Trulli: “Quanto a ser bom, não sei, mas tem de trazer dinheiro”
Com exclusividade ao TotalRace, veterano comenta situação de Barrichello e garante que "é possível bater Alonso"
“Eu finjo que jogo e eles fingem que me pagam”, uma vez declarou o ex-jogador de futebol Vampeta sobre sua última passagem no Corinthians. Não é exatamente essa a situação de Jarno Trulli nesta segunda temporada de Lotus – caminhando para uma terceira, com a renovação já divulgada pela equipe – mas não dá para evitar a impressão de que o veterano de 37 anos continua na categoria, preparando-se para a 16ª temporada, mais pela vontade de pilotar seja o que for do que por qualquer outra ambição.
Perguntando em entrevista exclusiva pelo TotalRace se pensa no dia de pendurar o capacete, o italiano garante que não pensa nisso. “Não, honestamente estou pronto para qualquer coisa. Acho que vou continuar correndo. Mas ainda assim tenho vários negócios, como os vinhos e outras coisas. Não estou pensando muito sobre isso.” E com o que gostaria de correr? “No momento, não sei.”
Se correr continua sendo um prazer – “obviamente aqui você pode pilotar os melhores carros do mundo. Isso é certamente algo de que vou sentir falta” – para o piloto cuja única vitória ocorreu em Mônaco, em 2004, pela Renault, não há muito mais que o atraia na F-1. “Há tantas coisas [que não aturo mais]. Melhor eu me manter calado”. Perguntado se dar entrevistas seria uma delas, o italiano ri. “Não, há coisas bem piores do que isso.”
Falando da época de Renault, no entanto, equipe pela qual correu entre 2002 e 2004, sendo nas últimas duas temporadas ao lado de um então jovem Fernando Alonso, Trulli desdenha ao falar do ex-companheiro, contra o qual não fez feio, apesar de ter terminado atrás em ambas as oportunidades.
“Para mim, foi apenas mais um desafio. Ele era um bom companheiro de equipe, lutávamos um contra o outro de maneira muito boa e limpa. Na primeira temporada ele era, em geral, melhor do que eu e, na segunda, eu era melhor do que ele. É possível bater Alonso, eu sei que sim. Mas, obviamente, nos últimos anos, ele construiu um nome e agora parece forte.”
Para o italiano, essa espécie de fama adquirida pelo hoje bicampeão dificulta a situação de Felipe Massa na Ferrari. “Nunca é fácil quando você tem um companheiro de equipe tão forte. É tudo o que posso dizer.”
Quem não agrada muito o italiano é a nova geração. Tanto pelo dinheiro que trazem, obrigando os mais experientes a agregarem mais capital da maneira que podem, quanto pela atitude de alguns dentro das reuniões internas dos pilotos.
“Normalmente tentamos discutir e ter as mesmas opiniões. Só queria que os pilotos mais jovens demonstrassem mais interesses pela GPDA [Associação dos Pilotos de GP]. Não é uma crítica, é apenas meu ponto de vista. Deveriam estar mais envolvidos porque é o futuro deles.”
Falando em futuro, o que um dos pilotos mais experientes da F-1 pensa de Rubens Barrichello? “Não sei qual é a situação dele. Ele ainda quer correr, mas a F-1 tem mudado muito e agora cada vez mais pilotos pagantes estão entrando. Isso é um problema para os pilotos profissionais.”
Então para pilotar na F-1 hoje é preciso ser bom e ainda trazer dinheiro? “Quanto a ser bom, não sei, mas definitivamente tem de trazer dinheiro.”
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