ANÁLISE: FIA não pôde ajudar Ferrari na dispensa de punição por "força maior" em incidente com Sainz

Houve uma rara comoção no paddock para que os comissários livrassem Sainz de uma punição de grid pela troca do armazenamento de energia

Carlos Sainz, Ferrari SF-23, para seu carro no circuito após danos causados por uma tampa de bueiro

Foto de: Simon Galloway / Motorsport Images

Após a polêmica do bueiro no primeiro treino livre para o GP de Las Vegas de Fórmula 1, Carlos Sainz foi obrigado a pagar uma punição de 10 posições no grid de largada da corrida, já que os comissários da FIA não tinham espaço do regulamento para o uso de uma justificativa de "força maior" para livrá-lo da penalização.

Devido à consequência do impacto com a tampa de bueiro, o espanhol precisou utilizar seu terceiro armazenamento de energia do ano. Isso causou uma penalização automática de 10 posições e, apesar de uma rara empatia generalizada do paddock, já que o incidente não teve culpa nenhuma dele ou da equipe, sendo 100% do circuito, não foi possível mudar o destino.

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"Algo que poderíamos mudar é a penalidade de Carlos", disse Fernando Alonso que, por pouco, não foi vítima do mesmo problema no mesmo lugar. "É algo muito pesado".

A questão de evitar penalizações por mudanças na unidade de potência ou na caixa de câmbio em circunstâncias especiais já foi discutida no passado, mas as equipes impediram que qualquer ação do tipo fosse incluída no regulamento.

Fred Vasseur, chefe da Ferrari, fez lobby com os comissários por uma dispensa, apontando que a troca apenas do armazenamento de energia (em vez de uma unidade de potência nova) não daria uma vantagem a Sainz.

"Não é fácil, dar um jogo de pneus ou um motor, porque isso representa um ganho de performance. Mas uma bateria? Não há performance na bateria. Considerando que perdemos o TL1, que tivemos danos na casa dos milhões, que os mecânicos foram além do necessário para que ele voltasse e mais, acho que não seria estúpido considerar uma força maior".

Carlos Sainz, Ferrari SF-23, Sergio Perez, Red Bull Racing RB19

Photo by: Andy Hone / Motorsport Images

Carlos Sainz, Ferrari SF-23, Sergio Perez, Red Bull Racing RB19

Porém, apesar da empatia dos comissários, suas mãos estavam atadas, porque não há nada no regulamento que prevê essa possibilidade. O Código Desportivo Internacional e o Regulamento Esportivo da F1 possuem um total de 11 referências à força maior, definida como "um evento imprevisível, inevitável e externo".

Essas menções, porém, cobrem apenas áreas como cancelamento e adiamento de eventos, retirada das entradas, mudanças de piloto e regulamentos de testes de unidade de potência no dinamômetro.

Peter Bayer, CEO da AlphaTauri e ex-diretor da FIA, esteve envolvido na formulação das regras, confirmando que houve um bloquei das equipes nesta área.

"Tendo estado do outro lado, tivemos várias discussões sobre essa cláusula de força maior", disse Bayer ao Motorsport.com. "E, na verdade, foram as equipes da F1, em sua busca pela perfeição e em sua paranoia maximizada, que pensaram que, se alguém levantasse a cláusula de força maior, esta pessoa teria muito poder, e isso seria ativado em diversas ocasiões".

"É por isso que eles disseram 'não vamos abrir essa Caixa de Pandora'. Mas, tendo dito isso, honestamente, neste caso, se tivéssemos sido questionados, teríamos apoiado a Ferrari. Não foi culpa deles".

A reunião da Comissão da F1 nesta semana em Abu Dhabi pode trazer novamente o assunto à tona.

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