F1: FIA pode remover Masi do posto de diretor de provas e fazer reestruturação; entenda
Em entrevista à BBC, chefe da entidade revelou que planeja dividir as funções do cargo e não descartou trocar o australiano, apesar de "super trabalho"
A FIA está procurando uma maneira diferente de organizar o gerenciamento de corridas de Fórmula 1 para que o diretor de provas possa se concentrar melhor no que está acontecendo na pista, conforme relatou o veículo britânico BBC em entrevista com Peter Bayer, chefe da federação. Também não seria certo que Michael Masi retornará ao cargo em 2022.
A entidade anunciou em dezembro uma investigação sobre o que aconteceu nos estágios finais do GP de Abu Dhabi, com os contestados procedimentos com o safety car. O resultado disso será discutido em comissão no dia 14 de fevereiro, pouco mais de um mês antes do início da nova temporada da categoria.
Algumas medidas estão sendo consideradas pela FIA para garantir que o diretor de provas possa fazer seu trabalho em um ambiente mais calmo. Por exemplo, ele deve receber melhor apoio e uma 'barricada' deve ser erguida entre ele as equipes. Além disso, estão sendo considerados ajustes na maneira como os comissários atuam.
Na corrida de Abu Dhabi, Lewis Hamilton caminhava para a vitória e o título, até que Nicholas Latifi bateu pouco antes do fim e o carro de segurança foi mandado à pista. A prova foi retomada com uma volta para seu encerramento após retardatários entre o britânico e Max Verstappen foram autorizados a se reagrupar pouco antes. Isso permitiu que o holandês ultrapasse o rival.
The Safety Car Lewis Hamilton, Mercedes W12, Lando Norris, McLaren MCL35M, Fernando Alonso, Alpine A521, the rest of the field
Photo by: Sam Bloxham / Motorsport Images
A Mercedes ficou furiosa, alegando que o safety car não foi tratado da maneira usual por Masi, que deixou apenas os pilotos atrás entre Hamilton e Verstappen passar à frente. Normalmente, todos os que estão atrás são convocados e o carro de segurança só vai aos boxes na volta seguinte, só que neste caso não haveria tempo suficiente para a relargada.
A escuderia alemã apresentou um protesto contra o curso dos acontecimentos, mas foi rejeitado. Ela ainda poderia ter apelado posteriormente, mas decidiu não fazê-lo após um compromisso da FIA de investigar minuciosamente os eventos do GP.
No rescaldo da corrida, muitos concordaram que Masi não lidou com a situação da maneira comum, tentando não terminar a corrida sob safety car. Também houve uma chamada para limitar o contato de rádio entre as equipes e o diretor de provas. Desde o ano passado, essa comunicação também é transmitido pela televisão.
Em Abu Dhabi, pode-se ouvir como a Red Bull pedia para tirar os pilotos entre Hamilton e Verstappen e Mercedes, por parte de Toto Wolff, desesperadamente reclamando em como a corrida foi retomada. O diretor técnico da F1, Ross Brawn, disse que a pressão que os times colocaram sobre Masi foi "inaceitável".
"Wolff não pode exigir que o safety car não venha e [Christian] Horner não pode exigir que os carros se reagrupema", disse o dirigente na época. "Cabe à direção decidir isso."
Futuro de Masi incerto
Michael Masi, Race Director
Photo by: Simon Galloway / Motorsport Images
Enquanto isso, é incerto se Masi retornará como diretor de provas em 2022. Algumas equipes teriam pedido à FIA para substituí-lo, alegando que sua credibilidade foi manchada pelos eventos em Abu Dhabi, mas também porque ele também não havia sido muito consistente em suas performances anteriores.
De acordo com Bayer, apesar do "bom trabalho" do australiano, é provável que um novo nome seja escolhido na próxima temporada e haja uma reestruturação em torno das funções do cargo, que já são muitas.
"Michael fez um super trabalho de várias maneiras, dissemos isso a ele", comentou o chefe da FIA. "No entanto, também existe a possibilidade de haver um novo diretor. (Estamos analisando) dividir as várias tarefas do cargo, que incluem ser diretor esportivo, delegado de segurança e de pista."
"Isso é simplesmente demais. Essas funções seriam divididas entre várias pessoas para reduzir a carga do diretor de prova", acrescentou.
A influência das escuderias também foi discutida, em relação a acordos que não estão no regulamento, como a preferência de não encerrar um GP sob o carro de segurança, e o quanto elas poderão ficar em cima dos comissários.
"Perguntamos às equipes se a exigência de não terminar uma corrida com o safety car ainda era relevante, com a qual todos concordaram", revelou Bayer. "Os chefes ainda poderão fazer contato, mas queremos construir um elo com um funcionário que aceite essas solicitações. No futuro, o diretor poderá se concentrar em sua tarefa e não será mais distraído."
Notavelmente, uma reunião com os diretores esportivos das equipes, que fazia parte da investigação da FIA, foi presidida por Masi na semana passada. Diz-se que o australiano, que ocupa o cargo desde a morte repentina de Charlie Whiting em 2019, se conteve quando suas ações foram discutidas.
Uma das conclusões deste encontro teria sido que as escolhas deveriam ser "previsíveis" a partir de agora. A FIA também está organizando uma reunião com pilotos da F1 para ouvir suas opiniões sobre Abu Dhabi, mas ainda não há data definida.
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