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F1 deve abandonar ideia de corridas com grid invertido para 2020

Proposta precisava de apoio unânime de equipes da Fórmula 1. Ideia seria testada pela primeira vez no GP da França de 2020

Lewis Hamilton, Mercedes AMG F1 W10, leads Carlos Sainz Jr., McLaren MCL34, Lando Norris, McLaren MCL34, Alex Albon, Red Bull RB15, Pierre Gasly, Toro Rosso STR14, Nico Hulkenberg, Renault F1 Team R.S. 19, Lance Stroll, Racing Point RP19, and the remainder of the field at the start

Os dirigentes da Fórmula 1 deverão abandonar a ideia de testar diferentes formatos de final de semana de corrida em 2020, depois que as equipes se manifestarem contrárias a proposta de realização de corridas com Grid invertido.

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A Liberty Media, proprietária da categoria, vem estudando maneiras de incrementar o espetáculo e esperava testar formatos alternativo em três sessões classificatórias no próximo ano para ver o impacto que isso teria na recepção do público.

A ideia era que, em três GPs - França, Bélgica e Rússia - a sessão classificatória normal da F1 fosse substituída por uma corrida curta, cujo grid seria formado com a ordem inversa dos pilotos no campeonato.

O resultado final desta corrida, com cerca de 100 km de duração (algo entre 14 e 18 voltas), decidiria a ordem de largada do evento principal no domingo.

O assunto foi discutido na última reunião para a definição das regras da F1, que aconteceu em Paris nesta quarta-feira. No entanto, a proposta não conseguiu o apoio unânime necessário para que a mudança no regulamento de 2020 acontecesse. Outras sugestões chegaram a ser discutidas, mas nenhuma criou entusiasmo entre os chefes de equipes.

Além disso, é amplamente aceito que o formato de qualificação atual é popular entre os fãs, então há pouco benefício em experimentar um formato diferente no sábado, principalmente se o resultado alcançado for quase idêntico ao atual.

Ross Brawn não conseguiu apoio dos chefes de equipe.

Ross Brawn não conseguiu apoio dos chefes de equipe.

Photo by: Mark Sutton / Motorsport Images

No mês passado, o diretor de esportes da F1, Ross Brawn, afirmou que o esporte precisava ser aberto a experimentos para se atualizar e manter sua popularidade dentro da crescente concorrência na esfera do entretenimento.

"Entendo que os puristas possam estar preocupados, mas não devemos ter medo de conduzir um experimento, caso contrário não poderemos progredir", afirmou.

“Não queremos mudanças apenas por mudar; queremos melhorar nosso esporte, porque, assim como o desenvolvimento dos carros, se você ficar parado, corre o risco de ficar para trás".

Mas sem uma resposta definitiva sobre o assunto, é improvável que o esporte se arrisque a impor algo assim a partir de 2021, mesmo que fosse necessário apenas o apoio da maioria das equipes para a aprovação.

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Analisamos as propostas técnicas para 2021

Recentemente a Fórmula 1 divulgou as primeiras imagens de um modelo de testes sendo testado no túnel de vento da Sauber (Alfa Romeo). De acordo com os responsáveis técnicos, o carro mostrou resultados positivos no que diz respeito a redução da turbulência que hoje dificulta que os pilotos façam ultrapassagens.

Isso se deve à aplicação do efeito solo, algo que a categoria baniu nos anos 80 por conta do elevado número de acidentes associados à tecnologia. Relembre o teste do carro e nossas análises sobre a F1 de 2021 e sobre o efeito solo.

O teste no túnel de vento:

 

Nossa análise exclusiva do modelo 2021:

 

Efeito Solo

O controverso sistema que 'gruda' os carros ao chão e beneficia as ultrapassagens já foi banido da Fórmula 1 no passado por ser considerado muito perigoso. No entanto, os entusiastas lembram que a competição era mais acirrada no período em que a tecnologia esteve presente. Relembre as curiosidades sobre o efeito solo: 

1970 - Chaparral 2J-Chevrolet
A tecnologia foi primordialmente explorada pela equipe Chaparral, que utilizou o modelo 2J no campeonato norte americano de protótipos, o Can-Am. No entanto, mesmo sem ter conquistado nenhuma vitória, a novidade foi banida da categoria.
1978 - Lotus
A equipe chegou a experimentar o efeito solo em 1977, mas foi no ano seguinte que implementou a tecnologia em definitivo. O time venceu oito corridas naquele ano e conquistou o mundial de construtores e o mundial de pilotos com Mario Andretti.
1978 - Lotus
Andretti venceu seis provas e somou 64 pontos, 13 a mais que seu companheiro de equipe, Ronnie Peterson. A Lotus só não venceu todas as etapas do mundial porque seu carro tinha problema de confiabilidade, algo comum na antiga F1.
Colin Chapman: o criador, mas nem tanto
Colin Chapman, o projetista chefe e proprietário da Lotus, colhe até hoje os louros pelo sucesso do efeito solo na F1. No entanto, apesar de ser o idealizador do carro vencedor, os responsáveis por trazer o efeito solo para a equipe foram Tony Rudd e Peter Wright, que já tinham tentado algo similar na BRM no final dos anos 60.
1978 - Brabham BT46B Alfa Romeo
Além da Lotus, outras equipes de várias categorias já estavam perseguindo ideias semelhantes desde o começo da década de 70. A Brabham foi quem mais se aproximou de bater a Lotus em 1978.
1978 - Brabham BT46B
Niki Lauda venceu a etapa da Suécia da F1 com um carro que usava um ventilador para "chupar" o ar debaixo do carro e forçar o efeito solo. No entanto, a tecnologia do time foi banida antes do fim da temporada.
1978 - Jody Scheckter, Ferrari 312T4
Apesar de não usar o efeito solo em 1978, a equipe italiana foi vice-campeã em 1978, graças à confiabilidade do carro que venceu todas as vezes que a Lotus teve problemas. Em 1979, a Ferrari reuniu o que tinha de melhor do carro do ano anterior com uma versão própria do efeito solo, e com isso dominou o campeonato. Jody Scheckter venceu e Gilles Villeneuve foi vice.
1980 - Williams FW07B Ford Cosworth
A Williams resolveu dois problemas do efeito solo e faturou a temporada de 1980 com Alan Jones. A equipe conseguiu reduzir os custos da solução e fazer com que as peças se ajustassem às curvas, evitando a perda do efeito fora das retas.
1980 - Nelson Piquet, Brabham BT49-Ford Cosworth
Nelson Piquet venceu suas primeiras corridas a bordo de uma Brabham naquele mesmo ano e fez frente à Alan Jones no campeonato mundial.
1980 - Brabham BT49
O brasileiro triunfou três vezes na temporada e chegou a liderar o campeonato.
1980 - Nelson Piquet (Brabham) e Alan Jones (Williams)
No entanto, a falta de confiabilidade do carro acabou impedindo Piquet de pontuar nas duas últimas etapas, enquanto Jones vencia as provas e superava o brasileiro, sagrando-se campeão mundial.
1981 - Nelson Piquet, Brabham BT49C
O ano foi um dos mais disputados da história da categoria, com sete pilotos de seis equipes diferentes vencendo corridas.
1981 - Nelson Piquet, Brabham
Nelson Piquet brilhou no carro da Brabham, que era capaz de se ajustar às curvas para manter o efeito solo e vencer a concorrência. O brasileiro conquistava ali o primeiro título mundial de sua galeria.
1982 - Keke Rosberg, Williams FW08
No último ano do efeito solo na categoria, Rosberg se valeu da regularidade para ser campeão mundial.
1982 - Keke Rosberg, Williams
Naquele ano, 11 pilotos diferentes venceram corridas, mas o finlandês, que venceu apenas uma, chegou mais vezes nos pontos do que todos os rivais e levou o caneco.
1982 - Excesso de acidentes pôs fim ao efeito solo
Os acidentes se tornaram frequentes com o avanço do efeito solo, pois bastava o carro tocar no chão para o efeito ser totalmente cancelado, fazendo com que os pilotos perdessem o controle do carro. Dois dos acidentes foram fatais. Na imagem acima, o acidente que tirou a vida de Gilles Villeneuve.
1982 - Excesso de acidentes pôs fim ao efeito solo
O último acidente fatal daquele ano foi o de Riccardo Paletti, no Canadá. Logo em seguida, a FIA decidiu eliminar totalmente o efeito solo. Depois do acidente de Paletti, as próximas mortes durante em um fim de semana de GP foram as de Ratzenberger e Senna em Imola, 12 anos depois.
2021 - O retorno do efeito solo
Em 2019, a F1 está decidindo os rumos que tomará no futuro. Buscando aumentar as ultrapassagens e o espetáculo, a categoria decidiu reintroduzir a tecnologia a partir de 2021.
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