Campeão da F-E terá que prestar serviço comunitário por atitude antidesportiva via rádio

Recém-coroado bicampeão da Fórmula E (veja fotos da festa em galeria no fim da matéria), Jean-Éric Vergne recebeu pena de um dia de serviço comunitário por comportamento antidesportivo na primeira corrida da rodada dupla de Nova York por comentários feitos na comunicação via rádio com a equipe. Com o objetivo de acionar o safety car, o francês pediu para a Techeetah mandar seu companheiro Andre Lotterer parar. Isso que atrapalharia Lucas di Grassi, que disputava o título.

A decisão que impõe a Vergne a prestação de serviço comunitário está relacionada ao Artigo 12.3.1c do código esportivo da Federação Internacional de Automobilismo (FIA). A punição não afeta o resultado da etapa final da F-E, de modo que a conquista está mantida. Ele se tornou o primeiro bicampeão da categoria de carros elétricos após a movimentada rodada dupla.

"Envelheci dez anos em um fim de semana. O sábado foi muito estressante e no domingo, largando no meio do bolo, tive que ser muito agressivo no começo e correr alguns riscos, mas valeu a pena. Depois consegui administrar de acordo com a situação do Mitch [Evans] do Lucas. No fim, eles bateram e eu fiquei com o título, então são muitas emoções. Sinto-me orgulhoso de estar nessa equipe, ela foi fantástica para mim nesse ano, e estou feliz por termos vencido juntos", comentou.

O órgão pode aplicar essa sanção a seu critério. Ainda não está claro como o piloto francês da DS Techeetah prestará o serviço comunitário, mas ele deve fazê-lo nos próximos seis meses.

O Motorsport.com ouviu as comunicações via rádio em questão, ocorridas na primeira das duas corridas da F-E neste fim de semana. Com as duas Techeetah danificadas após confusão no início da prova, Vergne pediu duas vezes à escuderia para mandar o companheiro alemão parar no caminho: "Diga para o André parar, para trazer o safety car".

O francês então perguntou se a equipe tinha ouvido e a Techeetah confirmou. Caso o pedido de Vergne fosse atendido, di Grassi não poderia ter dado início à série de ultrapassagens que o levaram ao quinto lugar na primeira prova deste fim de semana, na qual o brasileiro da Audi largou em 14º.

Não está claro quando na corrida as mensagens foram feitas por Vergne e ele fez um pit-stop devido a uma perfuração no colo do acidente enquanto Lotterer continuava. Na volta seguinte, Lotterer caiu na segunda curva com a asa da frente presa debaixo do carro, embora ele continuasse e voltasse para as boxes para reparos.

Questionado pelo Motorsport.com sobre as mensagens, Vergne disse: "Qualquer piloto teria perguntado o mesmo. Quando você vê seu companheiro de time a uma volta, com o carro quebrado, é normal perguntar. Todo mundo perguntaria o mesmo. Ele não estava com o carro bom. Pedi para ele parar, algo que aconteceu já aconteceu no passado".

O francês sugeriu que a Audi desempenhou um papel importante na punição, dizendo: "A Audi estava extremamente irritada com o fato de minha equipe ter protestado contra eles, então encontraram algo para nos incomodar. Simples assim". Contatada pelo Motorsport.com para responder às insinuações do bicampeão, a Audi negou que o protesto tenha sido motivado por questões políticas.

De todo modo, Vergne disse que está contente em servir de exemplo. "Estou feliz por qualquer penalidade que eles me derem porque serve de exemplo para os pilotos, eu inclusive. Temos que parar de reclamar no rádio para tentar fazer as coisas acontecerem em nosso benefício. Na Fórmula 1, todo mundo está fazendo isso. Na Fórmula E, também", disse ele.

GALERIA: Veja fotos da celebração do título da Fórmula em Nova York

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