Pipo Derani busca ‘tríplice coroa' e chance na LMP1
Vencedor em Daytona e Sebring, brasileiro busca vencer a Petit Le Mans e aumentar as chances de obter um lugar na LMP1 no Mundial de Endurance
Pipo Derani volta ao WeatherTech United SportsCar neste final de semana, quando o campeonato realiza a decisão da temporada 2016 com a Petit Le Mans, prova de dez horas e que será realizada em Road America.
Christian Fittipaldi disputa o título, enquanto Derani quer uma conquista individual: a 'tríplice coroa' das três provas mais longas do ano, já que venceu as 24 Horas de Daytona e as 12 Horas de Sebring - deixando de vencer, das etapas que fogem das tradicionais 2h40min do campeonato, as 6 Horas de Watikins Glen, quando abandonou.
Ao vencer as duas provas mais importantes do endurance norte-americano, Derani se tornou o primeiro estreante a triunfar em Daytona e Sebring no mesmo ano.
“Foi um jeito especial de começar o ano, sem dúvida. Ser afortunado com as duas vitórias foi algo significativo. Conseguir isso em Daytona e Sebring na primeira vez foi algo natural. Não foi fácil, mas eu me concentrei e me preparei bem para isso", disse o brasileiro ao Motorsport.com.
“Foi a mesma coisa em Le Mans, em 2015. Estava lá para aprender e entender como a corrida funcionava, mas saímos com o terceiro lugar. Corridas são baseadas tanto na preparação técnica e mental quanto na preparação física e na pilotagem. Estes são os valores que trabalho em minha carreira e seguirei agindo desta forma", afirmou.
Aprendendo a ética do endurance
O que Derani, modesto, não irá dizer, é que ele foi cirúrgico nas vitórias em Daytona e Sebring. O modo como ele superou os adversários na reta final das duas provas, para então sumir à frente deles, colocou o nome do piloto nas manchetes.
“Ter aquela atenção foi algo legal, mas a coisa mais importante é a ética dentro do time - como um todo, competimos e vencemos juntos. É assim que as corridas de endurance funcionam. Tenho aprendido isso nos dois últimos anos e tenho me concentrado ao máximo em aprender e otimizar as variáveis de uma corrida de longa duração", disse.
Algumas variáveis da categorização dos pilotos no Mundial de Endurance tem gerado muito debate e muitos pilotos contestam a classificação atual. Derani - piloto considerado 'gold' dentro desse sistema - é uma dessas vozes.
“Sim, penso como muitos outros e creio que há pilotos incluídos dentro da categoria 'silver' que não se encaixam dentro da classe. No entanto, não adianta ficar falando disso se não podemos fazer nada para mudar, isso é parte do sistema" ressaltou.
“O bom é que na Petit Le Mans não temos nada disso, então poderemos lutar pela North American Endurance Cup nos preocupando apenas em cuidar de nosso ritmo e fazer nosso papel", acrescentou.
'Fome' por chance em equipe de fábrica
O alvo de qualquer piloto jovem e talentoso no endurance é conseguir um lugar em uma equipe de fábrica. Com Derani, isso não é diferente. "Estou determinado a conseguir uma chance em um programa de endurance de uma grande fabricante. Sinto-me pronto para o próximo passo, focado e me mantendo totalmente preparado para quando a oportunidade aparecer", disse.
O brasileiro, entretanto, reconhece que as vagas na LMP1, classe principal do WEC, são limitadas e não descarta um programa de fábrica na LMGTE-Pro. "Se não for na LMP1, onde há poucas vagas, adoraria seguir no WEC, potencialmente na LMGTE-Pro", revelou.
Sobre os próximos passos, Derani não quis se estender sobre os rumores de que ele poderia disputar as provas do WEC e da North American Endurance Cup em 2017, como aconteceu neste ano. “As coisas serão reveladas em breve. Não posso entrar em detalhes, exceto por estar no meio do caminho para fazer um programa combinado. Estamos trabalhando duro para seguir com isso até o fim", afirmou.
Derani, entretanto, acredita que o WEC é o ponto alto da carreira de um piloto de endurance e prepara os pilotos de modo único. "O WEC é um campeonato fantástico, muito profissional e que não dá espaço para erros. Você precisa estar preparado em todos os aspectos. Saí da F3 diretamente para lá e consegui provar meu valor", destacou.
“Acredito que a visão do WEC e do ACO (Automóvel Clube do Oeste) em relação ao desenvolvimento dos jovens pilotos, com o teste de final de ano na LMP1, é uma motivação e tanto", disse Derani, que com o desempenho nas duas últimas temporadas certamente está na lista dos cotados para o teste de pós-temporada, no Bahrein.
O brasileiro, sempre entre os mais velozes da LMP2, tem chamado a atenção no paddock e é cotado como um futuro piloto de LMP1. Além disso, Derani construiu uma reputação como piloto de desenvolvimento, sendo utilizado pela Onroak para dar os primeiros passos com o novo chassi LMP2 da Ligier.
“Os primeiros testes foram muito bons e o carro é bastante promissor. Sinto orgulho por fazer parte disso, pois a Onroak tem trabalhado duro para ser a primeira construtora de chassi na LMP2 a andar com o novo motor Gibson", completou.
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