Nostalgia

Há dez anos, Massa colocava o Brasil na liderança do Mundial da F1 pela última vez

Na terceira etapa da temporada, Massa contou com uma combinação de resultados para sair da Malásia na liderança

Felipe Massa, Ferrari

Há exatos dez anos, um piloto brasileiro ocupava pela última vez a liderança do Mundial de Pilotos da Fórmula 1. Após uma corrida de recuperação e a combinação dos resultados de seus adversários, Felipe Massa saía de Sepang em primeiro lugar.

Em 04 de abril de 2010, era realizado o GP da Malásia, terceira etapa do campeonato, após Bahrein e Austrália. Felipe estava em sua volta à categoria naquele ano, após o acidente no GP da Hungria de 2009, e teve duas boas performances nas etapas inaugurais: segundo lugar no Bahrein e terceiro na Austrália.

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Massa chegava na Malásia em segundo no campeonato, com 33 pontos, quatro a menos que seu novo companheiro de Ferrari, Fernando Alonso, que havia vencido a corrida no Bahrein. Já Button, ganhador na Austrália, era o terceiro, dois pontos atrás do brasileiro.

No sábado, o treino classificatório foi marcado por um tempo imprevisível. Após um início molhado, os pilotos chegaram a trocar para pneus intermediários, mas uma nova tempestade atingiu a pista. Massa não teve um bom treino e caiu ainda no Q1, garantindo apenas a 21ª colocação de 24 pilotos, com um tempo 7s mais alto que o de  Kubica, que terminou a primeira parte na frente.

A culpa para o tempo ruim de Massa foi da Ferrari, que segurou o brasileiro e Alonso nos boxes na esperança da situação da pista melhorar no final do Q1, mas o que aconteceu foi o oposto, com a volta da chuva. Alonso também caiu no Q1, largando em 19º. Entre eles, Lewis Hamilton, já que a McLaren havia feito a mesma aposta com o campeão.

A pole ficou com Mark Webber, mas Sebastian Vettel, que largou em terceiro, superou seu companheiro de equipe e Nico Rosberg nos primeiros metros e assumiu a liderança e ficaram assim até o final da prova. Para o alemão, seu terceiro lugar representou o primeiro pódio da Mercedes em sua volta à F1, logo na terceira prova.

Massa andou a corrida inteira na frente de Alonso e escalou o pelotão, conseguindo subir 14 posições na corrida para terminar em sétimo. Enquanto isso, nas voltas finais, Fernando Alonso, em nono, tentou ultrapassar Jenson Button, mas teve problemas com o motor e acabou abandonando.

Com a combinação de resultados, os seis pontos conquistados por Felipe foram suficientes para colocar o brasileiro na liderança pela primeira vez desde o GP da França de 2008. Massa tinha 39 pontos, dois a frente de Alonso e Vettel, com 37 cada e quatro a frente de Button e Rosberg.

Mas, após a Malásia, Felipe teve uma temporada irregular. Das 16 corridas seguintes, ele subiu ao pódio apenas mais três vezes, com o segundo lugar na Alemanha e terceiro na Itália e na Coreia do Sul. Com isso, terminou em sexto no Mundial, atrás das duplas da Red Bull e McLaren e mais de 100 pontos atrás de Alonso.

Felipe ainda permaneceu na Ferrari por mais três anos e, na temporada de 2014, fez a troca para a Williams, onde correu até o final de 2017.

GALERIA: 20 fatos sobre a carreira de Felipe Massa

Massa conquistou seu primeiro ponto na F1 logo em sua segunda corrida no mundial, na Malásia em 2002. Um sexto posto.
Em 2002, Massa foi ordenado a ceder posição para o parceiro Nick Heidfeld por duas vezes, no GP da Europa (onde não obedeceu) e no GP da Alemanha (quando acatou. Com clima ruim, ele saiu do time no fim do ano.
Massa liderou uma corrida pela primeira vez no GP do Brasil de 2004, por duas voltas.
Conquistando um sexto lugar em sua despedida da Sauber na China em 2005 – naquela que foi a última corrida da Sauber após a entrada da BMW -, Felipe Massa ganhou de presente seu carro do chefe, Peter Sauber.
Ele conquistou 41 pódios na carreira. O primeiro foi no GP da Europa de 2006.
A 1ª vitória de Massa na F1 (Turquia/2006) foi possibilitada apenas devido a uma rodada de Vitantonio Liuzzi. Com um Safety Car, ele e Schumacher foram para o box ao mesmo tempo, com o alemão saindo em 3º, atrás de Alonso. A Ferrari não pôde inverter as posições.
De todas as 11 vitórias na F1, em nenhuma Felipe Massa saiu de uma posição pior que o segundo lugar no grid.
Em 2007, Massa dividiu o recorde de pole positions com Lewis Hamilton: seis para cada um.
Massa ficou a um ponto do título de 2008, mas foi quem mais venceu provas na temporada: seis contra cinco do campeão, Lewis Hamilton.
Massa liderou o mundial por duas vezes na carreira, se tornando o único brasileiro a conseguir a façanha após Ayrton Senna. Foi após os GPs da França de 2008 e da Malásia de 2010.
O acidente mais sério de sua carreira foi no GP da Hungria de 2009, quando uma mola se desprendeu do carro de Rubens Barrichello e acertou sua cabeça. Massa só voltou a correr em 2010.
O polêmico GP da Alemanha de 2010 foi exatamente um ano depois do incidente na classificação para o GP da Hungria de 2009 (25 de julho).
Massa não conseguiu chegar à frente do companheiro de Ferrari Fernando Alonso em uma corrida que ambos tivessem concluído entre os GPs da China de 2011 e da Índia de 2013 (52 provas).
O brasileiro também ficou sem se classificar à frente do espanhol entre os GPs do Canadá de 2011 e Malásia 2013 (34 provas).
Massa é o brasileiro que mais subiu ao pódio no GP do Brasil. Foram cinco vezes, duas como vencedor.
Sua última de 16 pole positions foi conquistada no GP da Áustria de 2014. Foi a única vez que um carro que não fosse Mercedes, Ferrari ou Red Bull largou em primeiro na era turbo-híbrida da F1.
O último pódio de Massa (e também ultimo do Brasil na F1) foi no GP da Itália de 2015.
Massa foi desclassificado em dois GPs: GP do Canadá 2007 (por sair do box com a luz vermelha acesa) e GP do Brasil 2015 (por seu pneu traseiro ultrapassar a temperatura limite durante a prova).
A última vez que Massa liderou uma corrida foi na Inglaterra, em 2015. Foi por 19 voltas. Ao todo ele liderou 936 voltas na carreira.
Mesmo com grande carreira na F1, Massa superou o companheiro de equipe ao final do ano apenas em 2005 (na Sauber, com Jacques Villeneuve), em 2008 (na Ferrari, com Kimi Raikkonen) e em 2017 (na Williams, com Lance Stroll).
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Guilherme Longo
Fórmula 1
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