Marcos Gomes: “nunca me senti tão competitivo quanto em 2015”
Ao Motorsport.com, piloto da Voxx é só otimismo: “seria até estranho se não me apontasse como um dos favoritos ao título”
Campeão da Stock Light em 2006 e vice-campeão da Stock Car em 2008, Marcos Gomes voltou à disputa do título da maior categoria do Brasil nesta temporada com uma grande campanha em parceria com a equipe Voxx. O time reacendeu a carreira do piloto paulista, que procura virar a página após um caso de doping que o tirou do esporte em 2012. Constante e conquistando uma vitória na última etapa, em Santa Cruz do Sul, Gomes sente que seu momento chegou.
“Estamos lutando pelo campeonato, mas essa necessidade grande de ganhar a primeira corrida acabou”, disse ele em entrevista ao Motorsport.com. “Seria até estranho se não me apontasse como um dos favoritos”.
“Vencer era muito importante para mim, para a equipe, para o patrocinador e para trabalharmos com mais calma. Acho inclusive que em algumas oportunidades essa ansiedade de vencer fez com que não ganhássemos. Tivemos erros nos pits e alguns outros problemas que na minha opinião foram frutos desta grande vontade.”
Vice-líder da temporada por seis pontos, Marquinhos não vê apenas mérito em si no grande momento. Para ele, o time também tem parte na boa fase. “O trabalho que eles estão fazendo é diferenciado. Os carros já estão descendo do caminhão muito rápidos”, elogiou.
“Quando você se vê em posição real de disputar a vitória em todas as corridas e possivelmente o título, o foco é outro. Não que não estivesse focado antes, mas com certeza este é o ano em que estou mais competitivo.”
Comparação 2008-2015
Companheiro de Ricardo Maurício na equipe A. Mattheis em 2008, Gomes foi derrotado na disputa do título por apenas dois pontos na última corrida. Para ele, a experiência acumulada nestes últimos anos será crucial para a disputa do campeonato deste ano.
“Hoje sou muito diferente”, acredita. “Me comparo em 2008 ao Felipe Fraga, meu companheiro hoje em dia. Na época tinha 23 anos, ele tem 20 agora. É bem parecido porque não tinha experiência e só queria andar na frente para provar que podia ganhar.”
“Tinha um cara muito experiente do meu lado na equipe que era o Ricardo Maurício. Por mais que tivesse uma grande calma apesar da inexperiência, me via muito mais propenso a errar. Agora consigo andar no limite de uma maneira mais constante. Hoje sou um piloto mais completo.”
Neste meio tempo, Marcos Gomes ficou marcado pelo caso de doping de 2012, que lhe rendeu a demissão da equipe Full Time. Segundo ele, o episódio representou um grande aprendizado pessoal. “Tudo o que passei ajudou. Me fez crescer mais, encarar a vida de outra maneira. Mas, claro, ficou o lado da imagem, que ficou bem desgastada na época e até o ano seguinte. Mas as experiências como esportista e homem foram fundamentais para a minha vida. Foi um descuido.”
Campeão 20 anos após o pai?
Com Paulo Gomes conquistando seu tetracampeonato na Stock Car em 1995, Marquinhos vê no pai uma motivação extra para faturar seu título em 2015. Ele pode se tornar o primeiro filho a repetir a façanha do pai no campeonato desde 1979.
“A ajuda do meu pai foi fundamental na minha carreira. Contei com o apoio financeiro dele no começo. E era complicado para ele, porque também tinha o meu irmão. Ele acabou tendo que se desdobrar para nos manter nas pistas. Obviamente, tínhamos uma visibilidade um pouco maior que os outros. Mas ele nos ajudou principalmente na parte psicológica. Quando você é novo, isso conta muito. Até hoje ele procura me deixar o mais calmo possível em todos os momentos difíceis.”
Para Marcos Gomes, Paulão é tão prestativo às vezes que acaba invadindo o espaço de atuação de seu próprio time. “Ele até tenta ser mais atuante do que dá. Hoje corro em uma equipe superprofissional, então pai de piloto querer ajudar em algo técnico acaba destoando um pouco deste ambiente. Tenho que falar sempre: 'pô, pai, deixa com a gente que sabemos o que estamos fazendo'”, brincou.
Importância de Felipe Fraga
Gomes também ressaltou a importância de Felipe Fraga como fator no grande momento atravessado pela Voxx. “O Felipe também tem estado muito rápido, mas não encaixou nenhum resultado por falta de experiência.”
“Ele tem essa juventude e essa energia que só os jovens realmente têm. Isso me ajuda bastante, principalmente na área de telemetria – sempre vejo o que ele faz. Mas tem coisas que às vezes alguém mais experiente não faria, freadas arriscadas e tal. Tento chegar o mais perto possível, mas sem assumir os mesmos riscos.”
“Isso é normal. Me vejo com 20 anos da mesma maneira. O Felipe tem um controle do carro espetacular e, com certeza, com o tempo, vai reduzir um pouco este arrojo e transformar o talento dele em grandes resultados.”
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