F1 2022: Uma evolução ao invés de uma revolução; confira análise

Game mantém a boa forma, porém descarta o modo história e traz microtransações desnecessárias

F1 2022 screenshot

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Electronic Arts

Na última troca de geração de consoles, quando passamos do PlayStation 3 e Xbox 360 para o Playstation 4 e Xbox One, o resultado não foi tão bom assim, com a Codemasters, desenvolvedora oficial dos jogos da Fórmula 1, retirando algumas funções. A empresa aprendeu com os erros e F1 2022 mantém o nível dos jogos anteriores e ainda é uma boa pedida para fãs da categoria, mesmo que dê uma derrapada em alguns pontos.

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Disponível para PC, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One e Xbox Series X/S, o F1 2022 é uma evolução sobre o jogo anterior, trazendo mudanças aplicadas na temporada deste ano – bom, apenas em parte. Temos as corridas no formato sprint, atualizações nos circuitos de Barcelona, Yas Marina e Albert Park, além da adição da nova corrida em Miami. O que ficou de fora por bons motivos foi o efeito negativo das mudanças nas regras, que levaram ao famigerado porpoising.

A forma básica, que a Codemasters aperfeiçoou constantemente desde que assumiu a franquia em 2009, continua boa. É um jogo acessível para todos, com dezenas de opções para quem não tem muita experiência (ou paciência) para um game de corrida mais próximo de uma simulação, como controle de tração, freios ABS, assistente de frenagem e similares. Ainda é um jogo técnico quando quer. Você só vai extrair o máximo do carro ao desligar todas as assistências e exige um controle bem fino da aceleração e frenagem.

F1 2022 screenshot

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Photo by: Electronic Arts

Para quem é macaco velho e joga com frequência, a empresa trouxe uma Inteligência Artificial mais refinada e adaptativa, ajustando o ritmo dos outros carros na pista para garantir que a corrida seja mais competitiva. De fato, no game deste ano, tive algumas disputas mais emocionantes e dificilmente abria muita distância sobre o resto do pelotão, exceto se baixasse muito a dificuldade. É normal ver os oponentes arriscarem ultrapassagens ou defenderem suas posições. E também erram mais, desde travar as rodas em uma frenagem até colisões. Os mais exigentes e com PCs bem equipados poderão levar o jogo para outro nível. F1 22 finalmente traz surporte para VR (Valve Index, Oculus Quest 2 + Link Cable, Oculus Rift S, HTC Vive, HTC Vive Cosmos).

Mesmo sem o porpoising, as mudanças na física podem ser sentida. O carro é mais pesado, principalmente em curvas de baixa velocidade e você sente o carro mexendo ao passar nas zebras. Por outro lado, a mudança na aerodinâmica aparece em velocidades mais altas, incentivando o jogador a ser mais corajoso em curvas de média e alta velocidade, usando ao máximo o downforce. A resposta aos comandos continua incrível, mesmo usando um controle ao invés de um volante.

O modo carreira não teve grandes alterações. Podemos começar direto em uma das equipes; criar a nossa própria escuderia; ou gastar um tempo na F2. A F2 ainda é um ponto um pouco perdido no jogo, principalmente agora que não tem o modo história do jogo anterior (mais sobre isso adiante). Poderia servir melhor como um tutorial para os novatos, ensinando a preparar o carro e coisas do tipo.

F1 2022 screenshot

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Photo by: Electronic Arts

A opção My Team foi atualizada e traz ainda mais opções de personalização. Para oferecer mais escolhas para os jogadores, agora oferece três pontos iniciais, no qual você começa com um orçamento pequeno, médio ou grande. Os desafios que apareciam entre as corridas foram trocados pelo Pirelli Hot Laps. Nele, ao invés de guiar carros clássicos, entramos em um esportivo da Ferrari, McLaren, Mercedes-Benz ou Aston Martin para completar algumas provas, inclusive competições de drift. A variedade é interessante, porém o comportamento dos carros fica devendo um pouco em comparação com outros games.

Outra mudança muito bem vinda está nos treinos. Ainda temos objetivos para serem concluídos, como chegar no ritmo certo de corrida ou cuidar dos pneus. Porém, eles mudam a cada fim de semana e a forma como eles contabilizam os pontos necessários mudou. Está mais acessível e menos monótno depois de fazer algumas temporadas completas.

Graficamente, F1 22 está no nível esperado. Roda bem nos consoles da geração passada, embora tenha uma queda estranha nos quadros por segundo ao usar a função de flashback. No PS5 e Xbox Series X/S, oferece resolução em 4K nativa, e ray tracing, embora seja necessário reduzir a taxa de quadros para 30 fps com esta opção ativa. Está melhor do que no ano passado, com reflexos melhores. Porém, como no F1 21, só podemos usar isso nos replays e outros momentos fora das corridas. Só é possível usar o ray tracing durante as corridas no PC, mas com uma queda no desempenho.

F1 2022 screenshot

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Photo by: Electronic Arts

Seu grande erro está na retirada do modo história do ano anterior, o Ponto de Frenagem. Algumas pessoas não gostaram muito e a Codemasters deu um descanso. Nada de errado com isso. O problema é o que recebemos no lugar, com o modo F1 Life. Basicamente, podemos personalizar o nosso próprio espaço no jogo, exibindo os esportivos que comprarmos, além de mudar a roupa e acessórios dos pilotos. É aqui que a Electronic Arts, dona da Codemasters desde 2021, empurra um sistema de microtransação. Para comprar as roupas, é necessário juntar a moeda específica para isso, mas é claro que podemos conseguir mais com dinheiro real. Ao menos, é algo completamente esquecível e que não vai te afetar de maneira alguma – eu esqueci completamente do modo após comprar todos os carros.

No final das contas, F1 22 ainda oferece a experiência definitiva para quem aprecia a principal categria do automobilismo. Para quem já está um ano atrasado ou vai entrar para a franquia, é um game que manteve o nível e que justifica o preço com facilidade. Se você já tem o F1 21, ainda parece ser diferente o suficiente para compensar a compra, algo bom para uma franquia que tem que lidar com a repetição dos mesmos circuitos e formula básica todos os anos. Também é um bom adeus para o PlayStation 4 e o Xbox One, que deixa uma sensação agradável o suficiente para aguardar ansiosamente pelo F1 23.

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