Para Gil de Ferran, perfeição da F1 afugenta fãs
Ex-diretor esportivo da BAR-Honda, brasileiro que também fez grande carreira nos Estados Unidos como piloto, afirma que gostaria de ver uma Fórmula 1 com maior fator humano
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Campeão duas vezes da Indy e uma vez das 500 Milhas de Indianápolis, Gil de Ferran, 47 anos, deu seu parecer sobre o que acontece hoje na maior categoria do automobilismo mundial.
Para ele, a Fórmula 1 acabou vítima de sua própria competência: "A F1 sempre será o topo do automobilismo mundial. Só que é tudo muito perfeito, parece que não há fator humano. Ao longo dos anos, muitos investimentos foram feitos, com tudo de melhor, a ponto de quase chegar à perfeição. O objetivo foi eliminar o erro, as dificuldades", declarou ao Auto Motor und Sport.
Entendendo que algo poderia ser feito, o brasileiro, que já foi dirigente da BAR-Honda, sugeriu o caminho de volta: "Qualquer passo para trás nesse sentido seria bom, na minha opinião. Infelizmente as pessoas não querem ver isso. Acredito que os pilotos da F1 de hoje trabalham duro para conseguir a 'corrida perfeita', mas isso é difícil para quem está vendo do outro lado. Talvez eu consiga enxergar as razões, justamente por ter sido piloto, mas é difícil para um espectador comum."
"Mesmo quando eu era piloto, todos sonhávamos com a corrida perfeita. Começar na pole, fazer uma boa largada, guiar sem erros, cuidar dos pneus, ter um bom ritmo e finalmente ganhar a prova."
Mesmo com grandes discussões sobre o assunto, incluindo pilotos de outras gerações avaliando o que acontece atualmente na categoria e com pesquisas com fãs acontecendo, de Ferran afirma que um pouco de independência na tomada de decisões não faria mal:
"Henry Ford disse uma vez que se tivesse perguntado às pessoas o que elas queriam, ele receberia como resposta 'cavalos mais rápidos'. Se Steve Jobs fizesse o mesmo, ninguém teria dito a ele que gostariam do smartphone."
E conclui: "O que quero dizer é que embora seja importante saber o que o fã da F1 quer, você tem que dar às pessoas aquilo que os donos do negócio decidem."
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