Coluna do Massa: polêmica das bandeiras amarelas e reflexão

Eu disse antes do GP da Hungria de que esta não era a pista ideal para o nosso carro, mas Hungaroring foi muito mais difícil do que eu esperava.

O primeiro problema veio na classificação, o que teve um impacto enorme no resto do fim de semana. Depois da chuva torrencial no início do treino, mudei para os pneus intermediários enquanto a pista foi secando.

O momento não era errado, porque nas duas primeiras curvas a aderência estava boa. Mas quando cheguei na saída da curva 4, coloquei o pneu traseiro na linha branca e perdi a traseira.

Tentei recuperar o controle do carro, mas não foi possível e acabei acertando o muro. O resultado foi um 18º lugar no grid. Só que Hungaroring não é uma pista tão simples de ganhar posições.

Mas toda e qualquer esperança que eu tive de recuperação acabou antes mesmo de eu chegar ao grid, quando tivemos um problema com a direção. A direção estava muito macia para a esquerda e muito dura para a direita.

Isso provavelmente foi o resultado de um problema durante a montagem do carro na noite de sábado. Na corrida eu tive muita dificuldade com o carro, era muito difícil de guiar.

O único objetivo que dei a mim mesmo era tentar terminar a corrida. Não era algo tão fácil de fazer, dado o esforço envolvido nos problemas na pilotagem. Ter chegado ao fim foi a única parte boa do domingo.

Polêmica das bandeiras amarelas

Em Budapeste houve muita discussão sobre a pole position de Nico Rosberg, que foi obtida apesar de ele ter passado por um setor onde havia bandeiras amarelas duplas agitadas.

Nico aparentemente desacelerou a fim de convencer os comissários que fez a coisa certa, mas acho que o problema final nesta situação vem de outra parte do sistema.

As regras relativas a bandeiras amarelas não indicam claramente o quanto você tem de frear no caso de uma bandeira amarela ou uma bandeira amarela dupla agitada. Eu acho que eles precisam de um número – talvez uma percentagem fixa de acordo com as voltas anteriores.

Caso contrário, pode acontecer que alguém perca 0s1 e outros desacelerem 0s6, sendo os únicos penalizados.

Eu acredito e espero que este incidente mude as regras das bandeiras amarelas. Talvez até já para Hockenheim.

Reflexões de 2009

O momento no qual se disputou o fim de semana de Hungaroring significou que na segunda-feira tenha sido comemorado o sétimo aniversário da classificação de 2009 - quando percebi o verdadeiro valor da vida.

Foi em um 25 de julho que eu tive meu acidente na classificação para o GP da Hungria de 2009. Esta é uma data que eu vejo como algo semelhante a um renascimento.

Muitas pessoas me perguntam se esse incidente influenciou a minha vida como um piloto, e a resposta a essa pergunta é não. Quando você está na pista, você tem concentração total no trabalho que está fazendo.

Mesmo quando estou no mesmo local da pista onde tive meu acidente em 2009, nem sequer penso sobre o que aconteceu porque um piloto sempre está completamente concentrado no que está fazendo atrás do volante.

O que mudou depois do acidente foi o meu respeito pela vida. Antes daquele sábado de 2009, nunca imaginei que algo assim poderia acontecer.

Claro, você vê a todo momento pilotos tendo acidentes, mas você acha que algo assim nunca vai acontecer com você. Mas então você se vê em uma cama de hospital e percebe a coisa mais preciosa que temos: a vida.

Esse incidente me ajudou a entender quem são as pessoas que estão perto de mim, e com quem eu sempre posso contar. Devo dizer que o que a Ferrari fez para mim foi realmente muito bom. Eu ouvi a equipe ao meu lado nesses momentos, e isso foi muito importante e especial para mim.

GP da Alemanha

Espero que o retorno a uma pista rápida neste fim de semana represente uma chance para a Williams Martini Racing.

No papel, o GP da Alemanha é um aqueles que deve se adequar às qualidades do nosso carro. Acho que é importante que voltemos a ter dois carros nos pontos, e é por isso que estou esperando ansiosamente a viagem para Hockenheim neste fim de semana.