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Fórmula 1 GP dos EUA

“A maioria dos americanos nem sabe o que é F-1", garante Nelsinho

Piloto da Nascar diz que colegas nem falam sobre a prova de Austin, que vai coincidir com a decisão da categoria

A Fórmula 1 faz uma nova investida para conquistar o público norte-americano a partir deste final de semana, com a estreia do GP em Austin, no Texas. Fora do país desde 2007, último ano em que correu em Indianápolis, a aposta é em um circuito construído especificamente para a categoria e localizado próximo do México e do norte da América do Sul, atraindo fãs de mercados já consolidados.

Porém, a data para a reestreia norte-americana coincide com um dos eventos mais importantes do automobilismo do país no ano: as últimas corridas das categorias da Nascar, algo que se repetirá no calendário do ano que vem.

Questionados pelo TotalRace, os pilotos das duas categorias, no entanto, não acreditam que as competições lutem exatamente pelo mesmo espaço. De acordo com Nelsinho Piquet, que corre na Truck Series da Nascar, seus colegas sequer comentam sobre a prova da categoria europeia.  O brasileiro, que correu na F-1 entre 2008 e 2009, não acredita que haja uma grande preocupação com a concorrência.

“A Fórmula 1 está mais preocupada com horário de transmissão de TV. Na pista, eles têm muito público na Europa porque as provas são mais antigas lá, mas quando você vai para Abu Dhabi ou o Bahrein, as corridas não têm tanto público. Não acredito que eles esperem nem um terço do público que vai para Silverstone ou Monza, por isso não acho que estejam preocupados em concorrer com a Nascar.”

O contrário também é verdadeiro para Nelsinho. Segundo o piloto, a Nascar não tem qualquer motivo para se preocupar com a concorrência da categoria mundialmente mais famosa. Afinal, a história é diferente nos Estados Unidos.

 “A maioria dos norte-americanos nem sabe o que é Fórmula 1. Lógico que, quando você vai para Nova York ou Miami, que são cidades um pouco mais internacionais, eles sabem. Mas quando você vai para a maioria dos lugares aqui nos Estados Unidos, em que o povo votou para o Obama, eles não sabem o que é a F-1, apenas conhecem os esportes tradicionais daqui – basquete, beisebol, futebol americano e Nascar – então não acho que a audiência da Nascar terá problema nenhum.”

"Tem espaço na mídia, tanto Fórmula 1 quanto Nascar. Mas acho que a Nascar terá uma audiência maior, pois a muitos pilotos lutando pelos títulos nas três principais divisões", disse Miguel Paludo, piloto da Turner Motorsports na Truck Series. Para o gaúcho, a chave do sucesso da Fórmula 1 nos EUA é o público ter acesso aos pilotos, o que seria bem complicado. "Na Nascar o público compra o ingresso e tem contato com os pilotos, ficar do lado do box... e é assim em todas as corridas", completou.

Pelo lado da Fórmula 1, Bruno Senna lembra que, pelo menos no âmbito dos negócios, o GP em Austin já vem dando frutos para a categoria. “Muita gente que vai para a Nascar não necessariamente iria para a F-1, então não sei se isso vai fazer muita diferença. Pelo que estou sabendo, estava até difícil arrumar credencial para a prova. Então, mesmo que seja corporativo, a corrida já está sendo um grande sucesso. Espero que as arquibancadas também estejam cheias.”

Jenson Button segue a mesma linha. O inglês aposta que a F-1 conquiste um público diferente daquele fanático pela Nascar. “É um tipo de corrida muito diferente da Fórmula 1. Tenho certeza de que perderemos algumas pessoas, porque elas estarão ligadas e seriam aquelas que diriam ‘vou tentar ver a F-1 para saber como é’ [se os eventos não coincidissem]. Mas realmente acredito que os fãs serão diferentes e estou contente que a corrida seja em Austin porque é uma cidade muito jovem e vibrante, uma cidade universitária, então espero que conquistemos novos fãs.”

O piloto da McLaren lembra que o envolvimento de jovens é importante para que novos pilotos surjam e, só assim, será possível ter sucesso a longo prazo, seja nos Estados Unidos ou em qualquer outro país.

“São jovens que podem se envolver no esporte, não apenas assistir. E, se um país tem alguém competitivo, mais fãs surgem. Acredito que os Estados Unidos precisam de um piloto de lá que seja competitivo. Essa é a melhor maneira do esporte crescer.” 

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