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Fórmula E ePrix de Jacarta

Fórmula E adia ePrix de Jacarta por precaução quanto ao coronavírus

A prova inaugural na Indonésia é a terceira etapa da temporada da Fórmula E a ser adiada devido à epidemia causada pelo coronavírus; outras estão em risco

Antonio Felix da Costa, DS Techeetah, DS E-Tense FE20, Maximilian Günther, BMW I Andretti Motorsports, BMW iFE20

O calendário da temporada 2019/20 da Fórmula E acaba de sofrer mais um impacto. Marcado para o dia 06 de junho, a primeira prova da categoria em solo indonésio, na capital Jacarta, foi oficialmente adiada devido ao aumento da epidemia global causada pelo Covid-19, se juntando às etapas de Roma e Sanya.

O eP de Jacarta já estava sofrendo com a organização, após autoridades obrigarem a prova a trocar de local para a pista, devido à preocupações com a sede original, patrimônio histórico. Mas, poucos dias depois, o governo do país voltou atrás, permitindo a corrida no Monumento Nacional.

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Em um comunicado lançado na madrugada desta quarta-feira, a categoria explicou sua decisão: "Seguindo instruções do Governador de Jacarta, Anies Baswedan - e em consulta conjunta com a Fórmula E, a FIA, a Ikatan Motor Indonésia e o Comitê Organizador do ePrix de Jacarta (CO) - não será possível realizar a prova em Jacarta na data originalmente marcada, 06 de junho de 2020".

"Devido à epidemia causada pelo Covid-19 e o crescente número de casos na Indonésia e em Jacarta, a decisão tomada é a que foi vista como a mais responsável, para proteger a saúde e garantir a segurança dos envolvidos com o campeonato e o público".

"Nós continuaremos monitorando a situação com as autoridades e o comitê organizador da prova, para verificar a possibilidade de remarcar a prova em outra data".

Valência surge como possível substituta

Segundo apuração do Motorsport.com, a vaga deixada em aberto pelo eP de Roma em 04 de abril está sendo guardada pela F-E para a possível realização de uma corrida no Circuito Ricardo Rormo em Valência. Todos os carros da categoria foram levados ao local de testes da pré-temporada logo após a última corrida, em Marraquexe.

Alberto Longo, co-fundador da F-E, reconheceu que existe a possibilidade de fazer corridas em circuitos permanentes ao invés de circuitos de rua para diminuir o impacto dos cancelamentos na temporada.

Oliver Turvey, NIO 333, NIO FE-005

Oliver Turvey, NIO 333, NIO FE-005

Photo by: Sam Bloxham / Motorsport Images

Ele afirmou: "Com o crescente número de casos do Covid-19 em países onde a Fórmula E possui eventos marcados, estamos avaliando planos que reduzem o impacto do coronavírus e mantém o maior número de corridas no calendário para a sexta temporada. É uma situação em andamento, que se desenvolve a cada dia e nos mantemos realistas e flexíveis na adoção de medidas alternativas, que serão comunicadas no momento ideal".

"Essas alternativas podem incluir etapas duplas em eventos marcados, correr em circuitos permanentes e correr com portões fechados se necessário, sempre seguindo os conselhos das autoridades locais".

Devido o grande número de casos do Covid-19 na Coreia do Sul, a prova inaugural do eP de Seul, que seria realizado antes de Jacarta, em 03 de maio, também está seriamente ameaçada.

O eP de Paris, marcado para 18 de abril, também pode estar em risco após o anúncio de que as 24 Horas de Le Mans de motos também foi adiada, de 18 e 19 de abril para 05 e 06 de setembro.

GALERIA: O impacto do coronavírus no esporte a motor

O primeiro evento oficial a cair foi o ePrix de Sanya da Fórmula E. Originalmente marcado para 21 de março, ele foi adiado pela categoria, mas até o momento não foi anunciado uma nova data.
Dias depois, a F1 adiou o GP da China. No momento, então buscando uma data alternativa mais próximo do fim da temporada, mas o calendário já apertado torna essa uma busca difícil
A Ferrari precisou fechar seus museus em Modena e Maranello após pedido do governo da região
A DTM mudou a sede de sua pré-temporada. Ao invés de Monza, na Itália, as sessões serão realizadas em Hockenheim
O piloto da equipe ART na Fórmula 2, Christian Lundgaard, perdeu a pré-temporada da categoria no Bahrein porque estava em quarentena em um hotel na ilha espanhola de Tenerife após surgirem casos do coronavírus no local
Lundgaard não é o único piloto preso no hotel. O brasileiro Caio Collet e outros pilotos da Academia da Renault também estavam no local e se encontram retidos no hotel em Tenerife, mas todos testaram negativo para o coronavírus e foram liberados
O Salão do Automóvel de Genebra também foi cancelado devido ao coronavírus. Foi colocado a possibilidade de realizá-lo em setembro, mas nada foi confirmado até o momento
A maior parte dos envolvidos com o mundial de MotoGP que são de nacionalidade japonesa tiveram que ficar no Catar desde o fim do teste, para poderem estar presentes no primeiro GP do ano, que seria realizado em 08 de março
Mas a MotoGP acabou cancelando essa data, que seria a primeira do Mundial de 2020. O Catar adotou regras mais rígidas quanto a entrada e saída de cidadãos de países afetados e as equipes não tinham garantias de que poderiam disputar a prova
Por outro lado, a Dorna Sports, dona da MotoGP, manteve as provas da Moto2 e Moto3 no Catar. O motivo? Os pilotos e as equipes já estavam no Catar antes das novas normas para a realização de suas pré-temporadas
O GP da Tailândia foi oficialmente adiado pelo motivo do cancelamento do Catar, sendo remarcado para o primeiro final de semana de outubro
Durante o final de semana do GP do Catar, o CEO da Dorna, Carmelo Ezpeleta, afirmou que não seria possível remarcar a etapa do Catar para a MotoGP, como foi feito com a Tailândia, porque a pista de Losail passará por reformas
A Super Fórmula, principal categoria do automobilismo japonês, cancelou a rodada de abertura da temporada de 2020, que seria realizada em 05 de abril devido ao COVID-19
Depois de Sanya, a Fórmula E teve mais um impacto em seu calendário, com o adiamento do eP de Roma. A Itália é um dos países mais afetados pelo coronavírus e outras provas já foram canceladas no país como as 12 Horas de Monza, da 24h Series
A MotoGP também enfrenta dúvidas sobre o GP das Américas, que deveria ser a etapa inaugural da temporada. A cidade de Austin declarou estado de emergência pelo coronavírus, o que pode levar a uma proibição de eventos de grande porte, como a MotoGP
No dia seguinte à notícia de Austin, o GP do Bahrein, que anunciou que vai realizar a etapa com portões fechados, para evitar a disseminação do COVID-19 pelo país. A decisão foi tomada para inibir a vinda de estrangeiros ao Bahrein
Na Fórmula E, há duas equipes chinesas, a NIO 333 e a Techeetah, além de um piloto chinês, Ma Qinghua. Para poder participar do ePrix da Cidade do México, em fevereiro, o piloto optou por fazer uma quarentena de 14 dias na cidade por segurança
O GP da Austrália está confirmado e com a presença do público garantida, mas o governo do país anunciou medidas de checagem mais rígidas para pessoas entrando no país via Itália ou que tenham passado recentemente pelo país
No momento, o GP do Vietnã também está confirmado, mas as dúvidas quanto a realização de sua etapa inaugural crescem a cada dia, junto com o aumento no número de casos no país, localizados principalmente na região de Hanoi, capital do país e cidade que receberá o GP
Enquanto isso, o Automóvel Clube do Oeste, organizador das 24 Horas de Le Mans, principal prova do automobilismo mundial, tem uma visão muito diferente das outras categorias. Em comunicado divulgado na semana passada, afirmaram estar monitorando a situação, mas acreditam que a epidemia não deve afetar a organização e a realização da edição de 2020 das 24 Horas
A Federação Internacional de Automobilismo anunciou na última sexta-feira a criação de um Comitê de Crise para lidar com o impacto do coronavírus no automobilismo, afirmando que tem como objetivo principal proteger os envolvidos com o esporte, e não descarta adiar eventos para isso
A notícia mais recente a impactar o mundo do esporte a motor vem da Itália. Na noite deste sábado (07), o governo do país anunciou um plano radical para tentar conter o avanço do coronavírus: colocar diversas regiões do norte da Itália sob quarentena, impedindo pessoas de entrar ou sair das regiões
Entre as regiões afetadas estão Modena, onde fica a sede da Ferrari, Milão, sede da Pirelli, Lombardia, local da sede da equipe da Yamaha na MotoGP e Pesaro e Urbino, onde mora o multicampeão Valentino Rossi. Isso pode ter grandes implicações para os dois campeonatos. A Fórmula 1 já anunciou que caso algum piloto ou equipe não puder chegar a um país, a categoria não fará uma corrida que seja válida para o mundial
No mundo das motos, mais dois impactos: o GP das Américas foi oficialmente adiado para novembro devido à quarentena italiana e o estado de emergência declarado em Austin. Já as 24 Horas de Le Mans de motos foi transferida de abril para setembro
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