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Federação analisa possibilidade de rodadas duplas da MotoGP para compensar etapas canceladas por coronavírus

Jorge Viegas, presidente da FIM, admitiu que a categoria pode usar esse artifício caso a epidemia do coronavírus resulte em novos cancelamentos

Jack Miller, Pramac Racing, Race start

Foto de: Gold and Goose / Motorsport Images

Com o aumento da epidemia do coronavírus a nível global, o calendário da MotoGP está sofrendo muitos impactos, com o cancelamento da etapa do Catar, o adiamento da prova da Tailândia e as dúvidas sobre o GP das Américas, nos Estados Unidos.

O GP do Catar foi cancelado para a MotoGP porque o país introduziu medidas mais rígidas para a entrada de italianos, deixando a Dorna Sports sem outras opções que não o cancelamento da etapa inaugural da categoria rainha. A prova ainda seguiu em frente para a Moto2 e a Moto3, porque ambos os campeonatos estavam no país uma semana antes por causa da pré-temporada.

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Na Tailândia, a MotoGP precisou adiar a etapa devido a uma proibição de eventos de grande porte. Segundo o novo calendário, a prova foi transferida para 04 de outubro.

Com o calendário reformulado, o GP das Américas em Austin, Texas, seria a nova abertura da temporada da categoria rainha, mas esta também está seriamente ameaçada, após a cidade declarar estado de emergência no final de semana.

E a possibilidade do governo italiano introduzir uma quarentena de 30 dias a 16 milhões de habitantes da região norte do país só complicou ainda mais a situação da categoria, já que várias equipes como a Yamaha estão baseadas em cidades que estariam na zona vermelha.

Em uma entrevista à Catalunya Radio, o presidente da Federação Internacional de Motociclismo (FIM), Jorge Viegas, admitiu que a FIM e a Dorna já estão buscando datas alternativas para a prova de Austin, pelo fato das possibilidades da prova acontecer em abril serem "muito baixas".

"As chances do GP das Américas acontecer em 05 de abril são muito baias", disse Viegas. "De qualquer jeito, estamos buscando datas alternativas para a prova em Austin. Mas nesse momento a situação está evoluindo tão rapidamente que não podemos dizer mais".

Por contrato, a MotoGP precisa realizar um mínimo de 13 etapas, com o CEO da Dorna Sports, Carmelo Ezpeleta admitindo na semana passada durante o GP do Catar que fazer eventos com portões fechados era uma opção a ser considerada. No mesmo final de semana, a organização do GP do Bahrein da F1 anunciou que fará exatamente isso com a prova marcada para 22 de março.

"Neste momento, tenho total confiança de que o campeonato terá mais do que 13 corridas", acrescentou Viegas. "Se tivermos que correr em janeiro, vamos correr. Podemos também realizar dois grandes prêmios no mesmo final de semana, no mesmo circuito, ou correr com portões fechados. Estamos considerando todas as opções. No momento, nenhuma ideia é ruim. Você precisa ser flexível e ter imaginação".

Viegas também não descartou a possibilidade de realizar etapas em circuitos que não estão no calendário atual, como Portimão e Estoril em Portugal (este último já foi sede da MotoGP no passado), que estão colocados como pistas reservas.

"Portimão é um circuito reserva, assim como Estoril. Em Portugal ainda não há restrições de viagem".

GALERIA: O impacto do coronavírus no mundo do esporte a motor

O primeiro evento oficial a cair foi o ePrix de Sanya da Fórmula E. Originalmente marcado para 21 de março, ele foi adiado pela categoria, mas até o momento não foi anunciado uma nova data.
Dias depois, a F1 adiou o GP da China. No momento, então buscando uma data alternativa mais próximo do fim da temporada, mas o calendário já apertado torna essa uma busca difícil
A Ferrari precisou fechar seus museus em Modena e Maranello após pedido do governo da região
A DTM mudou a sede de sua pré-temporada. Ao invés de Monza, na Itália, as sessões serão realizadas em Hockenheim
O piloto da equipe ART na Fórmula 2, Christian Lundgaard, perdeu a pré-temporada da categoria no Bahrein porque estava em quarentena em um hotel na ilha espanhola de Tenerife após surgirem casos do coronavírus no local
Lundgaard não é o único piloto preso no hotel. O brasileiro Caio Collet e outros pilotos da Academia da Renault também estavam no local e se encontram retidos no hotel em Tenerife, mas todos testaram negativo para o coronavírus e foram liberados
O Salão do Automóvel de Genebra também foi cancelado devido ao coronavírus. Foi colocado a possibilidade de realizá-lo em setembro, mas nada foi confirmado até o momento
A maior parte dos envolvidos com o mundial de MotoGP que são de nacionalidade japonesa tiveram que ficar no Catar desde o fim do teste, para poderem estar presentes no primeiro GP do ano, que seria realizado em 08 de março
Mas a MotoGP acabou cancelando essa data, que seria a primeira do Mundial de 2020. O Catar adotou regras mais rígidas quanto a entrada e saída de cidadãos de países afetados e as equipes não tinham garantias de que poderiam disputar a prova
Por outro lado, a Dorna Sports, dona da MotoGP, manteve as provas da Moto2 e Moto3 no Catar. O motivo? Os pilotos e as equipes já estavam no Catar antes das novas normas para a realização de suas pré-temporadas
O GP da Tailândia foi oficialmente adiado pelo motivo do cancelamento do Catar, sendo remarcado para o primeiro final de semana de outubro
Durante o final de semana do GP do Catar, o CEO da Dorna, Carmelo Ezpeleta, afirmou que não seria possível remarcar a etapa do Catar para a MotoGP, como foi feito com a Tailândia, porque a pista de Losail passará por reformas
A Super Fórmula, principal categoria do automobilismo japonês, cancelou a rodada de abertura da temporada de 2020, que seria realizada em 05 de abril devido ao COVID-19
Depois de Sanya, a Fórmula E teve mais um impacto em seu calendário, com o adiamento do eP de Roma. A Itália é um dos países mais afetados pelo coronavírus e outras provas já foram canceladas no país como as 12 Horas de Monza, da 24h Series
A MotoGP também enfrenta dúvidas sobre o GP das Américas, que deveria ser a etapa inaugural da temporada. A cidade de Austin declarou estado de emergência pelo coronavírus, o que pode levar a uma proibição de eventos de grande porte, como a MotoGP
No dia seguinte à notícia de Austin, o GP do Bahrein, que anunciou que vai realizar a etapa com portões fechados, para evitar a disseminação do COVID-19 pelo país. A decisão foi tomada para inibir a vinda de estrangeiros ao Bahrein
Na Fórmula E, há duas equipes chinesas, a NIO 333 e a Techeetah, além de um piloto chinês, Ma Qinghua. Para poder participar do ePrix da Cidade do México, em fevereiro, o piloto optou por fazer uma quarentena de 14 dias na cidade por segurança
O GP da Austrália está confirmado e com a presença do público garantida, mas o governo do país anunciou medidas de checagem mais rígidas para pessoas entrando no país via Itália ou que tenham passado recentemente pelo país
No momento, o GP do Vietnã também está confirmado, mas as dúvidas quanto a realização de sua etapa inaugural crescem a cada dia, junto com o aumento no número de casos no país, localizados principalmente na região de Hanoi, capital do país e cidade que receberá o GP
Enquanto isso, o Automóvel Clube do Oeste, organizador das 24 Horas de Le Mans, principal prova do automobilismo mundial, tem uma visão muito diferente das outras categorias. Em comunicado divulgado na semana passada, afirmaram estar monitorando a situação, mas acreditam que a epidemia não deve afetar a organização e a realização da edição de 2020 das 24 Horas
A Federação Internacional de Automobilismo anunciou na última sexta-feira a criação de um Comitê de Crise para lidar com o impacto do coronavírus no automobilismo, afirmando que tem como objetivo principal proteger os envolvidos com o esporte, e não descarta adiar eventos para isso
A notícia mais recente a impactar o mundo do esporte a motor vem da Itália. Na noite deste sábado (07), o governo do país anunciou um plano radical para tentar conter o avanço do coronavírus: colocar diversas regiões do norte da Itália sob quarentena, impedindo pessoas de entrar ou sair das regiões
Entre as regiões afetadas estão Modena, onde fica a sede da Ferrari, Milão, sede da Pirelli, Lombardia, local da sede da equipe da Yamaha na MotoGP e Pesaro e Urbino, onde mora o multicampeão Valentino Rossi. Isso pode ter grandes implicações para os dois campeonatos. A Fórmula 1 já anunciou que caso algum piloto ou equipe não puder chegar a um país, a categoria não fará uma corrida que seja válida para o mundial
Com a epidemia do coronavírus ainda crescendo ao redor do mundo, é possível que essas não sejam as únicas corridas e campeonatos impactados pelos efeitos do COVID-19. Mas, por enquanto, resta esperar para ver como os acontecimentos desenrolarão
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