Fórmula 1 GP da Austrália

F1: Conheça as mudanças feitas no Circuito de Albert Park, palco do GP da Austrália

Quais pontos da pista passaram por reformas e como isso pode melhorar as corridas? Saiba aqui!

Albert Park modifications

Por mais de um quarto de século, Melbourne é a casa do GP da Austrália de Fórmula 1. E nessa jornada, o famoso Circuito de Rua do Albert Park tem sido a casa desse evento. Para este ano, o traçado passou por importantes mudanças, mas quais foram as modificações e como isso impacta a corrida? Descubra aqui.

Devido à natureza da pista, que mistura um trecho permanente com estacionamentos e ruas, o circuito não era modificado desde a primeira corrida em Melbourne, em 1996. O mesmo asfalto, as mesmas curvas. Enquanto os carros evoluíram imensamente, o circuito não acompanhou isso. Até agora.

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Após anos de comentários sobre as chances limitadas de ultrapassagens e linhas únicas para os carros, a Australian Grand Prix Corporation (AGPC), organizadora do evento, finalmente deu ao Albert Park a reforma necessária.

Agora, existe um layout mais favorável para ultrapassagens, um asfalto novo, além de um pitlane maior e melhor.

O que mudou no Albert Park?

Curva 1

A primeira curva do Albert Park, que sempre atraiu batidas, foi expandida em 2,5 metros para a direita do piloto. A ideia é reduzir o efeito de funil, usado para forçar os carros a uma trajetória muito apertada, tornando mais fácil para os pilotos andarem lado a lado.

Curva 3

Um ponto chave de ultrapassagens, a curva três foi expandida para a direita dos pilotos em quase quatro metros, além de uma mudança de perfil para aumentar a cambagem positiva. Isso deve criar mais linhas e até mesmo mudar o vértice da curva, para que as disputas por posições durem um pouco mais.

Aerial over Albert Park

Aerial over Albert Park

Photo by: Zak Mauger / Motorsport Images

Curva 6

A curva 6, que já foi uma trajetória estranha para a direita, passou por mudanças significativas. O local foi aumentado em impressionantes 7,5 metros para a direita do piloto, deixando de ser uma curva de baixa para algo que quase lembra uma reta-curva. O resultado esperado é um aumento de velocidade de incríveis 70 km/h.

Curvas 9/10

A antiga chicane das curvas 9/10, que levava os carros até as curvas 11/12, não existe mais. Agora é simplesmente pé embaixo a partir da saída da curva 6, passando pelas 7 e 8 até a chegada nas curvas 11/12, que agora passam a ser 9/10. A velocidade máxima esperada nesse complexo é de mais de 330km/h, com os pilotos sujeitos a uma força de 5,6G na chegada à nova curva 9. A reta oposta será usada como uma nova zona de DRS.

Curva 11

Após o setor pé embaixo na saída da curva 6 até a saída a 10, a curva 11 passa a ser uma grande oportunidade de ultrapassagens. A curva foi aumentada em três metros no lado interno, passando por uma mudança de perfil com mais cambagem positiva para aumentar as linhas viáveis para a execução de manobras.

Curva 13

A penúltima curva também foi expandida no lado interno, para dificultar a vida dos pilotos que defendem suas posições.

Pitlane

O pitlane foi expandido em dois metros, com o pitwall agora ligando no limite da pista, onde anteriormente ficava uma área de grama. Dependendo da aprovação da FIA, o projeto é de aumentar o limite de velocidade dos carros de 60 para 80km/h, o que pode criar mais estratégias para as equipes nas paradas.

Daniel Ricciardo, Renault F1 Team R.S.19, in the pits

Daniel Ricciardo, Renault F1 Team R.S.19, in the pits

Photo by: Mark Sutton / Motorsport Images

Recapeamento

Todo o traçado também passou por um recapeamento. Esse era um trabalho que era muito necessário, já que o asfalto seguia o mesmo desde a colocação original, em 1995, antes do primeiro GP. E considerando que partes do circuito são vias públicas nas outras 51 semanas do ano, imaginem a situação após 27 anos.

Por que foi modificado?

Alterar o layout do Albert Park estava nos planos há anos. Pilotos e equipes criticavam o circuito há muito tempo, colocando como datado, particularmente com os carros ficando cada vez mais rápidos. Sempre pareceu uma pista de linha única, com zonas de frenagem curtas e onduladas, tornando as ultrapassagens quase impossíveis sem um claro ritmo de vantagem.

Lá em 2017, a AGPC fez uma investigação muito séria sobre as mudanças ao circuito. O plano não era muito diferente do que foi feito agora, com uma reta mais longa e mais rápida ao norte do lado. Mas, naquela versão, o velho complexo das curvas 11/12 seria substituído com uma frenagem difícil para ultrapassagens.

No final, o plano foi descartado. A AGPC não via benefícios suficientes para atrapalhar a vida diária de Melbourne para isso. Mas as críticas continuaram. No ano seguinte, os pilotos vieram com tudo e a ideia de mudanças voltou à mesa.

Eventualmente a AGPC decidiu pelo recapeamento, que já seria uma grande perturbação da vida diária por si só, além da mudança de perfis de parte do circuito ao mesmo tempo. Vários pilotos da F1 se engajaram para colocar o plano em prática. O layout revisado foi aprovado e iniciado no começo de 2021, aproveitando a interrupção do evento por conta da pandemia.

A Fase 1 tinha como objetivo a expansão do pitlane em dois metros, o que também jogou o pitwall na beira da pista, onde antes havia uma zona de grama.

A segunda fase foi a expansão e mudança de perfil ao redor do circuito para criar o novo layout, enquanto o último trecho foi o recapeamento do asfalto, concluído mais cedo neste ano.

Albert Park modifications

Albert Park modifications

Photo by: Australian Grand Prix Corporation

Isso vai melhorar as corridas?

As mudanças feitas ao layout do Albert Park têm como objetivo fundamental criar mais oportunidades de ultrapassagem. Enquanto a curva 1 não deve ser um ponto-chave, a expansão deve torná-la menos de linha única, dando aos pilotos uma chance melhor de aproveitar o posicionamento para fazer a manobra na curva 3.

E a execução do movimento deve ser facilitado com os quatro metros a mais de pista na entrada da curva 3, e o aumento da cambagem positiva oferecendo ainda mais aderência no meio da curva.

Tecnicamente, perder a antiga chicane das curvas 9/10 significa que potencialmente temos uma zona a menos para ultrapassar. Mas, na verdade, nunca foi um ponto muito forte para isso, o que levou ao seu sacrifício para criar a área que deve ser a mais importante para manobras na pista, a nova curva 11.

Os carros andarão com pé embaixo desde a saída da curva 6 até as rápidas 9 e 10, tendo uma forte frenagem na 11. Essa curva está mais larga que nunca e com mais cambagem positiva, para garantir múltiplas linhas e oportunidades de ultrapassagem.

Caso o plano de aumentar o limite de velocidade no novo pitlane seja executado, também pode abrir mais estratégias para as equipes, com a redução no tempo de parada. Além da esperança de melhores corridas, o novo layout deve reduzir o tempo de volta em cerca de cinco segundos.

Estatísticas do Albert Park

• Extensão: 5.279km (redução de 0.024km)
• Curvas: 14 (2 a menos)
• Volta mais rápida: 01min24s125 (Michael Schumacher, 2004)
• Número de corridas de F1: 24 (1996 - 2019)
• Capacidade: Aproximadamente 140,000
• Maior vencedor do circuito: Michael Schumacher (4)
• Montadora de maior sucesso: Ferrari (8)
• Último vencedor: Valtteri Bottas (2019)

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Andrew van Leeuwen
Fórmula 1
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