Lauda: uso do Halo “destrói” tentativas de popularizar a F1
Dirigente da Mercedes diz que inovação acaba com o DNA da categoria e mostra preferência para que fosse introduzida uma novidade mais bem elaborada
A decisão da FIA em impor o Halo para a temporada de 2018 da F1 “destruiu” as tentativas de deixar a categoria mais popular, considera o tricampeão mundial Niki Lauda.
A confirmação de que a FIA introduzirá o Halo para o ano que vem, apesar de apenas uma equipe ser a favor, causou muitas críticas por parte de fãs e comentaristas.
Agora, Lauda, cuja equipe, a Mercedes, foi a primeira a desenvolver o conceito, se mostrou irritado com o ocorrido, já que acredita que teria sido melhor guardar o plano e introduzi-lo somente quando houvesse uma inovação com melhor apelo.
“Testamos o Halo, o aeroscreen da Red Bull e a proteção de cockpit escudo. Mas nenhuma delas convenceu 100%”, disse Lauda, à revista alemã Auto Motor und Sport.
“Você precisa tomar a decisão correta em uma situação como essa. E o Halo é a decisão errada.”
Lauda acredita que o momento da decisão também não foi bom, especialmente porque a F1 acabou de iniciar uma série de mudanças para deixar os carros mais belos e introduzir novos fãs.
Ele considera que a introdução do Halo é um passo para trás. “Estamos tentando com carros rápidos e ao nos aproximar com os fãs para atrairmos novos torcedores ao esporte. Mas isso é destruído por essa reação exagerada.”
A opinião de Lauda é que a F1 já é excepcionalmente segura e que teria sido mais inteligente por parte da FIA esperar para encontrar uma solução perfeita em vez de impor algo que não tem apoio de todos.
“O Halo destrói o DNA de um carro de F1. A FIA já deixou a F1 o mais segura possível. Além disso, o perigo de rodas voando já foi bastante diminuído, porque as rodas são presas de forma mais firme. O risco aos pilotos se tornou mínimo.”
“Teria sido mais sensível irmos a uma direção em que não destruísse a aparência do carro e que fosse introduzido em 2019. Simples assim. Não há motivos para fazer algo de que vamos nos arrepender mais tarde.”
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