Talking Point: GP da Alemanha
Motorsport.com analisa GP da Alemanha de motovelocidade com vitória de Márquez e Rossi líder do mundial
Líder nos dois treinos livres da sexta-feira, primeiro nos dois treinos de sábado, primeiro no warm-up e vencedor da corrida no domingo. Enfim, um final de semana perfeito para Marc Márquez em 2015. Depois dos problemas de estabilidade que o tiraram a possibilidade de lutar pelas vitórias deste início de temporada europeia, a Honda finalmente conseguiu dar a ele a estrutura que tanto precisava para voltar a brilhar.
Mas onde a escuderia japonesa foi buscar as soluções para a falta de confiança de Márquez na RC213V de 2015? Não precisaram ir muito longe. Foi só dar um pulinho no museu. Os japoneses resolveram cortar o mau do defeituoso chassi de 2015 pela raiz, o substituindo pelo do ano passado. Márquez recuperou a boa forma. Já havia mostrado isso em Assen, apenas confirmou com sua sexta vitória seguida em Sachsenring.
E é bom ressaltar que a próxima corrida é Indianápolis, lugar onde Marc e a Honda também têm um recorde muito positivo. Desde 2010 apenas Hondas ganham por lá, e desde 2011 – ainda na Moto2 – Márquez triunfa ininterruptamente também. Duas vitórias seguidas poderiam até mesmo reabrir as dúvidas: será que o bicampeão está tão morto assim no campeonato? Valentino Rossi foi sábio após a prova: “não queremos cometer erros estúpidos, porque Marquez vai ser muito forte na segunda metade do campeonato”. Márquez carrega no momento 65 pontos de desvantagem no certame.
A Honda melhorou, fato. Mas por que a Yamaha teve tanta dificuldade para acompanhar as RCVs na Alemanha? A falta de grip no asfalto e a natureza das curvas de Sachsenring podem explicar o resultado. As Yamahas têm como grande ponto forte a velocidade dentro das curvas, o que a faz muito dependente da aderência em grandes inclinações. Sem a abrasividade suficiente no asfalto alemão, a YZR-M1 não conseguia acelerar tão cedo e nem frear tão dentro quanto Márquez e Pedrosa.
Outro motivo – já citado acima – pelo qual a Honda teve vantagem foi o fato de as curvas velozes de Sachsenring serem apenas duas (8 e 12). Isso evitou que sofressem com problemas de saídas de frente e de traseira.
Na disputa do título, Rossi conseguiu uma importante vitória contra Lorenzo. Inteligente, o italiano sabia que sua corrida neste final de semana seria para superar seu companheiro de equipe e que provavelmente as Hondas estariam fora de alcance. Foi por isso que o italiano comemorou seu terceiro lugar em Sachsenring mais do que qualquer outro em sua carreira. E a história joga à favor de quem sai na ponta do mundial da Alemanha: desde 1996 todos os líderes se sagraram campeões.
Como a diferença antes do GP da Holanda era de apenas um ponto e agora aumentou para 13, Valentino pode se dar ao breve prazer de caprichar na comemoração de seu 205ª pódio no mundial.
Ducati e Suzuki
Tanto a Ducati quanto a Suzuki sofreram - como a Yamaha - com a baixa aderência de Sachsenring. Depois de um início de ano forte, a Ducati dá sinais de que perdeu terreno para a Honda e a Yamaha. A diferença de Iannone, quinto, para Márquez foi de 20.7s. Muito. Já Dovizioso, assim como na Holanda, jamais esteve entre os primeiros e abandonou pela terceira vez em quatro provas. O que não deixa de ser espantoso, dada a fama do italiano de ser um dos pilotos mais consistentes do grid.
A Suzuki surpreendeu negativamente em Sachsenring. Na pista mais travada da temporada, o time japonês prometia uma boa apresentação. Algo que estranhamente não chegou nem perto de acontecer. Espargaró e Viñales protagonizaram uma disputa fantástica pelo décimo lugar nas últimas voltas, decidida por apenas 0.019s na linha de chegada à favor de Aleix.
Moto2
Johann Zarco pôde se dar ao luxo de não vencer em Sachsenring. Segundo, o francês não teve Tito Rabat na frente durante o final de semana todo. O atual campeão teve a performance debilitada por uma fratura na clavícula em um treino privado. Inclusive, Rabat acabou tendo dois parafusos da placa de titânio que colocou em uma cirurgia para corrigir a fratura quebrados no acidente no qual se envolveu com Franco Morbidelli na última curva. A culpa foi do italiano, mas o azar foi inteiro de Rabat, que perdeu na pior das hipóteses um quarto lugar. A 65 pontos de Zarco, o bi de Tito vai ficando cada vez mais difícil.
Ah, é. A vitória foi de Xavier Simeon – a primeira de um belga no mundial desde o GP da Bélgica de 1983 das 250cc com Didier de Radigues. Foi também a primeira vitória da equipe Gresini desde o GP de Valência de 2011 com Michele Pirro.
Moto3
Danny Kent venceu de forma dominante assim como fez no início deste ano. Não abriu mais porque não quis. Tinha o melhor ritmo e marcou a pole mesmo não participando dos últimos 15 minutos da sessão de classificação. Como estamos na metade do mundial, já dá para cravar: só um desastre tira o título do britânico. Sua vantagem para Bastianini é de 66 pontos.
Com Oliveira fora da prova de hoje, o italiano da Gresini é o único que pode ameaçar Kent. Mas, dado o fato de que Enea sequer conseguiu vencer ainda, é complicado visualizar uma reação do piloto da moto 33.
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