FIA quer simplicidade na F1 antes de reunião sobre motores
Prestes a se encontrar com fabricantes, presidente da FIA, Jean Todt, diz que os carros da categoria atualmente são muito caros, complexos e confiáveis
A FIA irá se reunir com as principais fabricantes de automóveis do mundo em Paris nesta sexta-feira (31) para discutir as regras de motores a partir de 2020, com a entidade considerando que os carros pecisam ficar mais simples, baratos e menos confiáveis.
Com opiniões divididas quanto aos rumos que a categoria deve tomar – se a tecnologia híbrida deveria ser mantida ou se devem ser adotados novamente motores mais simples e barulhentos –, as discussões não devem ser muito simples.
A FIA convidou todas as fabricantes atuais da F1, mais algumas outras que atualmente não estão envolvidas com a categoria, para sondá-los a respeito de qual caminho seguir a partir de 2021.
Stefano Domenicali, ex-chefe da Ferrari e atual diretor executivo da Lamborghini, irá ao encontro como representante do Grupo Volkwsagen. A gigante alemã observa há tempos as reuniões que discutem as regras de motores.
Menos tecnologia
O presidente da FIA, Jean Todt, indicou que gostaria de ver a F1 adotando um rumo diferente, onde a tecnologia seria reduzida a fim de melhorar o espetáculo.
“Olhando um carro de F1, acho que eles são sofisticados demais, provavelmente exagerados em termos de tecnologia, o que não é necessário para o esporte”, disse Todt.
“É uma questão muito sensível, porque, por um lado, o setor automotivo está evoluindo e seria difícil dizer que o topo do automobilismo competitivo não está seguindo essa evolução. Não estou pensando em ter carros autônomos ou conectados na F1, mas é isso que o mundo está vendo no momento, é isso que as montadoras estão enfrentando com a eletrônica e unidade de potência, o que é completamente diferente. Então, precisamos ver como podemos traduzir isso ao automobilismo de competição, e, claro, na F1.”
“Mesmo assim, acho que isso é caro demais, complicado e muito confiável. Fiquei chocado quando vi o primeiro dia de testes em Barcelona. Lembro que, no meu tempo, quando conseguíamos dar cinco voltas, a reação era: ‘Fantástico, demos cinco voltas’. Vi carros que deram 70 ou 80 voltas. Estão construindo laboratórios nas fábricas onde ninguém tem acesso.”
O futuro elétrico
Uma questão que as fabricantes deverão decidir é a quantidade de potência elétrica que estará nos motores da F1 no futuro. Enquanto que as montadoras estão de olho nesta rota, Todt não está convencido de que ter um carro totalmente elétrico seria ideal para a categoria.
“A grande limitação dos carros elétricos é a autonomia e o tempo de recarga. O melhor carro, independentemente do que é dito do lado do marketing, tem autonomia de 200 km, com a recarga entre seis a oito horas. Então vejo um grande futuro nos carros elétricos nas cidades, e, por acaso, é por isso que estamos promovendo um campeonato de carros elétricos nas cidades.”
“Muitos carros ainda usam diesel, muitos são híbridos, com motores menores e turbo com recuperação de energia, e também vejo muito nas células de combustível.”
“Provavelmente, a célula de combustível requer uma tecnologia completamente diferente, onde vários carros podem andar de 600 a 1000 km, com uma recarga de três minutos. Estamos considerando introduzir a célula de combustível em alguma categoria no futuro, mas, se falarmos de F1, ela ainda deveria usar um motor mais convencional. Isso não significa que voltaremos ao que tínhamos 10 anos atrás. Isso não vai acontecer.”
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