Crítico, Webber crava: “nível nunca esteve tão baixo” na F1
Australiano critica carros atuais e grid cheio de “pilotos pagantes”; sobre WEC, piloto diz que mudança para corridas de endurance foi “melhor decisão”
Fora da F1 desde o final de 2013, Mark Webber continua sem papas na língua quando concede entrevistas. Falando à rádio britânica BBC, o piloto da Porsche no Mundial de Endurance não poupou críticas à F1 atual e disse que falta qualidade no grid da categoria e velocidade aos carros.
“O nível nunca esteve tão baixo. Digo, você tem os top-10, que são excepcionais, e um monte de pilotos pagantes. Isso não está certo. A F1 precisa de mais pilotos de grande calibre, de carros mais velozes e barulhentos. A categoria precisa estar muito acima das demais e não é o que acontece hoje – a GP2 está próxima em tempos de volta, isso não pode ser assim”, disse.
Segundo Webber, o pensamento de que a F1 precisa mudar é consenso entre pilotos e público. O australiano cita o último encontro que teve com Sebastian Vettel, durante o final de semana das 6 Horas de Nürburgring, para sustentar a tese.
“Conversei com Sebastian Vettel em outro dia – ele esteve na Alemanha durante a prova do WEC por lá – e ele me disse que não sente mais arrepios quando guia um F1 e que algo precisa ser feito em relação aos carros da categoria. Este é um sentimento geral: os carros precisam proporcionar desafio novamente”, afirmou.
Sobre a saída da F1, no final da temporada 2013, Webber diz que foi uma decisão acertada – assim como a transferência para a Porsche no ano de estreia da fabricante alemã na categoria LMP1 no WEC.
“Creio que saí na hora certa, pois houve uma queda no rendimento da equipe e eu não pilotaria para outros times. Tive conversas com a Ferrari, mas acabou não dando certo – e não chegaria lá no momento ideal também. Sinto-me orgulhoso, sou grato pelo tempo que passei lá. Claro que gostaria de ter vencido um campeonato. Eu poderia ter sido campeão e cheguei perto, mas não consegui”, disse o australiano.
“Vir para o WEC foi, definitivamente, a melhor decisão. Trabalhar com a Porsche é fantástico, tenho muita sorte de estar aqui. Os pilotos de F1 olham para nós e perguntam: ‘Ei, como são as coisas por aí? Parece emocionante’. Trocamos informações, gosto de passar isso para eles”, completou Webber.
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