Entrevista

Di Grassi: “objetivo é terminar campeonato no top-3”

Brasileiro, representante da Audi no Mundial de Endurance, fala sobre dificuldades e perspectivas do time de Ingolstadt na segunda metade da temporada, em entrevista exclusiva para o Motorsport.com

Lucas di Grassi, Audi Sport Team Joest
Lucas di Grassi, Audi Sport Team Joest
#8 Audi Sport Team Joest Audi R18 e-tron quattro: Lucas di Grassi, Loic Duval, Oliver Jarvis
#8 Audi Sport Team Joest Audi R18 e-tron quattro: Lucas di Grassi, Loic Duval, Oliver Jarvis
#8 Audi Sport Team Joest Audi R18 e-tron quattro: Lucas di Grassi, Loic Duval, Oliver Jarvis
#8 Audi Sport Team Joest Audi R18 e-tron quattro: Lucas di Grassi, Loic Duval, Oliver Jarvis
#8 Audi Sport Team Joest Audi R18 e-tron quattro: Lucas di Grassi, Loic Duval, Oliver Jarvis
#8 Audi Sport Team Joest Audi R18 e-tron quattro: Lucas di Grassi, Loic Duval, Oliver Jarvis
#8 Audi Sport Team Joest Audi R18 e-tron quattro: Lucas di Grassi, Loic Duval, Oliver Jarvis
Lucas di Grassi, Audi Sport
#8 Audi Sport Team Joest Audi R18 e-tron quattro: Lucas di Grassi, Loic Duval, Oliver Jarvis
#8 Audi Sport Team Joest Audi R18 e-tron quattro: Lucas di Grassi, Loic Duval, Oliver Jarvis and #7 Audi Sport Team Joest Audi R18 e-tron quattro: Marcel Fässler, Andre Lotterer, Benoit Tréluyer
Pódio: terceiro lugar Lucas di Grassi, Loic Duval, Tom Kristensen
#8 Audi Sport Team Joest Audi R18 e-tron quattro: Lucas di Grassi, Loic Duval, Oliver Jarvis
#8 Audi Sport Team Joest Audi R18 e-tron quattro: Lucas di Grassi, Loic Duval, Oliver Jarvis
#8 Audi Sport Team Joest Audi R18 e-tron quattro: Lucas di Grassi, Loic Duval, Oliver Jarvis
Dr. Wolfgang Ullrich, Lucas di Grassi, Tom Kristensen, Loic Duval

Lucas di Grassi marca presença no Mundial de Endurance desde a primeira temporada do campeonato – a estreia aconteceu em 2012, nas 6 Horas de São Paulo. No ano seguinte, o brasileiro disputou as 6 Horas de Spa-Francorchamps e as 24 Horas de Le Mans. No ano passado, di Grassi assumiu a posição de titular no carro #8, substituindo Allan McNish, que se aposentou no final de 2013.

Na temporada passada, o time de Ingolstadt sofreu com um carro que não era dos mais competitivos e a concorrência esteve forte. Neste ano, entretanto, a Audi evoluiu e o trio do carro #7 – Andre Lotterer, Marcel Fassler e Benoit Treluyer – lidera o campeonato, à frente dos trios da Porsche.

Após a dobradinha – e domínio amplo – da equipe de Stuttgart nas 6 Horas de Nurburgring, di Grassi falou com o Motorsport.com, em entrevista exclusiva, sobre as dificuldades técnicas que a Audi enfrentará nas etapas restantes da temporada 2015 do WEC, dizendo que o ponto principal que dá vantagem à Porsche é a capacidade híbrida, que fará muita diferença nos circuitos que a categoria visitará até o final do campeonato.

“A partir de agora, será muito difícil de manter a liderança (entre os pilotos) por causa do sistema híbrido. Quanto mais travada a pista, mais essa energia extra fará diferença. A Porsche, com oito 8 megajoules, tem mais potência, então eles são mais velozes nas saídas de curva”, disse.

“Em uma pista como a do Bahrein, por exemplo, com uma sequência de curvas travadas e retas longas, o híbrido faz muita diferença, você consegue sair da curva muito mais rápido. Não é como em Le Mans, que você tem uma curva rápida e mantém a velocidade” afirmou o brasileiro.

Explicadas as dificuldades técnicas, o companheiro de Loic Duval e Oliver Jarvis no #8 relembrou o déficit em Nurburgring e fez prognósticos para as etapas restantes do campeonato, ressaltando que a Porsche terá vantagem em todas as pistas devido à maior capacidade híbrida.

Pelo regulamento – no que tange aos sistemas híbridos e combustível utilizado – os carros da Audi acabam tendo menos autonomia que os da Porsche. Esta é mais uma desvantagem para a equipe do brasileiro, que citou isto como uma das razões que levaram o time de Ingolstadt a perder as 24 Horas de Le Mans deste ano para os rivais de Sttutgart.

“Em Nurburgring foi difícil, Austin é difícil, Fuji, Xangai e Bahrein também serão. Quatro etapas para o final, a Porsche com oito megajoules, a Toyota com seis e nós com quatro – embora a Toyota não esteja competitiva neste ano. Nós, no entanto, melhoramos do ano passado para cá, com o mesmo regulamento, com o mesmo chassi e o mesmo carro, seis segundos em Le Mans. A Porsche estava um segundo atrás da gente ano passado e melhoraram sete este ano”, disse.

“Perdemos Le Mans no pit stop e no tempo perdido na garagem. Ficamos muito mais tempo parados nos boxes do que a Porsche. Além disso, por causa do regulamento híbrido, eles têm mais autonomia, tendo conseguido dar 14 voltas por stint em Le Mans, enquanto a gente completava 13. No total, eles param de duas a três vezes menos do que nós, o que nos atrapalhou em Le Mans e será um problema nas próximas corridas”, afirmou, explicando em seguida o que deve acontecer nas provas restantes da temporada – todas com seis horas de duração.

“Em algumas das próximas etapas, faremos sete pit stops, enquanto a Porsche fará seis. Precisamos, então, ‘ganhar um pit stop’ na pista, para conseguir tirar essa diferença depois. Temos 53 litros de diesel no tanque – para comparação, um tanque de F1 tem 150 - e o dos carros da Porsche tem 76. Isso dá uma falsa impressão de que eles têm um motor mais eficiente, o que não é verdade”, disse.

Apesar dos obstáculos, di Grassi e a Audi esperam chegar ao final do campeonato com os dois carros entre os três primeiros colocados, se possível com o #7 conquistando o título.

“O objetivo é terminar com os dois carros no top-3, acho difícil a gente (Audi) ganhar o campeonato, apesar do outro carro estar melhor. A expectativa da Audi é nós chegarmos entre os três e o outro carro também - de preferência ganhando o título. É o que vamos tentar fazer antes de começarmos os testes para o ano que vem”, concluiu o brasileiro.

Neste final de semana, pilotos e equipes do WEC voltam às pistas para a disputa das 6 Horas do Circuito das Américas, em Austin. A largada está marcada para às 19h (de Brasília) do próximo sábado (19).

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