Entrevista

Petecof fala sobre expectativa na F4 e relacionamento com filho de Schumacher

Brasileiro inicia segundo ano de jornada dupla nas F4 Alemã e Italiana, buscando títulos, mais experiência e passo seguinte na estrada da F1

Gianluca Petecof

Um dos nomes mais promissores para poder colocar o Brasil de volta a um lugar de destaque na F1 é, certamente, o de Gianluca Petecof. O piloto de 16 anos, que faz parte do programa de jovens pilotos da Ferrari, a Ferrari Driver Academy, entrará no segundo ano seguido de jornada dupla, nos campeonatos alemão e italiano de F4, fazendo parte da equipe Prema, uma das mais fortes nas categorias de base da Europa. O primeiro passo será neste fim de semana na Alemanha, em Oschersleben.

Em entrevista exclusiva ao Motorsport.com Brasil, o piloto paulistano disse que quer pegar a experiência por ter feito o mesmo em 2018 e brigar pelos dois títulos.

“A temporada 2019 vai ser muito importante para nós”, disse Gianluca. “Vou poder usar toda a experiência e tudo que vivi no ano de 2018 e carregar isso como uma vantagem para brigar pelos títulos, tanto do campeonato alemão, quanto do italiano. Estou em uma boa posição, em uma das melhores equipes, com apoio da Shell e da Ferrari. Com certeza será uma temporada difícil, mas estamos em boas posições para brigar pelos dois títulos.”

Mesmo estando ainda com um bom caminho a percorrer até a F1, a academia da Ferrari acaba dando a oportunidade dos pilotos da base de ter contato direto com os grandes astros que fazem parte da escuderia de F1. Petecof explicou essa aproximação.

“Este ano, particularmente, a gente se aproximou bastante da equipe principal. No começo tivemos uma semana de preparação com muitas palestras, apresentações de membros da equipe, desde o chefe da equipe, o Mattia Binotto, até dos engenheiros, estrategistas etc. É um sentimento diferente, por estar ali junto da equipe de F1, e isso dá motivação extra para quando você vai para a pista.”

Schumacher “gente boa”

Um dos companheiros de Petecof no programa da Ferrari é Mick Schumacher, filho do heptacampeão mundial de F1, Michael Schumacher. O brasileiro falou do relacionamento com o alemão.

“Ele é um garoto tranquilo, muito gente boa, me aproximei dele já no ano passado por estarmos correndo na mesma equipe, mesmo sendo em outra categoria. E claro, ainda mais agora por estarmos realizando trabalhos físicos, treinamento mental com a academia inteira, então eu pude me aproximar dele, então ele é um piloto ali dentro que eu posso aprender por conta dele estar em uma categoria mais elevada e por ter passado por isso que estou passando agora.

Gianluca Petecof, Prema Theodore Racing

Gianluca Petecof, Prema Theodore Racing

Photo by: acisportitalia.it

O futuro na F1

Alheio aos problemas que levaram o Brasil a ficar sem representantes no grid da F1, Gianluca não quis precisar em que ano poderia competir na maior categoria do automobilismo mundial, ressaltando outras necessidades antes de chegar lá.

“É difícil dizer com precisão um ano para chegar à F1. A Ferrari dá uma referência, mas depende bastante de resultados e também da evolução nas categorias, principalmente com essa divisão da F3. O ano não é a questão, mas é sobre carregar a experiência, procurar aprender ao máximo, o importante é chegar preparado e em um teste, poder mostrar todo o meu potencial. Acho que isso é o mais importante hoje em dia.”

Junto com outros nomes que se destacaram no kart e campeões na Europa em 2018, Petecof mostra que faz parte de uma geração unida.

“Eu conheço uma boa parte dos pilotos dessa nova geração. Alguns melhor, outros nem tanto. O Caio (Collet), por exemplo, cresci correndo com ele, desde quando comecei no kart em 2010 todos os anos na mesma categoria, não só no Brasil, mas no exterior também. O Enzo (Fittipaldi) fiquei muito próximo dele no ano passado, correndo pela mesma categoria e equipe e também em Maranello, na Ferrari.

“Junto com o Felipe Drugovich, Serginho Câmara, o Brasil está muito bem representado e, sendo brasileiro, com todo o legado que o país tem no esporte, é uma honra pode estar lá fora, representando nossa bandeira.“

 

Photo by: acisportitalia.it

Ídolos dentro e fora das pistas

Por falar em bandeira, mesmo com apenas 16 anos, o piloto da F4 tem como ídolos personagens do esporte que tiveram seu auge antes mesmo dele nascer.

“Tenho muitos ídolos, não só no automobilismo, mas também nos outros esportes. Meu número 1, não tem como ser diferente, até por ser brasileiro e por toda história, é o (Ayrton) Senna. Isso é um pouco diferente para mim, por não ter pego a época dele.”

“Mas na F1, nos anos mais recentes, o Sebastian Vettel foi uma grande inspiração. Pude conhecê-lo por meio de uma oportunidade que a Shell me deu no GP do Brasil de 2015 e depois ao entrar na academia da Ferrari, se aproximando um pouco mais, ele acabou virando um grande ídolo.”

“Nos outros esportes, sou um grande fã de basquete e de futebol americano. No basquete, um dos meus grandes ídolos é o Michael Jordan e no futebol americano, o Tom Brady. É legal também ter imagens de atletas de outros esportes e aprender um pouco de cada um e absorver o máximo disso.”

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Felipe Motta
Fórmula 4
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