontos feitos no ano.
Mas, mesmo com um tom mais calmo, a mensagem de Quartararo para a Yamaha segue a mesma.
"Para o futuro, quero estar com a Yamaha, como há dois anos, brigando por vitórias e pódios. O teste de Misano será muito importante, mas depois teremos cinco meses até fevereiro. É difícil, mas minha meta é voltar a ser campeão. Se for com a Yamaha, melhor. Mas, se não, terei que buscar outra solução para mim".
"O melhor cenário seria voltar a ganhar com a Yamaha. Mas eles precisam mudar a mentalidade. Acredito que na fábrica eles se deram conta da rapidez das montadoras europeias. É preciso reduzir os tempos de reação".
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