A F1 e a FIA anunciaram nesta quarta-feira (12) que a corrida em Xangai, programada para o dia 19 de abril, foi cancelada devido à atual epidemia de coronavírus, depois de ter recebido um pedido do promotor do evento.
As autoridades da F1 estão procurando uma nova data para a corrida no calendário, mas enfrenta um desafio devido às corridas já agendadas.
Uma das considerações é a alteração da data da final da temporada em Abu Dhabi, para permitir que a China volte ao calendário no final de novembro.
Em entrevista ao Motorsport.com na conferência BHMSE em Baku, o CEO e presidente da F1, Chase Carey, reconheceu que seria difícil encontrar uma vaga para a China em 2020, mas disse que nem todas as soluções foram totalmente consideradas ainda.
"É desafiador", disse Carey. "Começamos a lutar contra as contingências, mas acho que uma vez que você entra no ano com datas bloqueadas, é uma agenda bastante cheia", disse Carey.
"Valorizamos nossos parceiros chineses, eles têm sido ótimos. Tivemos um bom crescimento na China, então certamente gostaríamos de manter isso.”
“A saúde e a segurança das pessoas vêm em primeiro lugar. Certamente haveria desafios em ajustar as coisas a uma programação, mudar outras quando se têm datas bloqueadas.”
"Estamos lidando com isso. Nós realmente não trabalhamos com todas as possibilidades, mas acho que haverá desafios."
Mais de 44 mil casos de coronavírus foram relatados em 24 países, com o número de mortos ultrapassando mil pessoas na China nesta semana.
Questionado sobre como o processo de reagendamento da corrida funcionará em meio à incerteza sobre o futuro da crise, Carey disse: "Acho que ninguém sabe, acho que você está em território desconhecido.”
A F1 deve visitar o Vietnã - que divide fronteira com a China - no início de abril, e um número de funcionários do paddock deve viajar pelo sudeste da Ásia a caminho do GP da Austrália, que abre a temporada.
Carey disse que, embora os casos relatados de coronavírus sejam limitados fora da China, a F1 estava ciente do problema e de como ele pode impactar o paddock como um todo.
“Estamos cientes do problema. A saúde e a segurança de nosso pessoal são prioridades”, afirmou Carey.
“Fora da China agora, pelo que sabemos, acho que hoje, na maioria dos lugares, parece ser seis, oito, dez pessoas.”
"Ninguém sabe o que será daqui a uma ou duas semanas, por isso é difícil dizer qual será a situação. Acho que você só pode estar por dentro, manter contato com pessoas e lidar com o que surgir à medida que você souber mais.”
Confira as curiosidades do GP da China de F1
O primeiro GP da China marcou a antítese de uma temporada dominada por Michael Schumacher. O alemão rodou na classificação (na época no formato de volta única) e largou de último. Na corrida, bateu com o austríaco Christian Klien, rodou sozinho e finalizou em uma distante 12ª posição. Para se redimir, ele fez a volta mais rápida da prova na última passagem...
Se o ano anterior tinha sido ruim, 2005 foi pior ainda para Schumi. Indo para o grid, ele bateu com o holandês Christjan Albers da Minardi. O alemão foi obrigado o largar dos boxes com o carro reserva. No meio da corrida, após a entrada do Safety Car, o piloto aquecia seus pneus quando perdeu o controle de seu carro e foi parar na caixa de brita. Game Over.
Desta vez a sorte sorriu para Schumacher. Na pista molhada, a Renault resolveu trocar os pneus intermediários de Alonso. A decisão se provou ruim, já que, sem trocar, Schumaher e Fisichella (companheiro de Alonso na Renault) recuperaram uma desvantagem de 20 segundos em menos de dez voltas. Fernando perdeu a corrida para Schumacher, que na ocasião assumiu a liderança do campeonato. Mas foi por pouco tempo.
O roteiro parecia pronto: saindo da pole, Hamilton estava predestinado a ganhar o título em seu primeiro ano na F1. Mas, por uma decisão ruim na gestão dos pneus intermediários, Lewis foi deixado sob ataque de Raikkonen. O finlandês passou e Hamilton tentou ir aos pits... mas ficou atolado na caixa de brita da entrada dos boxes. Ali o britânico começava a perder o título daquele ano.
Se com Hamilton a McLaren teve uma de suas melhores corridas naquele ano, com o outro carro tudo deu errado. E isso por um erro primário da equipe: colocaram para Heikki Kovalainen os pneus dianteiros trocados – esquerdo no lugar do direito e vice-versa. O piloto reclamou muito do carro e acabou furando um dos pneus dianteiros antes de ter de abandonar.
Era um dia perfeito para a Red Bull. A primeira vitória da equipe com dobradinha em uma chuvosa Xangai. Mas o troféu de construtores veio diferente dos outros entregues naquele dia. Faltou a argola do lado direito. Será que quebrou?
A imagem que ficou para a história nesta corrida aconteceu logo no primeiro treino livre. Sebastien Buemi se aproximava do hairpin quando, ao frear, suas duas rodas dianteiras se desprenderam e fizeram o suíço virar passageiro dentro do carro. Segundo o time, peças novas da suspensão dianteira foram as causadoras do acidente no mínimo bizarro.
Alvo da pressão de Vettel durante o primeiro stint da corrida, Button cometeu um grande erro ao entrar nos pits: confundiu a garagem da Red Bull com a da McLaren. O piloto perdeu a posição para o alemão após ter de se dirigir a seu box. Para piorar, o piloto perdeu nas últimas voltas o pódio para o outro piloto da equipe dos energéticos, Mark Webber, enquanto seu companheiro Hamilton vencia a primeira do ano.
Fazendo a primeira fila, a Mercedes ganharia sua primeira corrida como equipe desde 1955 naquele dia com Nico Rosberg. Mas poderia ser uma dobradinha se o time não tivesse dado sinal para Michael Schumacher sair dos pits com a roda dianteira direita mal colocada. O heptacampeão foi o único a abandonar aquele GP.
Derrotado por Vettel na Malásia após o alemão desobedecer uma ordem de não atacá-lo no fim da prova, Webber teve o início do azar que culminou em sua aposentadoria da F1. O piloto ficou sem combustível no meio do Q2 e foi obrigado a largar dos boxes. No meio da corrida, ele bateu em Vergne e quebrou sua asa dianteira. Isso lhe acarretaria uma punição para a prova seguinte, mas, antes disso, ele foi aos pits para trocar o bico e os pneus. Mal colocada, a roda traseira direita acabaria saindo na volta à pista.
A corrida vinha se desenrolando de maneira normal até a penúltima volta. Foi quando um fiscal desavisado deu a bandeirada para Lewis Hamilton. O inglês achou estranho e comentou o ocorrido com seu time. Fato é que mais tarde, mesmo com 56 voltas disputadas, foi contado o resultado ao fim da volta 54.
Já imaginou reclamar porque o piloto da frente está lento demais? Foi o que Nico Rosberg fez com Lewis Hamilton em 2015. Durante os primeiros stints, o inglês andava razoavelmente abaixo de seu ritmo quando se aproximava da parada. Rosberg, com medo de desgastar os pneus demais atrás de Lewis, achou a manobra desleal e reclamou na coletiva de imprensa. Era só ter passado, Nico...
A prova chinesa de 2016 marcou o quarto GP da história da Fórmula 1 com todos os pilotos vendo a bandeirada. A temporada de 2016 ainda marcou a quinta prova sem abandonos, no GP do Japão.
Provido à Mercedes após a aposentadoria de Nico Rosberg, Valtteri Bottas fazia apenas sua segunda prova pela equipe quando acabou sofrendo um grande revés na China. O finlandês rodou durante um Safety Car após colocar pneus de pista seca, lembrando em Schumacher em 2005. Ele ainda conseguiu voltar e finalizou a prova em sexto.
Daniel Ricciardo viveu emoções bastante distintas no GP da China de 2018. O piloto teve uma falha no turbo no terceiro treino livre e quase não pôde participar da classificação devido a um reparo feito às pressas. Ele saiu no fim do Q1 e no final se classificou em sexto. Na corrida, com uma sorte em um Safety Car, ele trocou de pneus e passou por Verstappen, Hamilton, Vettel, Raikkonen e Bottas para ganhar a prova.