Coluna do Granado: As diferenças entre uma moto de corrida convencional e a da MotoE
Maior destaque da motovelocidade da atualidade, Eric Granado destaca, em sua coluna exclusiva no Motorsport.com, as diferenças entre as motos que compete atualmente na MotoE e SuperBike Brasil
A maior diferença que senti de uma moto convencional para uma moto da MotoE, de cara, é a falta de marchas. Como a moto elétrica não tem, foi algo que estranhei no início, eu até fazia o movimento com o pé para tirar a marcha, mas depois passei a achar normal, me acostumei, não senti falta porque a moto tem um freio-motor eletrônico muito eficiente, então a moto para mesmo, eu gosto bastante.
O fato é que a moto com motor elétrico faz com que ela tenha uma aceleração muito bruta, um torque muito forte e é uma aceleração equivalente a uma moto de mil cilindradas de 0 a 100. De 100 a 200 é um pouco mais lenta, é uma força constante, mas ela não tem uma potência forte depois que ela entrega este primeiro momento.
A moto da MotoE tem o equivalente a 160 cavalos, que é mais ou menos como uma moto de 600 cilindradas. A do SuperBike Brasil que corro tem 200 cavalos. A velocidade máxima é de 260 km/h e a da SuperBike passa dos 300, então essa é uma diferença que sentimos.
A moto também é bem pesada, com 260 quilos e uma moto do SuperBike tem em torno de 180 kg. No começo, é estranho de pilotar, você sente o peso nas mudanças de direção, depois de um tempo você se acostuma. A moto é bem estável nas curvas rápidas, por conta do peso, e te permite ir bem rápido.
Em termos de tempo, viramos um pouco mais lentos que as 600 cilindradas, que é a Moto2 no momento. Não conseguimos fazer tempos mais rápidos porque a moto pesa mais, nas curvas perdemos bastante.
Mas isso é uma questão de tempo, estamos evoluindo a cada corrida, estão trazendo novas soluções, então acredito que é uma questão de tempo de evoluirmos e sermos mais rápidos.
Em termos de pilotagem, não há muita diferença, é uma moto de competição, igual a todas, dá para ter um bom ângulo de inclinação, já que utilizamos os mesmos pneus da MotoGP, então isso permite termos uma ótima performance em curvas.
O único ponto que a moto elétrica nos limita, neste momento, é o peso e a autonomia, que ainda é baixa, mas tirando isso, é uma moto muito boa de se guiar, é estável e, o mais importante, é que é igual para todos os outros 17 pilotos que estão na pista. Isso torna a categoria bem igualada e competitiva.
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