O que aprendemos do GP da Grã-Bretanha?
Motorsport.com analisa grande vitória de Hamilton na chuva e azares e polêmicas envolvendo a equipe Williams.
O GP da Grã-Bretanha foi uma boa corrida? Foi sim, embora o resultado não diga isso a olho nu. A verdade é que a fase da F1 é tão ruim que até a chuva - que sempre melhora as coisas - atrapalhou o espetáculo ontem. Sem ela, a probabilidade de vermos duas Williams no pódio e Ferraris e Rosberg fora do top-3 era gigantesca. Seria um resultado interessante e diferente. No fim, o pódio teve Hamilton, Rosberg e Vettel pela sexta vez em nove provas.
Mesmo assim, podemos dizer que Silverstone sediou a melhor corrida de 2015. Foi a primeira vez desde a Malásia que uma equipe esteve realmente em posição de duelar com a Mercedes. E o duelo aconteceu na pista.
Decisão inspirada
Apesar de Rosberg ter encontrado uma performance fora do normal com a garoa que caia na segunda metade da prova, Hamilton foi perfeito. Primeiro, se aproveitou da mancada da Williams no primeiro pit stop de Massa (falaremos disso já) e pulou na frente, depois, vendo a investida de Rosberg, resolveu entrar nos boxes para trocar os pneus no momento exato que a chuva começou a cair mais forte em Silverstone. Uma decisão 100% do inglês. Grande mérito.
Com isso, Lewis conquistou sua terceira vitória em casa, e talvez uma das mais interessantes de dentre as 38 que tem até agora em sua carreira.
Erro da Williams
Mesmo andando bem em Silverstone, a Williams provou que seu carro de 2015 - a exemplo do de 2014 - “não sabe nadar”. Vettel, que antes da chuva estava 22 segundos atrás de Massa (melhor Williams), cortou a desvantagem para apenas oito quando fez o pit stop. Com Rosberg passando momentos antes sem cerimônia e Vettel chegando, era esperado que a Williams fosse rápida a tomar uma atitude para proteger o pódio que tinham em mãos.
Mas isso não aconteceu. Vettel passou 3.4s à frente de Massa após a parada do brasileiro, uma volta depois da do alemão. Ou seja, a chamada atrasada da Williams custou 11 segundos inteiros para Felipe, matando qualquer esperança de pódio por parte do time.
A Williams cresceu tecnicamente, mas ainda não consegue pensar como equipe grande que quer ser. É uma grande vergonha para o time sair de Silverstone, onde eram muito mais rápidos que a Ferrari, sem pelo menos um pódio.
Massa deveria ter deixado Bottas passar?
Foi a pergunta que bombardeou a Williams após a corrida. Valeria a pena mandar Massa sair da frente de Bottas para o finlandês abrir na ponta enquanto Felipe segurava as Mercedes? Poderia dar certo, mas o time decidiu que não. Vamos aos dados: A parada de Hamilton na volta 19 foi em 2.4s e sua out lap 1:56.349s. Já Massa fez seu pit stop em 3.8s uma volta depois, e fez sua out lap em 1:58.445s.
É preciso lembrar que Felipe teve de se defender de Rosberg, que estava logo atrás. Perdeu tempo com isso. O fato é que, mesmo parando uma volta depois, Massa poderia ter voltado na frente se seu pit stop não tivesse sido tão longo.
No segundo stint, com pneu duros, Massa era sistematicamente mais rápido que Bottas. A diferença entre os dois chegou a dois segundos. Com a chuva, os dois foram ultrapassados por Rosberg, e Bottas foi muito mais lento que Massa.
No entanto, com a vantagem de performance no primeiro stint, talvez Bottas pudesse ter uma chance melhor de tentar uma vitória... em condições normais. Prato cheio para os críticos, mas é difícil afirmar que a corrida teria sido muito diferente do foi.
Foi por pouco...
Em condições normais, o GP instauraria uma crise na Ferrari. O time italiano usou três tokens para melhorar seu motor no Canadá. Mas, com Raikkonen e Vettel sendo quinto e sexto, a corrida ligaria a luz de alerta na equipe, que deu pinta de que poderia incomodar a Mercedes no início do ano.
A escolha acertada de Vettel de entrar nos pits para colocar pneus intermediários na volta 43 juntamente a Lewis Hamilton livrou a cara de Maranello, que enfrentou seu pior final de semana no ano.
O GP da Malásia prometeu... mas a temporada não entregou até agora. A Ferrari anda devendo um bocado.
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